Fonte: Época. Data: 29/05/2012.
Autora: Margarida Telles
URL: http://colunas.revistaepoca.globo.com/mulher7por7/2012/05/29/bibliotecas-devem-ter-livros-eroticos/
Você já
ouviu falar de “Fifty Shades of Grey”, o primeiro livro da trilogia escrita por
E.L. James? Graças ao seu teor “caliente”, ele ganhou o apelido de “Crepúsculo
para adultos”. A história do envolvimento de uma estudante com um empresário
adepto do sadomasoquismo conquistou mulheres de todas as idades e fez a obra
liderar a lista de livros digitais mais vendidos. Mas a maior polêmica sobre
“Fifty Shades of Grey” foi a sua expulsão do catálogo de algumas bibliotecas.
m Brevard
County , na Flórida, as bibliotecas públicas decidiram retirar os exemplares do
livro de circulação. Os responsáveis afirmaram que não aceitavam pornografia em
suas prateleiras. Quando questionados sobre terem obras como o “Kama Sutra” e
“Trópico de Câncer”, justificaram que estes são “clássicos”.
A
proibição gerou protestos, tanto dos fãs do livro como dos defensores da
liberdade de expressão. Uma petição pública pedia a volta do livro, alegando
que banir obras é inconstitucional, independente de seu conteúdo. “Não há
espaço nas prateleiras das bibliotecas para a censura”, disse a Fundação
Americana pela defesa das liberdades civis. Ontem, as manifestações surtiram
efeito. As autoridades de Brevard County voltaram atrás, e decidiram colocar
novamente “Fifty Shades of Grey” em seu catálogo.
Ainda não
li o best seller, embora tenha bastante curiosidade. Dizem que o livro é ruim,
em termos de escrita. Linguagem pobre, chavões, o pacote completo. Mas quando
ele for editado no Brasil, espero que vá para as nossas bibliotecas. Me lembro
do dia em que aluguei o “Trópico de Câncer”, de Henry Miller, na biblioteca da
minha antiga faculdade – uma instituição católica. Não gostei do livro,
mas adorei ter constatado isso por conta própria, ao explorar as suas páginas.
Na minha
opinião, censura é algo extremamente perigoso. Remete à ditadura, massificação,
falta de autonomia civil e prepotência por parte do censurador. O livro é uma
porcaria? Então deixe as pessoas decidirem. Como leitores, temos o direito de
escolher se queremos ou não ler coisas ruins. Li a saga Crepúsculo inteirinha,
achei péssimo em termos de literatura e mesmo assim adorei. Não vejo a hora de
fazer o mesmo com “Fifty Shades of Grey”.
Acho que em biblioteca pública deve ter de "tudo", todos os temas de conhecimento humano, toda obra considerada literária.Até - porque não - obras eróticas. Esse livro "Fifty Shades of Grey" - 50 tons de cinza - na verdade surgiu de uma "fanfiction" - ficções baseadas em séries literárias,quadrinhos ou mangás (quadrinho japonês) amplamente divulgadas e conhecidas na internet escrita por fãs e para fãs como se fosse uma novela, escrita e postada regularmente em sites específicos. Esse livro na verdade era uma ficção escrita por uma fã de Crepúsculo que colocou os personagens da Saga - Bella & Edward - como protagonista de uma estória erótica. E a "fanfiction" , a ficção é até bem mais escrita que a própria obra em que foi baseada. "50 tons de Cinza" é bem conhecida pelo "fandom" grupo de fã-clubes de Crepúsculo no mundo inteiro. Assim como Harry Potter que foi adotado em muitas bibliotecas, Crepúsculo e "50 Tons de Cinza" devem sim, estar entre as prateleiras de bibliotecas públicas. Há leitores sim, para todos os tipos de leitura então deveria haver mais espaço pra todas.
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