Autoria:
Vitória Batistati.
Fonte:
Biblioteca Monteiro Lobato (Guarulhos, SP). Data: 19/05/2017.
No
início deste mês, o jornal Pediatric Academic Societies Meeting publicou um
novo estudo que mostra que a proximidade das crianças com os livros ainda na
primeira infância pode aumentar as habilidades delas com o vocabulário e a
leitura nos anos seguintes.
A
descoberta dos pediatras foi reveladora: eles perceberam que aquilo que os
bebês escutam nas leituras permanece com eles e exerce influência no
aprendizado quatro anos depois, quando chega a hora de ingressar no ensino
primário. Para chegar a esse resultado, os especialistas analisaram, durante
quase 4 anos, a compreensão da linguagem e as habilidades de leitura em mais de
250 mães e seus filhos de 6 meses até eles completarem 4 anos e meio.
A
conclusão a qual os pediatras chegaram foi é que, quantos mais livros a família
tiver em casa, mais desenvolvida será a linguagem da criança no futuro. Como
explica uma das cientistas responsáveis pelo estudo, famílias que possuem 100
livros em casa têm filhos com capacidade de leitura de 1 ano e meio à frente de
outras crianças de mesma idade. Conforme o número de livros aumenta, mais
avançada é a habilidade do pequeno. “Mas não é só sobre ter 100 ou 500 livros
em casa. O que eles querem dizer é que, quando existe uma imersão literária no
lar, a criança tem maiores chances de ter contato com a leitura e isso exerce
influência no desenvolvimento da linguagem dela. Os 100 livros são, na verdade,
100 oportunidades de a criança ter alguém interpretando uma história para ela”,
analisa a psicopedagoga Irene Maluf, membro da Associação Brasileira de
Psicopedagogia.
Além
da quantidade de livros disponíveis, os autores da pesquisa americana também
apontaram dois outros fatores importantes para iniciar a criança nesse mundo: a
quantidade de dias por semana que a mãe lia para a criança e a qualidade dessa
leitura (o que, para efeitos do estudo, equivalia a conversas sobre a história
do livro e comentários sobre as emoções dos personagens do livro).
“Essa
pesquisa traz dados bem razoáveis, parecidos com o que a gente vê na
realidade”, complementa Irene. Ainda assim, segundo ela, o ideal é começar a
ler para a criança quando ela ainda está no útero: “É interessante porque,
durante essa leitura, a mãe privilegia a atenção a ele e já cria um contato, um
laço. Ele pode não entender ainda, mas vai escutar. É um momento de
relacionamento afetivo que tem influência nos anos seguintes”.
3
dicas para ler para o seu filho
–
Ao contar uma história de forma oral, consequentemente fazemos entonações e
tons de voz diferentes para demonstrar emoções. Ainda que a criança não entenda
do que se trata, ela recebe uma estimulação auditiva durante a situação;
–
Conforme o bebê cresce e durante a fase “toddler” (de 1 a 3 anos), livros com
figuras, cores e objetos são importantes no desenvolvimento da linguagem;
–
Pais que leem em casa já dão o exemplo, mas é necessário conscientizar a
criança sobre a importância de ler: comente sobre a leitura com seu filho, explicando
que você lê para aprender coisas novas, para se divertir, para conhecer uma
nova língua, etc.
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