30 de set. de 2016

Livro, leitura e bibliotecas estão no debate político e nas propostas de campanha

Fonte: Revista Biblioo. Data: 28/09/2016.
A construção e modernização das bibliotecas públicas, bem como o implemento de políticas para as áreas do livro e leitura são, em grande medida, responsabilidades dos municípios. Em função disso, as eleições municipais se mostram como um momento importante para se discutir essas questões e, principalmente, cobrar dos postulantes aos cargos do executivo e do legislativo propostas relacionadas a esses temas.
Pensando nisso, a Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB) está levando a cabo uma campanha que pretende garantir o compromisso dos candidatos a prefeito e a vereador nos municípios do estado em relação à implementação da Lei 12.244, lei da biblioteca escolar e do cargo de bibliotecário em Santa Catarina.
A tática consiste em fazer a entrega aos candidatos de uma carta na qual ele se compromete a criar, investir e manter as bibliotecas escolares, assim como apresentar o bibliotecário como profissional de grande importância nas escolas e nas redes de bibliotecas. A ideia é estabelecer um diálogo com os candidatos, parlamentares e depois cobrar este comprometimento. Para acompanhar o desenrolar da campanha a ACB criou um mapa interativo com o nome dos candidatos que assinaram a carta e se comprometeram em dialogar. Até o fechamento desta matéria um total de 15 candidatos já haviam firmado o compromisso.
De acordo com a bibliotecária Camila Koerich Burin, presidente da ACB, a ideia surgiu a partir da fala da bibliotecária Miriam Mattos no decorrer do Encontro Regional de Educação em Ciência da Informação (ERECIN – SUL), realizado Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), em julho deste ano. Durante o evento Miriam falou da importância da participação dos bibliotecários nas políticas públicas e neste processo que antecede as eleições e frisou a importância de não se esperar que 2020 chegue para a efetivação da Lei 12.244 e que os prefeitos e vereadores eleitos em 2016 já teriam que se preparar para quando o prazo estabelecido pela lei se esgotar.
“A partir da ideia foi formada uma comissão entre: CRB-14, ACB (Diretoria e GBAESC), UDESC, UNOCHAPECÓ. O documento ‘Carta de Compromisso’ foi elaborado para ser entregue junto com orientações sobre os parâmetros mínimos, com base no material de Bernadete Campello, para o funcionamento das bibliotecas escolares”, esclarece Burin. De acordo com a bibliotecária os bibliotecários nos municípios foram convidados a se comprometer com a causa e dialogar com os candidatos. Neste primeiro momento da ação será finaliza na quinta-feira, dia 29/09, quando a instituição divulgará os candidatos que firmaram o compromisso.
Propostas genéricas
No que se refere à plataforma de campanha dos candidatos, seja para a prefeitura, seja para as câmaras municipais, na maioria das vezes as propostas em relação a área do livro, leitura e bibliotecas são demasiadamente rasas. No Rio de Janeiro, por exemplo, onde 11 candidatos concorrem a prefeitura, constata-se que as propostas para as bibliotecas em sua grande maioria aparecem de forma simplificada e em alguns programas de governo sequer são citadas.
Destaque-se o fato de que o candidato que assumir a prefeitura carioca em 2017 vai ter que um grande desafio no que diz respeito em manter e ampliar as bibliotecas municipais existentes. Hoje o município do Rio conta com um total de 22 bibliotecas e cinco espaços de leitura, como demonstrou a plataforma VozeRio ao apresentar recentemente um diagnóstico sobre a situação da rede municipal de bibliotecas da cidade.
Outro agravante no que diz respeito às bibliotecas cariocas é a falta de abertura de concursos públicos para bibliotecários. Em entrevista à Agência Brasil, Luciana Manta, presidente do Sindicato dos Bibliotecários do Rio de Janeiro (SINDIB-RJ), afirmou que já são quase duas décadas sem concurso público para bibliotecários no âmbito da Secretaria de Educação, além do estado que não abre concurso para a Secretaria de Cultura há mais de 25 anos, sem falar na pasta da Educação, que nunca fez concurso.
Mesmo diante deste quadro adverso, nenhum dos atuais candidatos à prefeitura do Rio colocaram como proposta de campanha a abertura de concursos públicos para bibliotecários. No programa de governo do candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Marcelo Freixo, as propostas que abarcam as bibliotecas estão colocadas dentro do tópico “Planejamento e Gestão, Educação e Cultura”.
No que se refere ao Planejamento e Gestão, a proposta é a de implementar uma rede sem fio que garanta internet pública, gratuita e de qualidade no município com a ideia de instalar postos de conexão em lugares públicos, dentre eles as bibliotecas. Em relação à Educação as bibliotecas são citadas juntamente com a garantia de estrutura das escolas municipais com a ampliação de bibliotecas e salas de informática. Por fim, no tópico Cultura é firmado o compromisso de ampliar o horário de funcionamento e investir na construção de bibliotecas municipais em as áreas de planejamento da cidade.
Mesmo se tratando de uma candidatura progressista e de uma proposta de governo que, segundo Freixo, foi criada com a participação da sociedade, as pautas em prol das bibliotecas, livro e leitura são generalistas. E embora exista o compromisso de ampliar os espaços de leitura, não são citados números e nem uma quantidade exata de novas construções.
No programa da candidata Jandira Fegali do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), as propostas para as bibliotecas também estão de forma genéricas e não muito diferentes das apresentadas pelo candidato do PSOL. Intitulado de “Rio Comum”, o plano de governo da candidata se refere às bibliotecas quando menciona a ampliação dos programas de inclusão digital do município com a Praça do Conhecimento. Nele é mencionado a oferta, principalmente nas comunidades mais carentes, a criação de bibliotecas digitais. No que diz respeito às bibliotecas municipais, Fegali propõe a modernização das bibliotecas regionais e a criação de três caminhões bibliotecas com o intuito de ampliar o raio de cobertura do setor de leitura e conhecimento. Com o intuito de propiciar a inserção cultural de pessoas com deficiência, a candidata prevê, ainda, a adesão de textos em braille nas bibliotecas públicas.
O programa do candidato Alessandro Molon da REDE as bibliotecas também são tratadas sem grandes novidades e seguindo o mesmo caminho dos candidatos apresentados anteriormente. As propostas de Molon se fixam em ampliar e qualificar a rede municipal de bibliotecas, adotando o modelo de bibliotecas parque e também melhorar a estrutura de trabalho dos profissionais da educação, oferecendo uma melhor estrutura com a criação de laboratório, bibliotecas etc. Em nenhum momento o candidato da Rede Sustentabilidade explica de que maneira e como vai ampliar as bibliotecas municipais e muito menos informa como vai adotar o modelo multimeios das bibliotecas parque.
Vale destacar que as três bibliotecas parque do estado situadas no município do Rio foram assumidas pela prefeitura até o fim deste ano ao custo de R$ 1 milhão e meio mensais. A dúvida que paira no ar é se a nova gestão municipal garantirá a manutenção do acordo a partir de 2017, garantindo a manutenção destes espaços.
Em Niterói, região metropolitana do Rio, a candidatura de Flávio Serafini (PSOL) à prefeitura apresenta uma proposta mais completa com uma política municipal de leitura e bibliotecas. Nela Serafini prevê seis pontos que vão desde a ampliação dos espaços de leitura nas escolas municipais, como também a abertura de concurso público para bibliotecários.
Os seis pontos apresentados pelo candidato são: 1) implementação gradual de bibliotecas em todas as escolas municipais; 2) criação de concurso para contratação de bibliotecários escolares; 3) elaborar e implementar o Plano Estratégico para a implantação progressiva das Bibliotecas Escolares nas unidades de ensino da Rede Municipal de Educação, garantindo o cumprimento da Lei Federal Nº 12.244, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do país; 4) criar o Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares da Rede Municipal de Ensino de Niterói; 5) realizar automação das Bibliotecas Escolares da Rede Municipal de Ensino; 6) promover a migração dos bibliotecários da Fundação Municipal de Educação de 20 para 40 horas semanais para garantir a presença integral do profissional na escola.
Em São Paulo
Na capital paulista os planos de governos dos candidatos parecem não diferir muito dos do Rio. No caso do atual prefeito, Fernando Haddad (PT), que está em busca da reeleição, não existe nada de específico em suas propostas para as áreas do livro, leitura e bibliotecas. O bibliotecário William Okubo, entretanto, destaca o fato de a atual gestão é responsável por implantar algumas novidades nesta seara, destacando-se duas ações: a ampliação de horário da Biblioteca Mário de Andrade, que passou a funcionar 24 horas e a implementação do Plano Municipal do Livro, Literatura, Leitura e Bibliotecas, que apesar de apoiado pela Secretaria Municipal de Cultura, teve grande empenho de um vereador Antônio Donato, do PT, que entre seus assessores possui um bibliotecário.
Luiza Erundina, candidata pelo PSOL, por sua vez, promete equipar as escolas com materiais e acervos atualizados, além de criar pontos de Leitura. As propostas da candidata preveem, ainda, a implantação, em prioridade, do Museu da Cidade, cuja diretriz e o escopo de sua política será a memória viva da cidade. Erundina deve também assegurar que toda subprefeitura conte com, ao menos, um teatro, uma biblioteca, um cinema, um museu e um espaço para oficinas culturais, cursos de iniciação artística e exposições.
No que se refere ao Sistema Municipal de Bibliotecas, a Psolista promete alterar sua estrutura, saindo de um padrão hierarquizado para um padrão de trabalho em rede. “As bibliotecas também devem atuar como espaço de acolhimento, fruição e projeção, não exclusivamente, mas especialmente das práticas de leitura e escrita. Criação de uma ‘Rede de Leitura’, composta pelas bibliotecas públicas, centros culturais, bibliotecas e salas de leitura da rede escolar municipal e parceiros. ”
No plano de governo de João Dória, candidato pelo PSDB, consta a proposta de potencializar as ações de incentivo à leitura na rede municipal de bibliotecas entre as quais se incluem criação do prêmio “São Paulo Amiga da Leitura”, promoção de leituras dramáticas, alfabetização digital, informação ao cidadão, criação de brinquedotecas pedagógicas, implantação de bibliotecas infantis nas zonas periféricas e reativação e aumento do número de ônibus biblioteca.
De acordo com Okubo, devido a problemas contratuais e falta de recursos em 2016, os ônibus-bibliotecas estão parados há quase um ano. “Realmente um problema”, reclama. “Mas por outro lado, nessa gestão os ônibus foram reformados e estavam funcionando a contento antes dos problemas informados”, destaca o bibliotecário.
A proposta de Celso Russomano, candidato pelo PRB e líder das pesquisas de intenção de votos na capital paulista, é, de longe, a mais genérica: “ampliação dos acervos de livros e das atividades de leitura”. Algo não muito diferente das propostas do candidato do Solidariedade, Major Olímpio. Segundo ele seu governo irá garantir que as escolas disponham de bibliotecas e de quadras poliesportivas cobertas nas áreas disponíveis, além de ampliar projetos de incentivo à leitura e aumentar o número de bibliotecas públicas.
Marta Suplicy, candidata do PMDB, fala em reorganizar o atual Sistema Municipal de Bibliotecas e criar a Primeira Biblioteca Pública Digital de São Paulo. A candidata promete também incentivar a leitura retomando o programa de biblioteca itinerante com o ônibus-biblioteca e pontos de leitura; implantar ações de educação patrimonial, sobretudo em escolas de educação infantil e fundamental; ampliar e intensificar a programação oferecida nos equipamentos culturais como bibliotecas e museus buscando promover maior integração destes com a população e criar programas de registro e salvaguarda do patrimônio imaterial.
Por fim Ricardo Young, da Rede, se compromete em estimular coletivos de educação não ­formal e atividades para crianças em espaços públicos (Rodas de Leitura, Barro Molhado, Semana do Brincar). Segundo ele, enquanto as bibliotecas da Sé abastecem cada habitante com uma média de 16,8 livros, no Grajaú esse índice é zero. Por isso ele deve, conforme suas propostas, construir bonitos centros culturais, mas primeiro reconhecer e fortalecer os saraus, as ocupações, os grupos culturais locais, seus eventos e atividades. “Transformar cada garagem, laje, terrenos e espaços ociosos em bibliotecas, sala de cinema, espaço cultural gerido pela comunidade local em parceria com as co-prefeituras”.
Para o William Okubo, os planos são muito genéricos e pouco detalhados. “Apesar de ser mais um problema, eles demonstram um caminho. O caminho da aproximação dos profissionais e especialistas junto às equipes de Cultura e Educação dos partidos para tentar mostrar o que é realmente preciso e também a pressão sobre o governo eleito, para que o que está no papel seja detalhado e implantado quando considerado correto sob o ponto de vista profissional”, avalia o bibliotecário. “Maior participação na política é o caminho para mudar as propostas feitas, incluindo a aproximação com movimentos populares ligados à cultura e educação, pois o caminho inverso, do povo para os políticos deveria ser o foco do nosso advocacy”, defende.
Planos de Livro e Leitura

Cabe ressaltar ainda que tanto no município, quanto no estado do Rio estão sendo discutidos e implementandos os respectivos os Planos Municipais e Estadual do Livro e da Leitura. Em nenhuma candidatura foi apresentada uma proposta que leve em conta esses programas e muito menos a criação de uma política pública concreta e menos reducionista para as bibliotecas e para a área do livro e da leitura. O cenário se repete em vários outros municípios do país.

Editoras desistem de vender livros para o MEC

Autoria:  Beth Koike.

Fonte: Valor Econômico. Data: 28/09/2016.
Os atrasos de pagamento e a redução de investimento nos programas de livros didáticos estão levando as editoras a deixar de vender para o Ministério da Educação (MEC). Entre elas estão, por exemplo, a Positivo e a Pearson que interromperam a comercialização de novas obras para a rede pública de ensino.
As editoras Oxford e Macmillan, que tinham planos de ampliar seu catálogo de obras escolares, decidiram permanecer apenas com livros de idiomas e a portuguesa Leya vendeu seu braço de educação para a Escala e com isso saiu completamente do setor. Já a Ibep Nacional que, há alguns anos adquiriu a editora Base, está à procura de um comprador após ver sua situação financeira se agravar, segundo fontes.
As vendas para o governo federal representam quase metade do mercado de livros escolares, cujo faturamento foi de R$ 2,5 bilhões em 2015. O setor como um todo (englobando obras gerais, religiosas, científicas e didáticas) movimentou R$ 5,2 bilhões, segundo dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL).
O governo federal começou a atrasar o pagamento para as editoras no ano passado. O débito foi quitado com praticamente um semestre de atraso, o que impactou negativamente o fluxo de caixa de muitas empresas. As editoras investem grandes quantias para compra de papel, impressão e produção de conteúdo e o pagamento era feito logo após a entrega do material - o que não aconteceu em 2015 e 2016. No ano passado, por exemplo, foram impressos 128 milhões de exemplares de livros para a rede pública de ensino.
No entanto, não foi apenas a inadimplência que afetou a vida financeira das editoras. Em 2014, o MEC interrompeu vários outros programas de livros didáticos que eram distribuidos em bibliotecas, para professores ou de obras complementares. Esses três programas tinham juntos um orçamento de mais de R$ 220 milhões. Neste ano, o governo federal não comprou livros para o programa de jovens e adultos, cuja verba prevista era da ordem de R$ 80 milhões.
Diante desse quadro, as editoras menores ou aquelas que entraram nesse mercado há pouco tempo começaram a bater em retirada. Nos últimos cinco anos, muitas editoras, entre pequenas e estrangeiras, investiram para participar do programa de livros do MEC incentivadas pelo próprio governo federal, que reclamava da concentração dos grandes grupos editoriais. No entanto, o que deve acontecer daqui para a frente é a retomada dessa concentração. Estima-se que no próximo ano, as cinco maiores editoras fiquem com cerca de 70% das vendas de livros para a rede pública de ensino.
"O desenho do programa precisa ser melhorado. Todo o investimento é feito pelo setor privado e o risco é muito elevado. As editoras produzem o conteúdo das obras e apresentam ao MEC. Metade dessas obras é reprovada quando há escolha dos livros que serão adotados nas escolas. Se houvesse um direcionamento melhor do programa, não haveria tanta perda", disse Vera Cabral, diretora executiva da Abrelivros, associação das editoras de livros didáticos.
Ainda de acordo com a diretora da entidade, a atual gestão do MEC, do ministro Mendonça Filho, questiona o modelo do programa de livros didáticos criado em 2003 e considerado referência no mundo. Uma das ideias aventadas é o programa ser administrado pelos Estados e não mais pelo governo federal - essa possibilidade já tem opositores uma vez que as regiões mais pobres tendem a ter menos recursos. Outra ideia é o desenvolvimento de um livro didático que ajude o professor a estruturar as aulas - modelo parecido ao dos sistemas de ensino (apostilas).

Uma das maiores preocupações do setor é em relação a 2018. Isso porque as editoras começam agora a produzir o conteúdo das obras a serem distribuídas daqui a dois anos, mas há uma série de mudanças de conteúdo em discussão atualmente, como a reformulação do conteúdo básico do ensino fundamental, as mudanças na grade curricular do ensino médio, além do projeto "Escola sem Partido" que pretende acabar com qualquer viés ideológico, político e religioso presente nos livros escolares.

Biblioteca Municipal de Campinas comemora 70 anos

Fonte: Campinas.com. Data: 26/09/2016.
URL: www.campinas.com.br/cultura/2016/09/biblioteca-municipal-de-campinas-comemora-70-anos-e-traz-exposicao
A Biblioteca Pública Municipal “Professor Ernesto Manoel Zink”, no Centro de Campinas, comemorou 70 anos de fundação no dia 15 de setembro e, para celebrar, traz ao público a exposição "40 anos da Turma do Gabi”, do ilustrador e quadrinista Moacir Torres.
A "Turma do Gabi" surgiu em 1975, quando o cartunista Moacir Torres teve um sonho com os personagens, e na manhã seguinte começou a dar forma ao Gabi, Geninha, Bacana, Vira Lata Fred, Palhaço Piruquinha, Lorenço e o Gato Malucats. Há quatro décadas esses personagens circulam, em suplementos infantis de jornais, revistas em quadrinhos, em passatempos encontrados em muitas bancas, papelarias e livrarias. Agora surgem em outras mídias como livros, ebooks e animações na internet.
A exposição da Biblioteca Zink tem dois eixos: o que apresenta a evolução dos personagens e das publicações de Moacir Torres e a homenagem de 23 profissionais de peso do traço, como os artistas Mario Cau, Bira Dantas, Spacca, Jal, Mastrotti, Laudo Ferreira, Luke Ross, Pat Menghi, que fazem releituras de seus personagens. (...)
Mais sobre a biblioteca
A Biblioteca Pública Municipal "Prof. Ernesto Manoel Zink" agrupa um acervo diverso e altamente representativo para a história do município. Outro dado importante são os diários oficiais do município que que se encontram encadernados na versão impressa e disponíveis para consulta na biblioteca.
O acervo Braille é outro ponto importante, assim como a diversidade do acervo circulante que tem literatura contemporânea de diversos países e não só os best sellers. O acervo dos periódicos, em especial a parte de quadrinhos, merece destaque: além da variedade e qualidade de publicações, tem também atrelado a esse acervo todo o trabalho de exposições, dia dos quadrinhos, oficinas e outros eventos relacionados.
A biblioteca também apresenta pluralidade de atrações, como convenções de ficção científica, seminários, exposições, campeonatos, saraus, lançamentos de livros, palestras, oficinas, entre outros.
Também há espaço para as novas tecnologias, como a rede Wi-Fi - Campinas Digital, que funciona no interior do espaço e fora dele, que tem atraído muitos usuários com seus notebooks e smartphones. 

Serviço:

“Exposição 40 anos da Turma do Gabi”

Local: Biblioteca Pública Municipal “Professor Ernesto Manoel Zink”. Av. Benjamin Constant, 1633, Centro - Campinas. (19) 2116 0423

Biblioteca de escola em Paranavaí (PR) pega fogo e suspeita é de crime

Fonte: Massa News. Data: 22/09/2016.
URL:
A Biblioteca da Escola Municipal Pedro Real, em Paranavaí, pegou fogo na noite de quarta-feira (21). Havia alunos no local, mas por sorte, ninguém se feriu, pois, as chamas foram contidas rapidamente. A suspeita é de que o ato tenha sido criminoso.
O incêndio começou por volta das 21h30, na escola que fica na Avenida Mauá, no Jardim Morumbi. Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que estavam na biblioteca, apagaram as chamas com extintor. Alguns livros e utensílios de limpeza foram danificados.
A suspeita é de que o incêndio tenha sido criminoso, já que a janela de vidro foi quebrada. De acordo com a diretora da escola, Adriana Cristina Barbosa, populares relataram que viram dois adolescentes saindo correndo de dentro do local.

A diretora também contou que, nos últimos dias, a instituição tem sido alvo de ataques de adolescentes, que quebraram vidros.

26 de set. de 2016

Evento: congresso da IFLA no Brasil

Candidatura do Brasil para sediar a IFLA 2018
A FEBAB participou do processo de seleção para escolha da sede do Congresso Anual da International Federation of Library Association (IFLA). Esse processo iniciou-se em 2015 com a entrega de um conjunto de documentos exigidos para a escolha. Após isso tivemos uma série de visitas à cidade de São Paulo além de reuniões com entidades e governos (local, estadual e federal). Fizemos um trabalho criterioso que foi muito elogiado pelo Comitê de Seleção, porém não fomos escolhidos para o ano de 2018.  Na nossa percepção as razões foram internas da IFLA, isso foi de certa forma foi reiterado nas reuniões ocorridas em Ohio (EUA). A FEBAB pela primeira vez inscreveu de fato o Brasil, apresentando São Paulo como cidade sede. Todo esse processo fez com que a FEBAB ganhasse mais experiência, sentimos que pudemos mostrar à IFLA um pouco mais sobre a realidade da América Latina e, é claro de nosso país.   Sem dúvidas estaremos mais preparados para novas candidaturas. A FEBAB entende que a realização do Congresso anual da IFLA poderá trazer visibilidade às pautas das bibliotecas perante os Governos e a sociedade civil.

Fonte: FEBAB Informa. Data: 23/09/2016.

Noite na biblioteca

Fonte: Jornal do Vale Itapocu (SC). Data: 26/09/2016.
A Biblioteca Pública Rui Barbosa abriu inscrições para a nova edição da iniciativa "Uma Noite na Biblioteca - Dormindo com os Livros", que acontece nos dias 21 e 22 de outubro. Crianças de 8 a 10 anos podem participar. O número é limitado a 35 inscrições que devem ser feitas diretamente na Biblioteca, na Getúlio Vargas, em frente ao Shopping Jaraguá. As crianças serão recebidas a partir das 19 horas do dia 21 e permanecerão no ambiente até as 10h do dia seguinte.

Na programação constam contação de histórias, atividades de recreação e refeições. A finalidade é proporcionar aos pequenos momentos de descontração junto aos livros e à leitura de forma agradável e divertida, desenvolvendo o hábito e o gosto pela literatura. Apenas uma criança por família residente em Jaraguá do Sul pode participar. Quem já participou de edições anteriores está excluído, como também filhos e parentes de servidores da Fundação Cultural.

Evento: Desenvolvimento de coleções

IV REUNIÃO NACIONAL DO COMITÊ BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO DE
COLEÇÕES – CBBU/FEBAB
Local: XIX SNBU
Tropical Manaus Ecoresort
Av. Coronel Teixeira, 1320 ‐ Ponta Negra
Manaus ‐ AM
Data: 17 de outubro de 2016, segunda‐feira
Horário: 8h30 às 12h00
8h30 – Abertura oficial (Presidente da CBBU)
8h40 – Construindo a Gestão CBDC 2016‐2018
9h – GT Livros Impressos: apresentação da pesquisa: “Mapeamento dos procedimentos de aquisição de materiais informacionais das Instituições de Ensino Superior no Brasil” (Marcello
Mundim Rodrigues e Mari Montana – UFSM)
10h – Serviços e Soluções para Biblioteca: aquisição de livros estrangeiros impressos e eletrônicos (Jonathan Contes – EBSCO)
10h20 ‐ Aquisição para o Desenvolvimento de Coleções Eletrônicas (Lenise Di Domenico – UFRGS)
11h ‐ GT E‐books: resultados da pesquisa: “Mapeamento do uso de e‐books pelas bibliotecas
Universitárias Brasileiras”. (Carlos Nascimento – UFPA e Lenise Di Domenico – UFRGS)

11h30 – Relato de pesquisa: “Trajetória histórica do CBDC e aprendizagem gerada aos seus membros” (Katiussa Nunes Bueno – UFRGS)

Biblioteca de uma das escolas municipais mais tradicionais de Vitória está fechada há cinco meses

Autoria: Henrique Alves.
Fonte: Século Diário (Vitória, ES). Data: 18/0/2016.
Por falta de bibliotecários, a biblioteca da Escola Municipal de Ensino Fundamental Éber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, está fechada há cinco meses. A bibliotecária responsável aposentou-se em abril, mas a Prefeitura de Vitória não abriu processo de contratação para substituto. O processo só foi aberto este mês, após denúncia da Associação de Moradores de Jardim da Penha (Amjap).
O motivo do fechamento preocupou pais de alunos, diz Fabrício Pancotto, presidente Eventoda Amjap. “Há algum tempo, a biblioteca também ficou fechada, mas por causa de uma goteira. Uma fatalidade”, diz. O fato, agora, passa a impressão de falha de gestão da Secretaria Municipal de Educação (Seme), que não se planejou para a aposentadoria da servidora. 
Com pouco mais de 600 alunos, a Éber Louzada é uma das instituições municipais de ensino mais tradicionais de Vitória, referência em educação pública. Mas, segundo Pancotto, atividades escolares estão prejudicadas. “A escola, por exemplo, não consegue executar atividades pedagógicas relacionadas à leitura. Quem quer doar livro também não consegue. Não há pessoal para realizar a catalogação”, diz. 

O fechamento da biblioteca preocupa mais ainda professores e alunos, que veem projetos literários, de leitura e de pesquisas serem interrompidos. Nas séries iniciais, uma biblioteca fechada pode prejudicar também o processo de aprendizagem das crianças.

19 de set. de 2016

Manuela Silva: “o importante é que a leitura permaneça”

Fonte: Expresso (Portugal). Data: 17/09/2016.
Tinha dez anos quando entrou pela primeira vez numa biblioteca escolar. Foi em Sá da Bandeira, Angola (atual Lubango). Estava no primeiro ano do Liceu Diogo Cão e apaixonou-se de imediato por aquele sítio. Para grande desgosto, a biblioteca fechou de um dia para o outro. Só voltaria a pôr o pé numa biblioteca escolar já na Faculdade, em Portugal. Recorda o deslumbramento que sentiu diante do esplendor da Biblioteca Nacional, da biblioteca da Gulbenkian ou do Palácio Galveias... "Com uma biblioteca escolar como as que existem hoje, teria ido muito mais longe nos meus conhecimentos", assegura. A Rede de Bibliotecas Escolares surgiu em 1996, no primeiro mandato de António Guterres, para combater os índices da baixa literacia dos portugueses e para corresponder a uma abordagem cada vez mais multimédia do saber.
Passam 20 anos desde a criação da Rede de Bibliotecas Escolares. Quantas existem hoje no país?
No total, são 2426 bibliotecas. Neste momento, temos todas as escolas básicas e EB 2, 3 na Rede. Esta aparece porque as escolas percebem que deviam diversificar a sua oferta em termos de outros suportes e fontes de saber. Lendo o que já se fazia a nível internacional, caminhou-se para basear a aprendizagem na investigação, na pesquisa da informação, não apenas impressa. Já se sentia a necessidade de ter bibliotecas escolares em todas as escolas.
Há uma biblioteca escolar em cada escola do país?
As escolas não são entendidas com um todo, são entendidas como agrupamentos. Hoje, cada agrupamento tem, pelo menos, uma biblioteca escolar. Mas há agrupamentos, como no Porto, com nove bibliotecas escolares.
Quais as principais vantagens ou alterações que a Rede de Bibliotecas Escolares veio trazer?
Sobretudo, alertar para a importância da leitura, que é a base de sustento à aprendizagem e ao conhecimento. A temática da leitura ganhou outra expressão, atualizou-se. E as próprias metodologias de trabalho mudaram, o saber trabalhar a informação, pesquisá-la, criticá-la e aplicá-la às nossas necessidades. Alterou as formas de aprendizagem, diversificando-a, e fazendo-o em cooperação com a sala de aula.
O design e decoração das bibliotecas escolares, arejadas e modernas, foi repensado por algum arquiteto?
Foi criado um grupo de trabalho (com uma arquiteta envolvida, da Direção-Geral da Educação) e orientação para pensar e executar várias valências de base. Os primeiros espaços não foram construídos de raiz, foram adaptados para serem zonas diversificadas de leitura — uma parte mais informal, uma área de leitura digital, uma parte de leitura vídeo, de leitura áudio... Tornaram-se espaços mais flexíveis. É uma coisa dinâmica.
Conhece casos de alunos para quem as bibliotecas escolares tenham tido uma importância decisiva?
Para as conferências de dia 14 de outubro, “Vinte anos de Rede de Bibliotecas Escolares - Uma História com Futuro”, estamos a tentar selecionar cinco testemunhos para um painel com o Ricardo Araújo Pereira; e temos tantos e com tanta qualidade que não tem sido fácil... Contam que as bibliotecas fizeram imenso por eles, até na própria orientação profissional. Dizem que lhes proporcionou um conjunto de atividades, de trabalho em equipa e colaboração, que lhes abriu perspetivas a que talvez não tivessem acesso de outro modo.
Falamos de alunos de classes sociais mais desfavorecidas, que podem não ter internet em casa para pesquisar?
Sim, sim. Esses são os alunos que aderem mais, porque vão à procura do que não têm em casa. Temos escolas em zonas complicadas, de carências económicas significativas, e não imagina a quantidade de alunos monitores que se tornam voluntariamente quase funcionários da biblioteca... Na escola básica Galopim de Carvalho, em Queluz, são quase 80 alunos que se sujeitaram a um exame, a formação, para serem monitores da biblioteca. Encontram ali um espaço seu, onde podem ser úteis e onde crescem.
Um dos principais desafios atuais das bibliotecas é concorrer com a tecnologia?
Não, elas incorporam-na de uma forma absolutamente natural. As primeiras bibliotecas já ofereciam cassetes VHS e davam acesso a um número obrigatório de computadores. Hoje, há outras iniciativas nesse sentido. Já foram atribuídos 2078 e-books às escolas; há ações, como a da Porto Editora, “Ler é cool”, com livros digitais próprios para aparelhos móveis, que as bibliotecas já têm.
Que estratégias usa a biblioteca escolar para atrair alunos?
Um dos pilares da rede foram sempre as parcerias. Nós nascemos em parceria, com as autarquias e as bibliotecas municipais. Associámo-nos, para ganhar força. Hoje, temos parcerias variadíssimas, por exemplo, com a Direção-Geral da Saúde, sobre a importância da saúde oral, com kits completos, que contêm livros e informação; com a Pordata, para trabalhar a literacia estatística, para os miúdos conhecerem melhor o país e o mundo; com universidades, para promover programas de investigação científica, que incluem experimentação, como “Newton gostava de ler!”; com a Biblioteca Nacional; com a SIC, sobre ciberbullying, a liberdade de expressão de redes sociais... Ou o programa "Todos Juntos Podemos Ler", de inclusão para alunos com necessidades educativas especiais. Os tablets têm junto deste público resultados muito frutuosos.
Qual a importância das parcerias?
A biblioteca é um espaço vivo, aberto à sociedade. A cooperação abre a escola a outras abordagens. Nunca conseguiríamos realizar tanto sem parceiros. E somos muito procurados.
O que é possível fazer para melhorar ainda mais as bibliotecas escolares?
Com alterações tão aceleradas na nossa sociedade, queremos que a biblioteca continue a ser um espaço de resposta às questões que vão surgindo. Queremos que seja um organismo vivo, que se adapte às alterações. Queremos proporcionar experiências de aprendizagem que tornem os alunos cada vez mais participativos, continuarmos a formar os professores bibliotecários, com formação específica na área das tecnologias, para que saibam dar respostas e ser inovadores. Atualizar as bibliotecas com coleções impressas e digitais, além de apetrechá-las com tecnologia. Torná-las espaços flexíveis. Garantir que são locais de produção de conteúdos. E que os miúdos têm ali um espaço para se tornarem melhores cidadãos.

Fala-se muito na eventual morte do livro. Acha que isso pode acontecer?
Não sei... No passado, tudo o que foi aparecendo, foi coabitando. É uma questão de suporte. Eu prefiro ler uma obra extensa em papel, mas já só consigo escrever em computador. O importante é que a leitura intensa de obras permaneça, independentemente de isso ser em papel ou no digital. É importante, porque a leitura é estruturante do nosso pensamento. Não há outra forma de aprender a não ser a partir da leitura — até da leitura de um filme, das imagens. A leitura no sentido amplo, com sentido crítico.

Bibliotecas terão programa de leitura para bebês e crianças de até 4 anos

Fonte: Portal do Governo do Estado de São Paulo. Data: 16/09/2016.
URL: http://saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia2.php?id=247628
Após sucesso na capital, iniciativa será implantada em outros dez municípios
 Quem passou pela experiência de ouvir histórias lidas pelos pais quando pequeno dificilmente esquece. Sem falar que essa atitude estimula o hábito de leitura por toda vida. Essa reflexão está presente no programa "Bebelê", que envolve bebês a partir de seis meses e crianças de até 4 anos de idade.
A iniciativa se baseia na teoria de Letramento Infantil (Early Literay), definida pelo National Institute of Child Heath and Human Development (NICHD), que enfatiza a importância do ato de ler e a interação com a leitura para o desenvolvimento infantil.
O programa foi implantado com sucesso na Biblioteca de São Paulo, em 2012, e Biblioteca Parque Villa-Lobos, em 2014, ambas na capital, e agora será desenvolvido em dez bibliotecas do Estado. Desde então, foram desenvolvidas 480 ações, com mais de 3.000 atendimentos.
Participam do projeto equipamentos das cidades de Auriflama, Birigui, Guararema, Jundiaí, Lençóis Paulista, Praia Grande, Presidente Prudente, Igarapava, Itapetininga e Ourinhos, que foram contemplados entre 34 bibliotecas de todo o Estado, inscritas em edital lançado pela Organização Social SP Leituras, em parceria com o Instituto Tellus. O concurso também contou com o apoio do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEb) e Secretaria da Cultura.
As instituições selecionadas iniciam agora a implantação do programa por meio da contratação de profissionais que participarão de oficinas em São Paulo para o processo de cocriação e desenvolvimento do projeto. Será um especialista por unidade.

Além disso, as bibliotecas receberão por doação um kit completo composto por acervo de livros-brinquedo, material pedagógico, tablets, TV, móveis e demais recursos para serem empregados nas ações.

Ações do Ministério da Cultura

Autoria: Cleide Soares.
Fonte: Facebook. Data:
Excelente iniciativa do novo Ministério da Cultura que escolheu nomear servidores efetivos, técnicos qualificados, para assumir o comando de nossa área de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas. Precisamos muito de uma gestão qualificada, com compromisso público, responsável, para dar conta da encrenca que deixaram nosso setor.
Virginia Bravo - bibliotecária, para Coordenação Geral do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.
Martha Mouterde - especialista em Literatura - como Coordenadora Geral de Leitura, Literatura e Economia do Livro.

Destaca-se, como ponto super negativo, a nomeação de Gregório Borges Machado, embora efetivo, não tem a devida qualificação técnica para o cargo de Coordenador da Biblioteca Demonstrativa de Brasília. Ele não é bibliotecário. Não podemos ter uma biblioteca modelo, que está fechada, sob a coordenação de profissional de outra área.

Quando a mulher era proibida de ler livros

Autoria: Mario Sérgio Lorenzetto.
Fonte: Campo Grande News. Data: 25/08/2016.

URL: www.campograndenews.com.br/colunistas/em-pauta/quando-a-mulher-era-proibida-de-ler-livros

Em uma tarde de março de 415 d.C. uma mulher de 60 anos é tirada de sua carruagem por uma multidão enfurecida, em Alexandria, no Egito. Em seguida, é despida e tem sua pele e carne arrancadas com ostras (ou fragmentos de cerâmica, segundo outra versão). É destroçada viva pela turba alucinada. Já morta, arrancam seus braços e pernas. O cadáver é queimado em uma pira nos arredores da cidade. Era o fim da trajetória impressionante de Hipácia de Alexandria. Hipácia foi a primeira mulher de fama internacional no mundo da matemática, astronomia e da botânica. Hipácia foi a primeira intelectual de renome e imensa influencia. “As mulheres que leem são perigosas”, assim pensavam, e agiam, os homens por dezenas de séculos.
Somente no século XIX o livro se tornou comum para as mulheres. Foi, e continua sendo, sua maior arma para a conquista da liberdade, sua possibilidade de existência, de se lançar em novos horizontes.
Entre a mulher e o livro estabeleceu-se uma aliança. Com ele, ela podia desejar e imaginar um mundo para si própria. Gesto um tanto ousado – e perigoso. Daí os homens desejarem impedi-la de ler ou controlar o que liam. Até o século XIX, os homens marginalizavam as mulheres que liam, rotulando-as de neuróticas e histéricas. Sobretudo as mulheres que liam “demais”. A leitura permitiu que tomassem consciência do mundo. A leitura, esse ato tão íntimo, tão secreto, terminou por colocar a mulher para fora. Fora do núcleo familiar opressor. O vazio do mundo real foi tomado pela ficção.

Para quem vivia, e vive, na prisão do casamento sem amor, das regras sociais sufocantes, a leitura foi a possibilidade de viver em outro mundo que não o seu e, em seguida, mudar a própria vida. De adquirir prazer que lhe era negado. Um prazer solitário de início. Mas que passou à voz. E, depois um grito… de liberdade

Cientistas do MIT criam sistema que consegue ler livros fechados

Fonte: EExponews. Data: 12/09/2016.
Um novo sistema de imagens da MIT consegue ver através da capa de um livro e lê-lo.
O feito se dá graças, e principalmente, à radiação terahertz, a banda de radiação eletromagnética entre microondas e luz infravermelha, e as minúsculas lacunas de ar entre as páginas de qualquer livro fechado.
A radiação terahertz pode distinguir entre tinta e papel em branco de uma forma que os raios X não pode, e também oferece profundidade de resolução muito melhor do que o ultrassom.
O novo sistema protótipo desenvolvido por pesquisadores do MIT e da Georgia Tech usa uma câmera terahertz padrão para emitir rajadas de radiação ultracurtas e então medir quanto tempo leva para que a mesma seja refletida de volta. Um algoritmo, em seguida, mede a distância a cada uma das páginas do livro.
Alimentado com esses dados, o sistema utiliza duas medidas diferentes de energia das reflexões para extrair informações sobre as propriedades químicas das superfícies refletoras. Ao mesmo tempo, se “esforça” para filtrar o “ruído” irrelevante produzido ao longo do caminho. Dessa forma, consegue distinguir o papel com tinta do papel em branco, usando um algoritmo separado para interpretar as imagens muitas vezes distorcidas ou incompletas como cartas individuais.
Os pesquisadores testaram seu protótipo em uma pilha de papéis, cada um com uma letra impressa sobre ele, e descobriram que ele poderia identificar corretamente as letras sobre as nove folhas superiores.
O Metropolitan Museum de Nova York tem manifestado interesse no sistema como uma forma de examinar livros antigos sem tocá-los, disse Barmak Heshmat, um cientista da pesquisa no MIT Media Lab.

A tecnologia pode ser utilizada para analisar qualquer material organizado em camadas finas, tais como revestimentos de peças de máquinas ou de produtos farmacêuticos

16 de set. de 2016

Cerca de 300 livros acessíveis serão disponibilizados em bibliotecas públicas

Fonte: Portal Brasil. Data: 12/09/2016.
A Casa Brasil sediou, no último domingo (11/9), o lançamento de 25 livros acessíveis, que fazem parte do projeto Acessibilidade em Bibliotecas Públicas, do Ministério da Cultura (MinC). A ação foi executada pela Organização Não Governamental (ONG) "Mais Diferenças", selecionada por meio de edital lançado pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN).
O lançamento aconteceu durante o seminário Livro e Leitura para todos: formas e sentidos de ler. O projeto prevê o envio de 300 títulos acessíveis a 10 bibliotecas públicas (dois em cada região do País), incluindo os recém-lançados e 275 obras que já estavam disponíveis no mercado.
"Quase 24% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. O número mostra que essa é a maior das minorias. É preciso criar uma cultura em que a acessibilidade seja vista como um valor", destacou a secretária designada da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC, Renata Bittencourt.
O seminário contou com mesa redonda entre especialistas e representantes do setor público sobre temas relacionados à produção de livros acessíveis, bem como disponibilização desse tipo de material em bibliotecas públicas, além de oficina sobre o tema. Os participantes compartilharam experiências e estratégias no campo da mediação da leitura para pessoas com diferentes tipos de deficiência.

O debate contou, ainda, com a participação da coordenadora-geral da ONG Mais Diferenças, Carla Mauch. "Temos que unir forças para garantir a democratização do acesso ao livro e à leitura", disse.

Universidade de Coimbra lança ferramenta de medição de leitura

Autoria: Hugo Séneca.
Fonte: Exame Informática. Data: 13/09/2016.
Poderá este texto ser lido a 55 palavras por minuto? A velocidade de leitura não é citada aqui por acaso: trata-se da velocidade mínima de leitura que serve de referência ao Programa de Português para o Ensino Básico – e é também uma das principais referências da ferramenta LetsRead - Automatic assessment of reading ability of children, que foi desenvolvida pelo Instituto de Telecomunicações (IT) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e a Microsoft.
A nova ferramenta mede a velocidade de leitura em tempo real e está apta a detectar e quantificar «o número de palavras corretas, erros de pronúncia, hesitações, velocidade de leitura e outros indicadores, calculando de forma automática um índice global de capacidade de leitura do aluno», explica Fernando Perdigão, investigador que coordena o projeto, citado pelo comunicado da Universidade de Coimbra.
A nova ferramenta poderá ser disponibilizada na Internet a crianças, mas é no apoio aos professores e tutores que poderá fazer a diferença. Além de ajudar a perceber a capacidade de leitura dos vários alunos, a nova ferramenta poderá facilitar a detecção de casos mais problemáticos como os que derivam da dislexia. Os investigadores da Universidade de Coimbra garantem que a ferramenta está pronta para ser usada em cenário escolar, caso o Ministério da Educação tenha interesse.
«Para desenvolver este sistema inteligente, os investigadores recolheram gravações de leitura de cerca de 300 crianças em escolas primárias da região centro do país. Os textos que foram dados a ler aos alunos eram compostos por frases e pseudopalavras – palavras que não existem no léxico, mas que são pronunciáveis e importantes para avaliar se um aluno sabe realmente aplicar as regras do código alfabético para ler. Numa segunda fase, as crianças foram avaliadas por mais de 100 professores do Ensino Básico em todo o país para validar o sistema», informa o comunicado da Universidade de Coimbra.

O LetsRead foi criado a partir do trabalho que Jorge Proença, investigador da Universidade de Coimbra, levou a cabo durante uma tese de Doutoramento. O investigador recebeu, durante a 12.ª edição da conferência PROPOR – Processamento Computacional da Língua Portuguesa, o “Prémio Camões 2016 para as Tecnologias da Língua Portuguesa” pelo desenvolvimento desta plataforma que mede a capacidade de leitura.