Fonte: Academia
Brasileira de Letras.
A
Academia Brasileira de Letras (ABL) divulgou nota manifestando sua preocupação
com a constante e gradual redução do ensino da literatura na educação do país,
particularmente no Ensino Médio. A decisão foi tomada na sessão acadêmica
ordinária. Os acadêmicos ressaltaram que a ABL, “consciente de sua
responsabilidade na defesa da língua e na valorização da cultura nacional,
associava-se a outras entidades, no propósito de atender ao apelo da Comissão
de Educação da Câmara dos Deputados, que se mostrou disposta a ouvir a
sociedade sobre o assunto". A iniciativa foi da deputada Maria do Rosário
(PT-RS), que propôs a realização de uma audiência pública para debater a
situação da leitura e do ensino de literatura na educação básica. Leia abaixo a
íntegra da nota enviada pela ABL:
A
LITERATURA E A EDUCAÇÃO
A
Academia Brasileira de Letras, consciente de sua responsabilidade na defesa da
língua e na valorização da cultura nacional, se associa a outras entidades e
atende ao apelo da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e vem a público
manifestar sua preocupação com a constante e gradual redução do ensino da
literatura na educação brasileira, particularmente no ensino médio.
Convencida
de que a escola deve desempenhar o papel de promotora da igualdade de
oportunidades em uma sociedade democrática, a ABL faz questão de sublinhar que,
para grande parte da população brasileira, é o sistema de ensino que tem
condições de oferecer os primeiros contatos com a literatura, ao abrir caminhos
para a permanência da leitura na vida do cidadão. Assim, a formação de
professores, em todos os níveis, deve incluir a oportunidade de contato com a
literatura, de modo a que se possam compreender a força e a importância desse
legado.
Sabedora
de que as obras literárias oferecem uma possibilidade ímpar para diversificar
experiências, compreender o outro, confrontar pontos de vista e alargar o
horizonte de ideias, bem como refletir sobre valores e reforçar o humanismo e o
pensamento crítico, a Academia Brasileira de Letras reitera que o acesso ao
universo da literatura é um direito de todos os cidadãos, um patrimônio de
todos os brasileiros que não pode ser subestimado.
No
momento em que se discute uma Base Nacional Comum Curricular e a Câmara dos Deputados
abre o debate sobre a matéria, mais uma vez a ABL insiste na defesa da língua e
da cultura nacional como patrimônio inalienável dos brasileiros, alertando para
a necessidade de que não se eliminem, nem se reduzam, os espaços de acolhimento
da literatura no processo educacional.
Academia
Brasileira de Letras
Novembro
2015
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