Autora: Bruna Cortez.
Fonte:
Valor Econômico. Data: 9/05/2012.
A varejista virtual americana Amazon mostrou, ontem, como
está empenhada em avançar nas negociações com as editoras brasileiras para
lançar seu serviço no Brasil. Durante palestra no III Congresso Internacional
do Livro Digital, Pedro Huerta, diretor de conteúdo Kindle para América Latina,
não economizou nos números sobre o crescimento da receita de grandes editoras
americanas e britânicas com a venda de livros digitais. A mensagem - em tom de
conversa de bom vendedor - foi taxativa: "Confiem em mim, o [meio] digital
é um caminho sem volta", disse o executivo.
Apesar de ter evitado falar sobre o estágio das negociações
no Brasil, Huerta deu sinais de que a queda de braço com as editoras locais
continua a ser uma dor de cabeça para a Amazon. Ao comentar sobre sua área de
formação - o executivo formou-se em engenharia em uma universidade alemã -,
Huerta brincou, dizendo que o assunto "só não é tão chato quanto ter de
negociar com as editoras brasileiras".
O principal ponto de conflito entre a Amazon e as editoras
é o desconto que a varejista americana planeja conceder ao consumidor na venda
dos livros digitais. Segundo profissionais do setor, o plano original da Amazon
era dar um desconto de 70% sobre o preço de capa de uma publicação impressa. A
companhia diminuiu essa taxa para 50%, mas ainda não parece ser o bastante. As
editoras brasileiras querem que os e-books tenham um abatimento menor.
Desde domingo, quando chegou ao Brasil, Huerta tem visitado
editoras brasileiras na tentativa de chegar a um acordo sobre os termos de
possíveis parcerias. Na segunda e na terça-feira, o executivo esteve no Rio de
Janeiro, de acordo com Mauro Widman, gerente de vendas da Amazon que tem
acompanhado Huerta nessas visitas. Segundo apurou o Valor, Huerta vai para o interior de São Paulo hoje, retornando à
capital no mesmo dia. O executivo deixa o país hoje.
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