Fonte: O Tempo.
URL: www.otempo.com.br/interessa/mineiros-querem-mais-bibliotecas-e-museus-no-estado-1.1059510
Autoria: Raquel Sodré.
Os mineiros são um povo notoriamente
tradicional. Mas isso não se contrapõe ao seu interesse por ciência e
tecnologia. Uma nova pesquisa realizada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais (Fapemig), juntamente com o laboratório de Inovação,
Cidadania e Tecnociência (Incite), da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), revelou que dois terços dos mineiros se interessam pelo tema.
O que falta, no entanto, é o acesso a
discussões, informações e atividades que englobem essas áreas. Nos últimos 12
meses, segundo os dados da pesquisa, somente 12% dos entrevistados visitaram um
museu de artes, 6% foram a um museu de ciências, 18% foram a um jardim
zoológico, e apenas 20% foram a uma biblioteca. As classes mais baixas reclamam
de falta de acesso fácil a esses equipamentos de cultura. Já as classes mais
altas declaram não ter tempo para esse tipo de programa.
“Na Índia, a quantidade de pessoas
que visitaram um zoológico nos últimos 12 meses é praticamente o dobro. Na
Argentina, as que visitaram um museu de arte no período também foram
praticamente o dobro”, comparou o pesquisador Yurij Castelfranchi, coordenador
da pesquisa, fundador do Incite e mestre em comunicação da ciência.
O trabalho, inédito no Estado,
servirá para orientar o Estado sobre a melhor forma para investir as verbas
destinadas à produção científica. “O mineiro está muito preocupado com a
ciência e a tecnologia para a saúde, para o meio ambiente, para a agricultura.
Com esses dados, sabemos onde investir mais recursos da nossa pesquisa”,
declarou o presidente da Fapemig, professor Evaldo Vilela.
De posse dessas informações, os
especialistas já começam a pensar nas próximas ações para aumentar esse acesso
à informação científica. “Há um novo tipo de comunicação e cultura científica
que é feito de participação. Debates, cafés científicos, museus com atividades
para as pessoas. Trata-se de você não apenas contemplar a informação, receber,
mas participar”, adianta o professor Castelfranchi.
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