Fonte: Século Diário. Data: 4/06/2013.
URL:
www.seculodiario.com.br/exibir.php?id=8667
Até o próximo dia 28 de junho, a
Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES) apresenta uma exposição de
literatura erótica. A mostra reúne cerca de 50 títulos oriundos das várias
coleções da instituição e conta com a curadoria do escritor e professor do
Departamento de Comunicação Social da Ufes Erly Vieira Jr..
Entre os livros se destacam obras
clássicas do gênero, como o Satyricon, de Petrônio, a Arte de Amar,
de Ovídio, o Decameron, de Boccaccio, com belas ilustrações a cores, o
Jardim Perfumado, de Nafzawi, o Diálogo das Prostitutas, de
Aretino, as Memórias de Casanova e, como amostra da vasta obra do
Marquês de Sade, Justine.
As obras Drácula, de Bram
Stoker, e Entrevista Com o Vampiro, de Anne Rice, garantem, nas
palavras de Erly Vieira Jr. “a presença da metáfora erótica do vampiro e sua
forte capacidade de seduzir”.
Outras presenças essenciais são O
Amante de Lady Chatterley, de D. H. Lawrence, Ulisses, de Joyce,
cuja publicação na Inglaterra e nos Estados Unidos esteve proibida durante
cerca de vinte anos, além de Henry Miller (também proibido pela censura), com Sexus,
Nabokov, com Lolita, e Pasolini, com Teorema, e autores de
best-sellers dos anos 1960-70 como Harold Robbins e Jacqueline Susann.
Dentre os brasileiros comparecem os
ícones Nelson Rodrigues, Cassandra Rios e Hilda Hilst, mais os capixabas
Bernadette Lyra, com o romance Aqui Começa a Dança, Luiz Guilherme
Santos Neves, com os contos erótico-fantásticos de Torre do Delírio,
Saulo Ribeiro, com Diana no Natal, e Reinaldo Santos Neves, com A
Ceia Dominicana, onde se faz um diálogo com Satyricon.
Entre as obras poéticas figuram a
poesia homoerótica de Paulo Sodré e Waldo Motta e também Cantáridas,
poemas fesceninos dos anos 1930, compostos por Paulo Vellozo e os irmãos Jayme
e Guilherme Santos Neves.
Todos os textos reunidos na
exposição, de certa forma, remetem à concepção que o francês Georges Bataille
fazia do erotismo: uma experiência limítrofe, indizível, uma “perda voluntária
do eu”. Para o filósofo, trata-se de uma tentativa de se recuperar uma
intimidade originária, perdida com o todo, quando somos concebidos e, portanto,
tornados indivíduos.
O curador da mostra explica que,
paralelamente a essa dimensão sagrada do erotismo, outros autores destacam uma
dimensão cotidiana, uma espécie de jogo em que se descobre e se explora o corpo
do outro, esse (não tão obscuro assim) objeto do desejo.
Serviço
Biblioteca Pública do Espírito
Santo (BPES)
Av. João Batista Parra, 165, Praia
do Suá
Vitória, ES
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