Fonte: G1. Data: 19/05/2016.
URL: http://g1.globo.com/educacao/noticia/acervo-defasado-diminui-interesse-por-bibliotecas-diz-pesquisa.ghtml
Pesquisa foi feita pelo Ibope, sob encomenda do
Instituto Pró-Livro. Levantamento mostra evolução do total de leitores no
Brasil.
Locais de estudo e pesquisa, frequentados
eventualmente por estudantes e com acervos defasados. Esse é um panorama que os
números da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2016 traçam sobre as
bibliotecas no Brasil. Os três pontos aparecem no levantamento feito pelo Ibope
sob encomenda do Instituto Pró-Livro.
A pesquisa apontou que o número de leitores no
Brasil cresceu 6% entre 2011 e 2015, e que o total de livros lidos nos três
meses anteriores à pesquisa foi de 2,54 obras.
De acordo com a pesquisa, 37% do público que
frequenta as bibliotecas do Brasil não é estudante. E do seu público
frequentador, 73% as consideram espaço para estudo e pesquisa. As bibliotecas
escolares ou universitárias são as mais citadas. Quando questionado sobre o
tipo de biblioteca que frequentava, 55% citaram esses espaços, enquanto 51%
disseram frequentar bibliotecas públicas.
Apenas 19% dos leitores costumam ler livros em
bibliotecas.
"Outros usos e associações que esse espaço
poderia ter, o que concorreria para a ampliação de seu público frequentador,
tiveram percentuais baixos de menções", aponta a análise dos especialistas
que avaliaram os dados da pesquisa.
Quando questionados sobre a avaliação das
bibliotecas que frequentam, 41% dos leitores disseram não encontrar os livros
que gostariam. Para os entrevistados, o interesse aumentaria com a renovação
das prateleiras: 32% afirmaram que teriam maior interesse pelas bibliotecas se
elas tivessem mais livros ou título novos, e 22% disseram esperar títulos mais
interessantes.
Considerando os dados nacionais, mais da metade
(55%) dos entrevistados disse que havia biblioteca pública no bairro, outros
33% disseram que não e 9% não souberam responder.
Quarenta por cento dos entrevistados disseram não
ir a bibliotecas por falta de tempo. Apenas 5% dos entrevistados disse ir
sempre a uma biblioteca. Outros 66% responderam que não frequentavam, 14%
disseram que visitavam raramente, 15% costumavam ir às vezes.
Metodologia
A edição 2016 é a quarta edição da pesquisa, que
teve também outras publicações referentes a dados coletados nos anos de 2000,
2007, 2011. A pesquisa teve abrangência nacional, com 5012 entrevistas
pessoais, feitas nos domicílios dos entrevistados entre 23 de novembro e 14 de
dezembro de 2015. Foram ouvidos brasileiros a partir de 5 anos, alfabetizados
ou não.
Perfil da amostra
Entre os ouvidos pela pesquisa em 2015, 8% se
declarou "não alfabetizado" ou que "não frequentou escola
formal". Outros 21% disseram ter ensino fundamental I (1º ao 5º ano), 25%
declararam ter o fundamental II (6º ao 9º ano), 33% o ensino médio e 13% o
ensino superior.
Responsável pela pesquisa, o Instituto Pró-Livro
(IPL) foi criado em 2006 pelas entidades do setor do livro – Associação Brasileira
de Livros Escolares (Abrelivros), Câmara Brasileira de Livros (CBL) e Sindicato
dos Editores de Livros (SNEL). É mantido por contribuições dessas entidades e
de editoras, com o objetivo principal de fomento à leitura e à difusão do
livro.
Desde a segunda edição o Instituto adotou
metodologia que considera as orientações do Centro Regional de Fomento ao Livro
na América Latina e no Caribe (Cerlalc), da Unesco, e pela Organização dos
Estados Ibero-americanos (OEI). O objetivo foi buscar um padrão internacional
de medição que permita eventuais comparações e estudos sobre a questão da
leitura nos países da região.