Fonte: Agência Brasil. Data:10/05/2016.
Autoria: Isabela Vieira.
Conhecer o acervo da
Biblioteca Nacional de Portugal, incluindo originais da Torre do Tombo, que
guarda arquivos históricos das navegações e da chegada dos portugueses ao
Brasil, em Lisboa, já é possível sem precisar cruzar o Oceano Atlântico.
Por meio de uma
parceria com a Biblioteca Nacional, o acervo das duas instituições está sendo
digitalizado e colocado à disposição do público na internet. São milhares de
títulos dos dois países, incluindo jornais e revistas, que podem ser acessados
a qualquer hora do dia, de qualquer lugar do mundo. A expectativa é atrair
cerca de 100 mil acessos por mês.
O material está reunido
no portal Biblioteca Digital
Luso-Brasileira, disponível a partir de hoje
(10), com mais de 2 milhões de documentos, sob domínio público, de várias
épocas e gêneros. Entre eles, a primeira edição de Os Lusíadas, de Luís de
Camões, de 1572, e a Carta de Abertura dos Portos, de 1808, assinada pelo
príncipe regente, Dom João de Bragança, quatro dias após a chegada da família
real à Salvador.
“É a primeira
iniciativa a reunir coleções de língua portuguesa, preservando o material –
porque, no momento que você digitaliza, você evita o manuseio do original – e o
mais importante, democratizando o acesso”, disse a coordenadora da biblioteca,
Angela Bettencourt.
O acervo da Biblioteca
Luso-Brasileira conta também com obras de 30 instituições de Portugal e mais 20
do Brasil, incluindo o Real Gabinete de Leitura, fundado por imigrantes
portugueses no Rio, em 1837. O prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio
Estadual.
Esta é a primeira vez
que bibliotecas de países de língua portuguesa se juntam para disponibilizar
seus acervos conjuntamente e buscam se igualar a outras iniciativas mundiais.
Na Europa, a Biblioteca Digital Europeia – Europeana, tem o maior acervo
digital do mundo, com mais de 53 milhões de títulos entre livros, desenhos,
pinturas, mapas, vídeos e fotos.
De acordo com a
coordenadora, o próximo passo é integrar acervos de países de língua portuguesa
de outros países e o primeiro deve ser Moçambique. “Eles já vieram aqui fazer
um estágio e, provavelmente, serão os primeiros a se juntar nesta iniciativa”.
A Biblioteca Digital Luso-Brasileira foi concebida em software livre.
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