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de 2016. Criada em 2001, é uma obra que conta com a colaboração de milhares de
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30 de jan. de 2016
Lançamento: Ler se aprende lendo
LER
SE APRENDE LENDO
Introdução
Grande editora brasileira
na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Briquet de Lemos / Livros, lançou recentemente um novo livro, de Tarcisio
Zandonade, Ler se aprende lendo,[1] com o objetivo de promover
a proficiência em leitura para jovens brasileiros. Este e-book está disponível para download
em www.briquetdelemos.com.br por
quinze reais. O autor argumenta que a maioria das escolas públicas brasileiras não
está em condições de alfabetizar adequadamente porque não fornece aos jovens os
livros desde o início da leitura, logo depois de aprenderem como reconhecer
símbolos alfabéticos.
No Brasil, apesar da
recente regulamentação federal que exige uma legítima biblioteca escolar em
qualquer instituição de ensino,[2] gerida por um profissional
bibliotecário, muitos sistemas públicos de ensino estão adiando o cumprimento
desta exigência legal, o que atrasa o fornecimento de livros para os alunos e os
professores, devido à desinformação oficial acerca das prioridades educativas
ou, pior ainda, à falta de vontade política.
Sem
a biblioteca, a escola não está completa
O princípio fundamental
apoiado por este livro é o de que a biblioteca escolar é um membro fundamental do
organismo escolar. Uma escola sem biblioteca é incompleta e se torna uma
instituição sem memória. Por conseguinte, esta escola deficiente nunca será
capaz de realmente educar seus alunos, nem atualizar seus professores. A
competência em leitura e escrita é o requisito principal para um cidadão chegar
a uma posição digna e ativa na sociedade, e o sistema de ensino tem o dever de
fornecer os meios necessários para alcançar a plena cidadania.
No Brasil, após um
fracasso consistente de um percentual alarmante de jovens estudantes em provas
nacionais e internacionais de leitura e escrita, muitos críticos têm fomentado
a ‘promoção da leitura’, mas concluem abertamente que “os alunos brasileiros
sabem ler, mas não entendem o que lêem”. Poucos, no entanto, procuram a
verdadeira causa desta falha. Outra convicção apoiada neste trabalho é a de que
a leitura e a escrita, para serem apreciadas, é necessário ensinar as origens
da arte da leitura e da escrita, desenvolvimentos da aquisição da linguagem,
através da qual “o fenômeno do conhecimento, o grande milagre do nosso universo”[3] pode ser acumulado na
mente humana.
O
processo mágico da leitura
Para ser capaz de
apreciar a leitura, o aprendiz é, sem dúvida, motivado pela compreensão do
processo óptico e neurológico da leitura. A leitura e a escrita são artes que
só podem ser aperfeiçoadas através de ‘repetição’: quanto mais se lê, mais se
aprende a ler, e aprender, aprende-se principalmente pela constante e metódica leitura
e escrita. Quanto mais se lê e se escreve, tanto mais se acumula conhecimento.
A leitura é um processo
complexo, que é definido como “geralmente o aspecto visual da aprendizagem, e
contém... sete etapas", como explica claramente Tony Buzan em seu
internacionalmente apreciado trabalho Use
Your Head (use a cabeça).[4] Buzan define estas sete etapas
como: (1) reconhecimento, o
conhecimento que o leitor aprendeu dos símbolos alfabéticos; (2) assimilação, a reflexão de luz a partir
da palavra, recebida pelo olho e, em seguida, transmitida através do nervo
óptico para o cérebro; (3) compreensão
ou intra-integração, consolida todas
as parcelas de informação que estão sendo lidas; (4) compreensão ou extra-integração,
o leitor amalgama a informação capturada com todos os conhecimentos anteriores
em sua mente; (5) retenção,
armazenamento da informação – ou memorização
– no banco de dados da mente do leitor; (6) evocação,
a capacidade do leitor de recuperar da memória a informação sempre que necessária;
(7) comunicação, a principal função
da linguagem, ou seja, o uso do conhecimento interpessoal.
Conclusão
A leitura e a escrita são
técnicas cruciais a serem estudadas pela ciência da informação, já que a
informação é o processo de interpretar o conteúdo de um documento, fazendo
sentido de uma sequência de registros gráficos ou texto. Depois de analisar o
processo de aquisição da leitura e da escrita, chegamos a três princípios
educativos vitais para a aquisição do conhecimento através da leitura e da
escrita de livros e de outros documentos: (a) ler se aprende lendo; (b) escrever
se aprende lendo; e (c) aprender se
aprende principalmente lendo e escrevendo.
Tarcisio Zandonade,
Bibliotecário
aposentado
[1] ZANDONADE, T. Ler se aprende lendo. Brasília, DF: Briquet de Lemos / Livros,
2015. www.briquetdelemos.com.br.
[2] LEI Nº 12.244, de 24 de maio de
2010. Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino
do País.
[3] POPPER, R. K. Conhecimento objetivo: uma abordagem evolucionária; tradução de
Milton Amado. Belo Horizonte, MG: Itatiaia; São Paulo, SP: Editora da
Universidade de São Paulo, 1975. (Espírito do nosso tempo, v. 13).
[4] BUZAN, Tony. Use sua mente: como desenvolver o poder do seu cérebro. Tradução
de Marla Stern. São Paulo, SP: Integrare, 2011. (Título original: Use your head: how to unleash the power of
your mind).
25 de jan. de 2016
Bactérias nos livros
Fonte: Boa Informação.
URL: http://boainformacao.com.br/2016/01/12/voce-sabe-quais-bacterias-e-possivel-encontrar-em-livros-de-biblioteca/
Muito se fala em cuidados com o acúmulo de bactérias e microrganismos em
objetos com os quais temos contato durante nossas rotinas diárias. Manter a
higiene das mãos e evitar contato com alimentos ou levá-las à boca antes de
estarem limpas é sempre recomendado para não correr qualquer risco de
contaminação.
Sobre isso, nós já publicamos o artigo 8 coisas sujas que passam por suas mãos diariamente e também
mostramos que há5 desses objetos contaminados que não fazem mal a
ninguém. Nesse sentido, algumas pessoas têm cuidados maiores e outras não dão
tanta importância, mas será que alguém já parou para pensar o número de
organismos infecciosos presentes em um livro de biblioteca?
Um artigo publicado no site Mental Floss direciona a
atenção para a possibilidade de contrair qualquer tipo de infecção a partir dos
livros emprestados de bibliotecas. De acordo com o autor, os cientistas atuais
afirmam que manusear uma obra não será suficiente para deixá-lo doente. No
entanto, é no mínimo interessante saber que os livros sim, possuem uma
quantidade incrível de microrganismos e bactérias em suas páginas.
Experimento no início do século 20
Há muito tempo a ciência tenta entender a contaminação
dos livros. Um artigo de 1911, publicado no Boletim da Associação Médica
Bibliotecária, intitulado “A Desinfecção dos Livros”, mostra que a preocupação
com os riscos oferecidos pelas obras já existia. O texto revela que na época já
se tinha conhecimento sobre os tipos de contaminação presentes nesses itens e
cita enfermidades como sarampo, varíola, escarlatina, tracoma (conjuntivite),
febre tifoide, difteria, tuberculose e outras.
A preocupação existia, pois, uma experiência conduzida por um cientista
da época mostrou que a contaminação poderia ocorrer. Ele retirou algumas das
partes mais sujas de uma série de livros e as cozinhou em solução salina.
Depois, centrifugou o líquido e injetou em porquinhos-da-índia. Não demorou até
que a maioria dos animais acabasse morrendo por tuberculose, ou por infecções
por sepse e estreptococos.
Logo, a publicação atentava para um costume não higiênico que as pessoas
tinham: o de umedecer os dedos com a boca ao estarem folheando os livros. Esse
hábito ainda hoje é comum, portanto, se você for uma dessas pessoas que molhas
os dedos na boca, é interessante rever isso.
Bem, por
mais que o risco de infecções não seja tão grande, alguns estudos recentes
revelaram a presença de substâncias um tanto quanto desagradáveis nos livros.
Em 2013, as obras mais populares da Biblioteca Pública da Antuérpia, na
Bélgica, apresentaram traços de cocaína e herpes. Aparentemente, a droga se
justifica pela grande rede de tráfico presente na cidade, mas para o vírus não
há explicação. De qualquer forma, ambas as substâncias também tinham
quantidades minúsculas e insuficientes para causar qualquer consequência.
Um ano antes, em 2012, houve diversos relatos de usuários de bibliotecas
públicas americanas sobre a existência de percevejos-da-cama em livros e móveis
das salas de leitura. Mesmo com a situação tendo sido controlada, é sempre bom
saber que há uma solução para estes casos.
Se você se deparar com algum pequeno ser inesperado desses em um volume
que emprestou, a saída é transportar o objeto em uma bolsa de pano e, ao chegar
em casa, passar a bolsa em um secador quente durante meia-hora. Segundo a
especialista em pesticidas Alicia Leytem, a recomendação é suficiente para
matar todos os bichos e ovos presentes na publicação.
Evento: Cosplay
Na sexta-feira, dia 29 de janeiro, a partir das
23h, a Biblioteca Mário de Andrade inova sua programação cultural
e recebe um “Encontro de Cosplay”. Essa primeira edição do
evento é direcionada para os fãs e admiradores da saga Star Wars.
Fonte: Catraca Livre.
O público vai poder presenciar Stormtroopers
fazendo sua patrulha pela Biblioteca até às 3h da manhã. Mas não se enganem:
todos os tipos de fantasias são bem-vindos, vale se inspirar em personagens de
games, filmes, desenhos, HQs... quem você preferir.
Pesquisa indica as cidades que mais lêem
Autoria: Ricardo Welbert.
Fonte: G1. Data: 18/01/2016.
Divinópolis
é a quinta cidade mineira com o maior número de pessoas que afirmam gostar de
ler. O município do Centro-Oeste registrou 55,08% de fãs declarados da leitura,
atrás apenas de Teófilo Otoni (58,72%), Poços de Caldas (57,47%), Juiz de Fora
(58,59%) e Belo Horizonte (63,14%).
O
levantamento foi realizado em 2015 pela Data Cultura, com recurso da Secretaria
de Estado de Cultura. O resultado foi publicado em um livro cujo título alcança
a metalinguagem: "O Livro em Minas Gerais", editado pela Câmara
Mineira do Livro.
De
acordo com o organizador da obra, Zulmar Wernke, a cidade do Centro-Oeste
possui a vantagem de ficar perto de Belo Horizonte, a 117,7 quilômetros. Outro
ponto positivo é o fato de ser uma cidade universitária. "O município tem
bons índices de escolaridade, destacando-se o elevado número de pessoas com
graduação e pós-graduação, que é de cerca de 17% da população estimada em
228.643 habitantes", avaliou.
Outro
fator apontado como responsável pelo resultado é o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) de Divinópolis, que é de 0,764 e indica um crescimento da renda,
da escolaridade e da longevidade da população, colocando o município na 304ª
posição no ranking das cidades brasileiras e na 21ª posição das cidades de
Minas. São 146 escolas públicas e particulares, sendo que 112 possuem
bibliotecas. Há ainda uma biblioteca pública e uma universitária, além de cerca
de oito faculdades particulares.
Segundo
a pesquisa, os divinopolitanos leem 2,53 livros ou partes de livros, em média,
a cada três meses. Índice que está acima das médias nacional (1,85) e mineira
(1,62). "O perfil da população explica, em parte, este resultado positivo.
Há predomínio de pessoas com escolaridade acima do ensino médio e superior.
Outro fator importante que propicia um bom índice de leitura na cidade
refere-se a sua infraestrutura cultural, com museu histórico, teatro, salas de
cinema e circulação de jornais", Wernke.
Livrarias e sebos impulsionam mercado
Divinópolis
tem 12 livrarias que oferecem catálogos em áreas gerais, além de livros
didáticos e universitários. O empresário Daniel Bicalho é dono de uma delas. A
Boutique do Livro fica na região central e tem 25 anos de mercado
"Hoje
o ramo livreiro vive um momento interessante, com um constante aumento nas
vendas de livros e, por consequência, nos hábitos de leitura. Apesar disso,
muitas livrarias estão fechando, porque muita gente prefere as vantagens de
comprar pela internet", avaliou.
A
competição nas vendas de livros se expande com a colocação de exemplares à
venda em bancas de revistas, supermercados e outros pontos de venda. "As
livrarias físicas vêm encontrando dificuldades em se sustentar diante de toda
essa concorrência. Existem caminhos, que são os que tentamos trilhar. Um deles
é o de oferecer um ambiente agradável e um atendimento de qualidade, que fazem
com que o cliente sinta um gosto a mais", afirmou.
A
aposta de Daniel Bicalho segue uma tendência adotada por grandes livrarias,
como a brasileira Leitura. Essas empresas entendem o negócio como um segmento
de lazer cultural. "A partir do momento em que o livreiro enxerga seu
negócio como mero serviço de entrega de livros, fica fadado a acabar. Ele
precisa ver o estabelecimento como local para lançamentos de livros e outros
eventos culturais. Se uma livraria servir apenas para entregar livros, ninguém
precisará delas", pontuou.
Já
os sebos, que são lojas que compram, vendem e trocam livros e revistas usados,
Divinópolis possui três - todos também localizados na região central. Vilma Araújo
é dona de um deles. O Letras no Jardim existe há 11 anos. Neste período, afirma
a proprietária, o movimento só cresceu.
"A
procura por leitura na cidade aumentou muito. Isso nos faz refletir sobre o
quão estavam enganados aqueles que profetizavam o fim do livro de papel a
partir da popularização do computador. Em plena era digital, a maioria das
pessoas não gosta de ler em celular ou tablet. O fato de serem produzidos
filmes sobre histórias que começaram em livros [como a mundialmente conhecida
saga do bruxo Harry Potter, criação da britânica J. K. Rowling] também promove
uma grande procura pelos livros. Nós, que vendemos livros, precisamos ler essas
obras para sabermos recomendá-las aos clientes", destacou.
Teoria comprovada
As
livrarias são os principais pontos de disseminação e venda de livros ao
consumidor final. Pelos resultados da pesquisa, 54% delas ficam em Belo
Horizonte e 46% estão espalhadas pelo estado. "O maior percentual está no
interior. A região central do estado concentra 26%, excluindo a capital. A
região da Zona da Mata tem 17%. O Triângulo Mineiro, 12%. O Centro-Oeste tem
11%. O Rio Doce tem 8%. O Norte e o Alto Paranaíba aparecem juntos, com 4%.
Finalmente, as regiões Noroeste e Jequitinhonha, com 2%", acrescentou
Zulmar Wernke
Segmentos de leitura
A
pesquisa também mostra o que mais se lê nas cidades pesquisadas. Em Divinópolis
aparecem os jornais impressos (com 71,64% da preferência), as revistas
(67,16%), os livros (61,40%), textos na internet (50,24%), a "Bíblia"
(52,99%), os livros eletrônicos (15,67%) e os textos escolares (42,54%).
Maior que a média do Brasil
Os
dados da pesquisa também revelam que entre os nove municípios estudados, seis
possuem médias de leitura mais altas que a do país (que é de 1,85) e a de Minas
Gerais (1,62). Divinópolis é a terceira neste quesito, com 2,53. Perde apenas
para Juiz de Fora (3,05) e Poços de Caldas (4,34).
Sobre a pesquisa
Os
pesquisadores selecionaram nove municípios de Minas Gerais segundo o critério
da representatividade. Pelas dimensões do Estado, as regiões foram
representadas pela capital e mais oito cidades-polo, onde os serviços como
educação e saúde são utilizados pelos municípios que gravitam em torno delas.
Assim, acredita-se que as respostas representam o perfil do comportamento da população
de cada região, com relativa precisão (90% de confiança e margem de erro de 3,5
pontos percentuais para mais ou para menos).
Zulmar
Wernke explica que o objetivo geral da pesquisa foi esboçar o comportamento do
leitor mineiro e seus hábitos de leitura. "Não estávamos focados
exclusivamente no interesse da cadeia produtiva. As leituras de conteúdos
digitais e on-line foram incluídas por entendermos que contribuem
significativamente para a formação do leitor", concluiu.
Minas estuda a remição pela leitura
Fonte: Consultor Jurídico.
Data: 20/01/2016.
A
Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais pretende levar a todas as
151 unidades prisionais sob sua administração a oportunidade de os detentos
terem acesso à remição pela leitura, prevista na Recomendação 44/2013 do
Conselho Nacional de Justiça. Por meio dessa medida, o preso pode abater quatro
dias do tempo de sua pena a cada livro lido.
Segundo
Louise Bernardes Passos Leite, superintendente de Atendimento ao Preso, hoje
esse benefício está disponível em apenas 14 das 151 unidades prisionais do
estado, com a participação de cerca de mil apenados (3,47% do total de
cumpridores de pena em Minas). A superintendente, ao falar sobre a necessidade
de expandir a prática, destacou o “poder transformador da leitura” para a
reinserção social dos detentos.
“O
preso, quando começa a fazer a remição pela leitura, passa a querer também se
matricular na escola do presídio e seguir nos estudos. Além disso, ele não tem
problema de disciplina, conversa melhor, fala melhor, se relaciona melhor não
só com os colegas de cela, mas também com servidores”, afirma Louise Passos,
que ressalta a importância do acesso à leitura para o apenado conhecer e
reivindicar seus direitos, como, por exemplo, o atendimento à saúde.
“Às
vezes, o preso chama pelo atendimento, mas nem ele sabe se precisa de um
psicólogo, de um dentista. Já o preso envolvido na remição pela leitura, nesse
projeto do CNJ, sabe dizer exatamente o que está precisando”, diz a gestora,
que discute com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais a possibilidade de
expansão da remição pela leitura, tendo encaminhado à corte, inclusive, uma
minuta de resolução conjunta nesse sentido. Além da expansão da prática da
remição, explica a superintendente, a adesão do Judiciário seria importante
para a padronização dos procedimentos em todo o sistema carcerário mineiro.
Acervos de livros
Conforme
a Recomendação 44/2013 do CNJ, as unidades prisionais devem manter nos acervos
de suas bibliotecas pelo menos 20 exemplares de cada livro a ser trabalhado no
desenvolvimento das atividades. As publicações podem ser fornecidas pelo Poder
Judiciário, pelo Departamento Penitenciário Nacional, órgãos estaduais da
administração penitenciária ou mesmo pela sociedade.
A
participação do preso nas atividades de leitura, segundo a norma do CNJ, deve
ser voluntária, e ele terá prazo de 21 a 30 dias para ler uma obra, que pode
ser literária, clássica, científica ou filosófica, entre outras. Ao final da
leitura, deve apresentar uma resenha sobre o livro à comissão organizadora da
unidade prisional, que avaliará se o conteúdo está compatível com o livro. O
resultado dessa avaliação deve ser enviado, por ofício, ao juiz de Execução
Penal competente, responsável pela decisão final a respeito da remição.
Em
Minas Gerais, uma das últimas unidades prisionais a adotar a remição pela
leitura foi o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional de Juiz de Fora, na
Zona da Mata, onde as atividades começaram em novembro com a participação de 27
presos. Eles leram dois livros: A Última Pedra, do bispo Rogério Formigoni,
sobre um jovem que consegue se livrar do vício em drogas, e Kairós, do padre
Marcelo Rossi, a respeito da importância da oração para o fortalecimento da fé.
Em outras unidades prisionais mineiras, os livros mais lidos são Primo Basílio,
de Eça de Queirós, A Cabana, de William P. Young, e o Caçador de Pipas, de
Khaled Hosseini.
Campanha pela leitura
O
juiz da Vara de Execuções Penais da Comarca de Juiz de Fora, Daniel Reche
Motta, otimista com os resultados do programa, fez uma campanha entre os
funcionários do fórum voltada à aquisição de mais livros. “Quando tive notícias
de que outras comarcas no Brasil aderiram à recomendação do CNJ, isso veio ao
encontro das minhas convicções sobre a força da leitura na transformação do ser
humano”, explica o magistrado.
Em
Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Defesa Social também pretende expandir
o número de escolas instaladas no sistema carcerário — atualmente, 105 das 151
unidades prisionais contam com salas de aula, onde estão matriculados 6,1 mil
detentos (o equivalente a 9,95% de toda a população prisional mineira). Com a
frequência escolar, os presos podem receber o benefício da remição pelo estudo,
normatizada pela Lei 12.433/2011. Ela prevê a redução de um dia do tempo da
pena a cada 12 horas de estudo, divididas, no mínimo, em três dias.
A
superintendente de Atendimento ao Preso da SDS, Louise Bernardes Passos Leite,
explica que os apenados de unidades prisionais dotadas tanto de biblioteca
quanto de escola podem ter acesso aos dois tipos de remição, ou seja, pela
leitura e pelo estudo. Os detentos que trabalham, por sua vez, recebem como
benefício outro tipo de remição, reduzindo o tempo da pena em um dia a cada
três trabalhados, conforme a mesma Lei 12.433/2011.
O desacordo ortográfico
Fonte: Deutsche Welle. Data: 14/01/2016.
Autoria: Ricardo Domeneck.
Sobre língua não se legisla. Quando isso ocorre, é
sempre um ato de cima para baixo, ordens do topo da pirâmide para o povo na
areia escaldante, e ocorre com frequência num contexto de dominação e incompreensão
das diferenças que enriquecem nossa fala.
Um dos primeiros atos dessa natureza no Brasil foi
o do Marquês de Pombal, que baniu em 1758 a língua geral paulista, derivada do
tupi e que se falava em São Paulo, por exemplo, tornando a língua portuguesa obrigatória
na colônia. O nheengatu é a única das línguas crioulas que sobreviveu, sendo
falada ainda hoje no norte do país.
Não, este não é um texto de um Policarpo Quaresma,
que gostaria de ver o tupi como língua oficial do país. Eu certamente teria
gostado muito de ter crescido bilíngue, falando o português e o tupi ou uma das
línguas crioulas derivadas deste, como a língua geral paulista ou o nheengatu.
Como teria sido nossa relação com a terra e com os povos nativos que nos
formaram se isso tivesse ocorrido? Talvez a pergunta de Oswald de Andrade siga
válida: “Tupy or not tupy, that is the question.”
Estou certo de que muitos gostam de pensar que não
há outros escritores que amem a língua portuguesa tanto quanto ele ou ela. Eu
tenho um prazer imenso em falá-la. Quando faço leituras públicas dos meus
textos, algumas pessoas já disseram que elas estranham a forma como leio, por
articular demais as sílabas. Eu articulo mesmo. Gosto de cada som, de ir do
alto ao baixo na língua – tanto neste conjunto de signos como com o órgão que
escondo entre os dentes.
Na linda canção Língua, Caetano Veloso o diz
bem: “Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões / Gosto
de ser e de estar / E quero me dedicar a criar confusões de prosódia / E uma
profusão de paródias / Que encurtem dores / E furtem cores como camaleões /
Gosto do Pessoa na pessoa / Da rosa no Rosa / E sei que a poesia está para a
prosa / Assim como o amor está para a amizade / E quem há de negar que esta lhe
é superior? / E deixe os Portugais morrerem à míngua /’Minha pátria é minha
língua’ / Fala, Mangueira! Fala!”
A relação do brasileiro com a língua portuguesa me
parece bastante única dentro do contexto pós-colonial. Não sei como é isso em
países como Angola e Moçambique, onde as guerras de independência ainda estão
frescas na memória. Queria ouvir todos. Sim. Fala, Mangueira. Fala, Mooca. Mas
falem conosco também, Alfama e Baixa. Falem conosco, Kikolo e Panguila.
Precisamos de todos.
Meu primeiro contato com acordos ortográficos foi
em volumes antigos de poetas como Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles
– aquelas primeiras edições da Nova Aguilar de suas obras completas, em capa
dura e papel-bíblia. Aquelas “flôres” e “fôrmas”, “seqüências” e “ungüentos”,
assim mesmo, com tils e tremas. Lembro-me de, ainda criança, ter perguntado a
um adulto, já não me lembro quem, por que não tínhamos K, Y e W na língua
portuguesa. A explicação me pareceu bastante plausível: porque o C, o I e o V
já cumpriam as mesmas funções fonográficas e não tínhamos um som específico
para aquelas.
Precisamos realmente de outro acordo ortográfico, e
os motivos para esse novo acordo são plausíveis? Algum leitor brasileiro algum
dia teve problemas ao ler edições portuguesas de poetas como Fernando Pessoa e
Mário Cesariny? E o que fazer com os poemas de Mário de Andrade, por exemplo?
Pessoalmente, não acho que o acordo seja uma tragédia. Mas temo os problemas
maiores neste campo mesmo da escrita, onde ainda há tanto racismo, ignorância e
mentalidade colonialista. Parece-me simplesmente um desperdício de energia e
recursos, uma demonstração de incompreensão da língua justamente por aqueles
que querem legislar sobre ela.
Uma ortografia unificada não vai mudar nossas
diferenças sintáticas e nossos vocabulários cheios de marcadores históricos –
lembretes de quanto sangue e quanto sofrimento esta língua linda custou às
colônias. E ainda assim a amamos. E quanto. Cheguei a ler que acreditam que
este acordo unificando as línguas trará mais prestígio internacional a ela. Quanta
baboseira, vendo a maneira como tratam a literatura em nossos países. Prestígio
à língua portuguesa traz a reputação internacional de Fernando Pessoa. A febre
que os livros de Clarice Lispector estão causando no mundo anglófono – mundo
que, por sinal, não tem um acordo ortográfico unificando-o.
A briga sobre o mais recente acordo ortográfico vai
continuar e, infelizmente, em muitos casos pelos piores motivos. Li textos a
respeito que apenas pingavam de racismo velado e aquela velharia da mentalidade
colonialista. Não precisamos de puristas, e vejo purismo por vezes tanto nos
que defendem e atacam o novo acordo. Portugueses vão continuar não lendo
brasileiros, brasileiros vão continuar não lendo moçambicanos, e assim por
diante. Acreditar que um acordo ortográfico vá mudar isso ou que seja realmente
um primeiro passo necessário mostra que continuamos sendo regidos por
bacharéis.
Porque acordo ortográfico nenhum vai ajudar um
leitor brasileiro a entender o que um poeta angolano quer dizer com “mulemba”
ou um leitor português a entender o que um poeta brasileiro quer dizer com
“macambira”, assim como eu próprio levei tempo para descobrir o que eram
“osgas” nos poemas de Adília Lopes, e, ao descobrir, enriqueci minha lusofonia.
Entretanto, é necessário ter acesso à língua comum, mas diferente.
Estes dias peguei-me perguntando o que Elomar
Figueira Mello quer dizer com “futuca a tuia” em uma de suas canções. E que
tristeza é abrir uma edição recente de Mensagem, de Fernando Pessoa, e
ver que corrigiram sua ortografia propositalmente antiga! Enlouqueceram,
bacharéis? Que baixaria. Vão querer me corrigir ao pedir “a bença” para
a minha vó morta? Precisamos deixar de ignorãça, meu povo. Cadê, quedê
ou onde é o encontro anual entre escritores lusófonos? Um ano em Lisboa, outro
em Luanda, depois em Maputo, e no Rio de Janeiro, passando por Bissau e aquela
capital de lindo nome, Praia.
Os esforços não seriam muito mais válidos para nos
unir? Por que a tal comunidade não começa a publicar e distribuir gratuitamente
volumes de poetas de cada país lusófono em cada um dos países lusófonos? Ou é
tudo apenas para ajudar editoras a vender seus xaropes? Ora, sem saber o que
exatamente quero dizer, mas confiando no poeta, conclamo os falantes da língua
portuguesa: “futuca a tuia, pega o catadô, vâmu plantá feijão no pó. ”
Acessibilidade em biblioteca pública
O projeto
Acessibilidade em Bibliotecas Pública realiza, a partir de 1º de fevereiro, a
terceira e última etapa das formações para as equipes das dez bibliotecas
participantes. Até o fim de março, será realizada em cada uma destas
instituições a oficina “Treinamento Sobre Equipamentos de Tecnologia Assistiva
(TA) ”, com carga horária total de 16 horas.
Esta formação
visa a capacitação dos colaboradores destes equipamentos culturais, bem como de
seus respectivos sistemas estaduais, para o uso dos equipamentos de TA em seu
cotidiano; sobretudo para acessibilidade no livro e na leitura. A oficina está
vinculada à meta “Acesso à Tecnologia Assistiva”.
Entre
novembro e dezembro do ano passado, todas as bibliotecas do projeto receberam
equipamentos de TA disponibilizados pelo Acessibilidade em Bibliotecas
Públicas, tais como impressoras Braile, linhas Braile e scanners com voz.
Etapas
A primeira
etapa da fase de capacitação aconteceu em julho e agosto de 2015 com o curso de
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Módulo Instrumental. A segunda se deu
entre setembro e dezembro com a realização de cursos, oficinas e ações sobre a
temática do livro e da leitura acessível a todas as deficiências.
As ações
estão sob responsabilidade da Mais Diferenças, que é a organização encarregada
da execução do projeto do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNPB), da
Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) do Ministério da
Cultura (MinC).
Veridiana
Negrini
Mais
Diferenças / Comunicação
Benedito
Sverberi
Telefone: (11) 3881-4610
22 de jan. de 2016
Novo número: Ciência da Informação
Acaba de ser publicado o v. 43,
n. 1, 2014, da revista Ciência da Informação. Abaixo o sumário deste
número.
Editorial
Organização do Conhecimento. Marisa
Bräscher.
Artigos
Originais
Análise de domínio como perspectiva
metodológica em organização da informação. José Augusto Chaves Guimarães.
Análise de assunto a partir de uma
perspectiva histórica do ARIST. Gercina Ângela Borém de Oliveira Lima, Benildes
Coura Moreira dos Santos Maculan.
Cartografia temática e de colaboração em
organização do conhecimento no Brasil (2000-2010). Nair Yumiko Kobashi, Fernanda
Díaz, Solange Santana.
Avaliação da indexação por meio da
recuperação da informação. Mariângela Spotti Lopes Fujita, Isidoro Gil- Leiva.
Termo, conceito e relações conceituais: um
estudo das propostas de Dahlberg e Hjorland. Maria Antônia Fonseca Melo, Marisa
Bräscher.
Princípios para modelagem de domínio: a
posição de Barry Smith e de Ingetraut Dahlberg. Maria Luiza de Almeida Campos, Hagar Espanha Gomes.
Control de vocabulario: orígenes, evolución y proyección. Mario Barité.
Metafiltro para controle terminológico de
metáforas no domínio da homossexualidade masculina. Fabio Assis Pinho.
Informação musical: sistemas de
classificação sob o olhar da semiótica. Lígia Maria Arruda Café, Camila
Monteiro de Barros.
Memória do conhecimento: em busca de
sustentabilidade para os objetos digitais. Vera Dodebei.
Organização e representação do
conhecimento por meio de mapas conceituais. Maria Rosemary Rodrigues, Brígida
Maria Nogueira Cervantes.
O texto completo está disponível no URL:
Quatro brasileiro entre os cientistas mais influentes do mundo
Fonte: FAPESP. Data:
18/01/2016.
URL: http://agencia.fapesp.br/quatro_brasileiros_estao_entre_os_3126_mais_influentes_cientistas_do_mundo/22553/
Quatro
brasileiros estão entre os 3.126 “mais brilhantes” cientistas em todo o mundo,
de acordo com o relatório The World's Most Influential Scientific Minds 2015,
publicado pela Thomson Reuters.
Os
“mais brilhantes”, e mais influentes, entre os cerca de 9 milhões de
pesquisadores contabilizados pela Thomson Reuters correspondem aos cientistas
cujos artigos foram os mais citados ao longo de um período de 11 anos, entre
2003 e 2013.
Paulo Artaxo, do Departamento de Física da
Universidade de São Paulo, na área de Geociências; Álvaro Avezum, do Instituto
de Cardiologia Dante Pazzanese (Medicina Clínica); Ado Jorio, da Universidade
Federal de Minas Gerais (Física); e Adriano Nunes-Nesi, da Universidade Federal
de Viçosa (Ciências das Plantas e dos Animais), integram esse pelotão de elite.
De
acordo com a metodologia adotada pela Thomson Reuters, estes 3.126 cientistas
são responsáveis por 1% dos artigos mais citados em 21 áreas de pesquisa.
Artaxo, por exemplo, está entre os 148 mais citados em Geociências; Jorio, por
sua vez, está entre os 119 da Física.
Dentre
esse grupo de elite, o estudo identificou os mais populares – responsáveis por
0,1% dos papers mais citados. Com 19 nomes, a lista é encabeçada, pelo
segundo ano consecutivo, por Stacey B. Gabriel, do Broad Institute of MIT e
Harvard, com 25 artigos muito populares e que incluem suas contribuições ao
projeto Atlas do Genoma do Câncer. A área de genômica, com 198 cientistas no
pelotão de elite, tem sete representantes nessa seleta lista, sendo seis do
Broad Institute of MIT e Harvard.
Quase
a metade dos 3.126 pesquisadores está vinculada a instituições sediadas nos
Estados Unidos. Os demais se distribuem entre instituições do Reino Unido,
Alemanha, China, Austrália, Canadá, Holanda, Japão, França, Suíça, Arábia
Saudita e Espanha.
Entre
as 21 áreas de pesquisa classificadas, as maiores – por mais prolíficas – são
as das Ciências da Vida: Medicina Clínica, Biologia e Bioquímica e Biologia
Molecular e Genética. Ciências da Computação, Matemática e Economia e Negócios
reúnem um número menor de pesquisadores que produzem, proporcionalmente, menos
artigos.
O
relatório se baseia em dados e análises realizadas pelos especialistas em
bibliometria da Negócios de Intellectual Property and Science, uma
unidade de negócio da Thomson Reuters. Foram avaliados mais de 120 mil papers,
indexados entre 2003 e 2013, em cada área de estudo.
Mais de 70 cartas desaparecem do acervo de Mário de Andrade na USP
Fonte: O Globo. Autoria: Leonardo Cazes.
Data: 14/01/2016.
Setenta e oito cartas que faziam parte do acervo
Mário de Andrade, sob a guarda do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da
Universidade de São Paulo (USP), desapareceram. A revelação foi feita em
reportagem da revista Época, publicada no último fim de semana. Segundo
a reportagem, as cartas constam no catálogo do acervo, elaborado entre 1995 e
2003. No entanto, em 2005, quando começou o processo de digitalização, missivas
de Di Cavalcanti, Manuel Bandeira, Fernando Sabino, Ronald de Carvalho e Menotti
Del Picchia, descritas no catálogo, tinham desaparecido das caixas. (...)
Mais detalhes no URL:
Mário de Andrade em domínio público
Fonte: O Estado de S. Paulo. Data:
16/01/2016.
Autoria: Maria Fernanda Rodrigues.
Autoria: Maria Fernanda Rodrigues.
A partir de fevereiro, quem quiser ler Macunaíma
terá mais uma opção além das duas edições da Nova Fronteira já no mercado. Pois
Mário de Andrade está em domínio público desde o dia 1.º, e é por isso que quem
for à livraria mês que vem encontrará outro Macunaíma, editado pelo selo
Penguin-Companhia das Letras. O texto tem prefácio é de Simone Rossinetti
Rufinoni. Foram incluídos texto de Sérgio Buarque de Hollanda e uma carta para
Carlos Drummond de Andrade, “Carlico”, com notas do poeta. “Vemos com muita
tranquilidade a entrada dessa obra em domínio público porque a consequência
mais óbvia é que o autor passa a ser mais lido. O domínio público não gera
nenhum problema para a editora; pelo contrário”, diz Maria Cristina Jeronimo,
editora da Nova Fronteira. Só o que a casa não conseguiu aprontar, enquanto era
a única autorizada a publicá-lo (e isso, desde 2007), foi a adaptação de Macunaíma
em HQ, de Izabel Aleixo e Kris Zullo. E a Peirópolis, que contava os dias para
lançar Macunaíma em Quadrinhos, manda o volume feito a quatro mãos por
Angelo Abu e Dan X para as livrarias nos próximos dias. Mas Mário é muito mais
que seu clássico, e o que devemos ver agora é a criação de novas coletâneas de
contos e poemas. A primeira a sair, já em fevereiro será Briga das Pastoras e
Outras Histórias: Mário de Andrade e a Busca do Popular (Edições SM). A
organização é de Ivan Marques e o livro traz 13 contos menos óbvios do autor
cujo acervo é riquíssimo e está no IEB. Há material inédito ali, assegura Telê
Ancona, sua principal pesquisadora.
Quantos usuários de internet tem no Brasil?
Fonte: Computerworld. Data: 18/01/2016.
URL: http://computerworld.com.br/quantos-usuarios-de-internet-tem-no-brasil-banco-mundial-e-minicom-divergem
Um
estudo do Banco Mundial informa que 98 milhões de pessoas não têm acesso à
internet no Brasil. O "Relatório sobre o
Desenvolvimento Mundial 2016: Dividendos Digitais",
coloca o Brasil em quinto lugar em número de usuários de internet, atrás da
China, dos Estados Unidos, da Índia e do Japão. Mas também em sétimo entre os
países com o maior número de desconectados.
Na
opinião do Ministério das Comunicações, o número absoluto de brasileiros
offline calculado pelo banco chama atenção, devido ao tamanho da população
brasileira, estimada em 204 milhões de pessoas.
Segundo
a Secretaria de Telecomunicações do ministério, 55% dos brasileiros com pelo
menos 10 anos de idade são usuários de internet e, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia 175,2 milhões de pessoas
com 10 anos ou mais de idade em 2014.
“Logo, de acordo com esses dados, somos 96,4
milhões de usuários e 78,9 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade
offline. Este último número é consideravelmente inferior à estimativa
apresentada no estudo do Banco Mundial, mas, ainda assim, representa um grande
contingente de pessoas sem acesso à de Internet”, diz o ministério.
A
divergência pode estar no tipo de metodologia usada pelo Banco Mundial para
definir os excluídos digitais.
De
toda forma, o Ministério das Comunicações e o o governo federal reconhecem que
a inclusão digital é um grande desafio e, por isso, principalmente desde 2010,
ano de lançamento do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), estão sendo
realizadas ações para massificar o acesso à internet no país. Segundo o ministério,
entre 2010 e 2014, o número de usuários de internet no Brasil passou de 65,9
milhões para 96,4 milhões.
De
acordo com o Banco Mundial, em todo o mundo, 4,2 bilhões de pessoas continuam
excluídas da economia digital, o que representa cerca de 60% da população
global. A Índia tem o maior número de pessoas sem acesso à internet, com 1,1
bilhão, seguida da China (755 milhões) e da Indonésia (213 milhões). Apenas 1,1
bilhão de pessoas têm acesso à internet em alta velocidade o que representa 15%
da população do planeta.
Cenário
mundial
Na
opinião do Banco Mundial, embora a Internet, os telefones celulares e outras
tecnologias digitais se espalhem rapidamente no mundo em desenvolvimento, os
dividendos digitais previstos de maior crescimento, mais empregos e melhores
serviços públicos continuam aquém das expectativas e 60% da população mundial
continuam excluídos da economia digital em expansão contínua. Embora o número
de usuários da Internet no mundo inteiro tenha mais do que triplicado desde
2005, quatro bilhões de pessoas ainda carecem de acesso à Internet
Para
mudar este cenário, Deepak Mishra e Uwe Deichmann, autores do estudo, acreditam
que os países precisam criar o ambiente certo para a tecnologia, com
regulamentações que facilitem a concorrência e a entrada no mercado e a
capacitação dos trabalhadores a alavancar a economia digital e as instituições.
Entre
as medidas sugeridas no relatório para tornar as empresas mais produtivas e
inovadoras estão a investir na estrutura básica, reduzir o custo de fazer
negócios, diminuir barreiras comerciais, facilitar a criação de startups,
reforçar as autoridades encarregadas da concorrência e facilitar a concorrência
entre as plataformas digitais.
“As
tecnologias digitais estão transformando o mundo dos negócios, do trabalho e da
governança”, afirmou Jim Yong Kim, Presidente do Grupo Banco Mundial.
Precisamos continuar a conectar todas as pessoas e não deixar ninguém para
trás, porque o custo da perda de oportunidades é enorme. Mas para os dividendos
digitais serem amplamente compartilhados entre todas as partes da sociedade, os
países também precisam melhorar seu clima de negócios, investir na educação e
na saúde das pessoas e promover a boa governança. ”
Para
cumprir a promessa de desenvolvimento de uma nova era digital, o Banco Mundial
sugere duas ações principais: cobrir o hiato digital tornando a Internet
universal, economicamente viável, aberta e segura; e reforçar as
regulamentações que assegurem concorrência entre as empresas, adaptação das
aptidões dos trabalhadores às exigências da nova economia e promoção de
instituições responsáveis – medidas a que o Relatório denomina de complementos
analógicos aos investimentos digitais.
De
modo geral, as estratégias de desenvolvimento digital precisam ser mais amplas
do que as estratégias da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Mas as
medidas são diferentes para países em desenvolvimento, divididos no estudo
entre emergentes, em transição e em transformação (onde está posicionado o
Brasil).
20 de jan. de 2016
De volta ao futuro
Autoria: Dorrit Harazim.
Fonte: O
Globo. Data: 17/01/2016.
Em artigo publicado esta semana na “Folha de S.Paulo”, o professor Luiz Armando
Bagolin, diretor da Biblioteca Mário de Andrade, lamenta o fato de pedras,
pichações e vandalismo voltarem a acertar a fachada da instituição. Já em 2013,
também no rastro dos protestos estudantis contra o aumento de tarifas do
transporte urbano, a mais importante e querida biblioteca pública de São Paulo
fora danificada por black blocks ou jovens sem-noção.Nem durante a chienlit de maio de 1968 em Paris as manifestações visaram bibliotecas públicas. Durante o interminável movimento Occupy, que em 2011 se alastrou por 600 comunidades nos Estados Unidos, e nas incendiárias respostas da população negra americana aos abusos da polícia branca ao longo de 2014 e 2015 também não.
Ainda bem, pois hoje mais do que nunca elas talvez sejam os últimos espaços não comerciais nem religiosos, nem partidários ou excludentes que ainda podem ser frequentados sem receio por qualquer tipo de cidadão.
Um aviso para quem pensa que a geração Google e Wikipédia não tem tempo nem interesse em explorar tais espaços: pelo menos em países desenvolvidos, eles continuam a florescer, adaptados aos tempos modernos, é claro. O Pew Research Internet Project, com sede em Washington, há quatro anos estuda a mudança de papel das bibliotecas públicas na sociedade dos Estados Unidos. Segundo seu último relatório, 90% dos frequentadores mais assíduos de bibliotecas também acessam a internet diariamente, 95% deles possuem telefone celular, 46% usam tablets ou computador e 33% leem livros em e-readers.
Ou seja, mesmo tendo ao alcance da mão todo um universo de informação digital, eles não se furtam ao hábito do convívio físico com o local. Representam 30% da amostra, o que não é pouco, e foram classificados como “amantes de biblioteca” e “onívoros de informação” pelo instituto Pew.
Dois anos atrás, a centenária New York Public Library (NYPL), tão reverenciada pelos nativos quanto as catedrais europeias o são pelos seus fiéis, deu um presente de fim de ano aos 30,8 milhões de visitantes de seu website.
A equipe de bibliotecários da instituição havia descoberto uma caixa contendo um tesouro de fichas referentes a consultas recebidas entre as décadas de 1940 e 1980. Além da pergunta, cada ficha continha a data da consulta, quem a recebera, se fora feita por telefone ou pessoalmente.
À época, como hoje, o sistema consistia em tentar atender o cliente de imediato. Quando isso se revelava impossível ou quando a fonte consultada não parecia 100% confiável, a consulta permanecia em aberto para apuração posterior — uma delas por exemplo, recebida em 1940, só conseguiu ser respondida 30 anos mais tarde.
O fichário encontrado pertencia a essa categoria de consultas pendentes, e a NYPL começou a fazer postagens semanais do precioso conteúdo no Instagram, com a hashtag #letmelibrarianthatforyou. Sucesso instantâneo.
Alguns exemplos dessas inquietações de antanho deixadas em aberto:
Qual o ciclo de vida de um cílio?
Os Estados Unidos têm qual porcentagem de banheiras existentes no mundo?
Existe alguma estatística sobre longevidade de mulheres abandonadas? (consulta recebida entre 1h e 2h da madrugada de 15 de fevereiro de 1963)
Quantos grãos contém uma tonelada de trigo?
Qual a espessura de um selo americano, já com a cola adicionada? Resposta: “Não conseguiremos fornecer a informação exata rapidamente. Sugerimos recorrer ao Serviço Postal dos Estados Unidos”. Tréplica: “Aqui é o Serviço Postal dos Estados Unidos.”
Para deleite de quem quer dar uma espiadela nessa cápsula do tempo — uma era em que humanos confiavam em outros humanos — há de tudo um pouco. No lugar de aplicativos para questões profundas, comezinhas, incompreensíveis, utilitárias, de etiqueta, existenciais, bastava um bibliotecário do outro lado da mesa ou da linha telefônica.
Eles eram o Google antes do Google existir.
Segundo a bibliotecária Rosa Caballeri-Li, ainda hoje a equipe de atendentes do Departamento de Referência e Pesquisa da NYPL continua a receber uma média de 1.700 consultas por mês, seja através de chat, e-mail ou telefone, em inglês ou espanhol. “Num país tão informatizado como os Estados Unidos”, explicou à época do lançamento da hashtag no Instagram, “pode soar espantoso as pessoas procurarem refúgio na NYPL. Mas quando há respostas em demasia na internet e você não consegue distinguir o que é ficção de fato, você se sente mais seguro recorrendo a nossos serviços”.
Ou, como já disse o escritor britânico Neil Gaiman, “se o Google te dá cem mil respostas, o bom bibliotecário vai te dar uma, a resposta certa”.
Na NYPL, nenhum atendente considera consulta alguma estúpida. Procuram responder sem arrogância. “Tudo pode ser transformado em momento de aprendizado para quem não sabe”, diz Caballeri-Li. “Não estamos aqui para constranger quem quer aprender”.
É claro que nem todas as bibliotecas públicas são uma NYPL. Tampouco precisam ou poderiam ser. Mas é bom ficar de olho no que resta das nossas. Nestes tempos de blocos nas ruas brasileiras, elas precisam e devem ser protegidas dos black blocks — protegidas tanto pela polícia como pelos estudantes.
Dorrit Harazim é jornalista
18 de jan. de 2016
Novo número: Revista A to Z
A AtoZ: novas práticas em informação e
conhecimento acaba de publicar seu último número (v4n2) o qual está
disponível em:
Sumário
Editorial
As TIC como vetores para a democracia e
empoderamento em processos de informação, comunicação e conhecimento.
Patricia Zeni Marchiori, Andre Luiz Appel, Eduardo Michelotti Bettoni.
Entrevistas
Altmetria ou métricas alternativas: conceitos e
principais características. Iara Vidal Pereira de Souza.
Artigos
Coworking, uma forma de organização de trabalho:
conceitos e práticas na cidade de São Paulo. Juliana Maria Moreira Soares, Patricia Saltorato.
Un
“tuiterazo” por la independencia: el uso de Twitter para la enseñanza de
historia. María
Mercedes Zerega-Garaycoa.
Modelo LaTeX para teses e dissertações em Programa
de Pós-Graduação: construção e avaliação de artefato.
Emerson Rodolfo Abraham, Sivanilza Teixeira Machado, João Gilberto Mendes
dos Reis, Rodrigo Franco Gonçalves, Marcia Terra da Silva.
Short Papers
El
personal learning environment en el proceso de aprendizaje de estudiantes de
nivelación: un caso en la Universidad de Guayaquil/Ecuador. Oswaldo Aráuz Arroyo, Annabelle Estefanía Figueroa
Lizarzaburu.
Software
educativo CHAKANA: una propuesta para desarrollar la inteligencia
lógico-matemática de estudiantes universitarios. Guido Mazón Fierro.
O uso do Facebook como ferramenta para o
compartilhamento de atividades pedagógicas: uma experiência em uma escola
pública de educação infantil. Priscila Marin Bernardi,
Scheila de Avila e Silva.
Empreendedor cria biblioteca digital para escola e empresas
Fonte: Diário Comércio e Indústria. Data:
14/01/2015.
Autoria: Elaine Coutrin
URL: www.dci.com.br/servicos/empreendedor-cria-biblioteca-virtual-para-escolas-e-empresas-id521272.html
Quando atuava no ramo educacional, mais particularmente com programas de
leitura em instituições de ensino públicas e privadas, o empreendedor João
Leal notou que faltavam livros nessas escolas e alunos interessados em
lê-los. Dessa experiência surgiu a ideia de criar o serviço de biblioteca
virtual por assinatura Árvore de Livros, para ser acessado no computador e nos
dispositivos móveis - algo como uma Netflix dos livros.
O serviço é voltado para instituições públicas, privadas, escolas,
empresas e bibliotecas. Para ter acesso, o interessado paga uma
mensalidade com base na quantidade de usuários. Presente em mais de 800
escolas, a maioria no Nordeste, a startup carioca já oferece um acervo com
cerca de 14 mil títulos, composto por obras clássicas e contemporâneas,
diversos gêneros da literatura e best-sellers, por meio de contratos firmados
com mais de 200 editoras.
O custo unitário começa em R$ 9,90 por aluno e varia de acordo com
a quantidade de usuários que a escola ou instituição tiver - se for em grande
escala, o valor pode ser menor. A plataforma gera relatórios que mostram os
livros mais lidos, as páginas em que os usuários demoram mais tempo para ler,
nível de dificuldade e outras informações para auxiliar no monitoramento do
desempenho dos alunos e funcionários. Ainda é possível criar atividades
relacionadas à leitura dentro da biblioteca virtual.
Cada instituição também tem a possibilidade de personalizar a biblioteca
e catalogar os livros de acordo com a faixa etária dos alunos. A Árvore permite
que o usuário tome emprestado até três livros ao mesmo tempo. Caso queira
um novo título, é preciso devolver um deles. Isso é parte das condições
acertadas entre a startup e as editoras. Os alunos podem salvar livros
para ler quando estiverem sem conexão com a internet, mas o texto só pode ser
acessado pelo aplicativo - o arquivo não é baixado, para evitar pirataria.
Leal não revela o recurso inicial investido no projeto, lançado em 2013,
mas afirma ter ultrapassado o valor com o faturamento de 2015 e espera neste
ano aumentar a quantidade de escolas e instituições contratantes do serviço, em
razão de melhorias que estão em fase de implementação.
Entre as novidades está uma ferramenta desenvolvida em parceria com
a Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), que define o índice de
dificuldade de leitura para cada livro. O empreendedor explica que o algoritmo
vai analisar todas as obras e gerar uma nota para cada uma de acordo com a
complexidade da leitura, para que, a partir disso, a plataforma possa oferecer
sugestões de títulos de acordo com o perfil do usuário. "Com esse
mecanismo esperamos reduzir o risco de desmotivação entre os leitores, caso
comecem a leitura por um livro mais difícil", afirmou.
A startup também tem trabalhado em uma forma de colocar a biblioteca
offline paras as escolas públicas.
Recentemente a Árvore de Livros foi selecionada em conjunto com outras
14 startups no Pitch Gov SP, programa do governo paulista que
seleciona projetos ligados a administração pública. Leal ainda não sabe como
será a parceria, mas espera contar com ela para crescer no mercado.
Bibliotecas nacionais pretendem criar biblioteca digital comum
Fonte: Diário Digital. Data: 14/01/2016.
URL;
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=807004
"A nossa
ideia é criar uma única biblioteca
digital comum, um espaço onde o cidadão de qualquer
Estado pode ter acesso às informações dos países da
lusofonia", disse Jairoce, em declarações à Lusa em Maputo.
Quando o acesso à informação é ainda um
desafio para alguns Estados africanos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), como é o caso de Moçambique, Jorge
Jairoce entende que a criação de uma
biblioteca digital comum pode dinamizar o processo da democratização da informação, ponto
destacado como elementar no quadro das estratégias de governação destes
Estados.
"Nós temos de
perceber que o acesso à informação, através da plataforma
digital, é um elemento importante hoje para o desenvolvimento
de qualquer país", acrescentou o diretor da Biblioteca
Nacional de Moçambique.
Numa primeira
fase, o projeto dependerá do orçamento interno
de cada país, tendo em conta as assimetrias que existem a nível económico entre os
Estados integrantes da CPLP, adiantou Jorge Jairoce.
Enquanto Portugal
e Brasil já possuem bibliotecas nas plataformas digitais, países como Moçambique e Angola
debatem-se ainda com o problema da digitalização do seu espólio, condição elementar para
a sua integração na iniciativa.
"A nossa
grande dificuldade neste projeto está relacionada com
os recursos financeiros", lamentou Jorge Jairoce, lembrando que uma única máquina de
digitalização de documentos no mercado internacional está orçada em cerca de
100 mil euros.
"A vontade
política até existe, mas não basta vontade
sem financiamento", concluiu o diretor da Biblioteca Nacional de Moçambique,
prevendo para os próximos dois anos a implementação efetiva do
projeto.
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