Fonte: Computerworld. Data: 18/01/2016.
URL: http://computerworld.com.br/quantos-usuarios-de-internet-tem-no-brasil-banco-mundial-e-minicom-divergem
Um
estudo do Banco Mundial informa que 98 milhões de pessoas não têm acesso à
internet no Brasil. O "Relatório sobre o
Desenvolvimento Mundial 2016: Dividendos Digitais",
coloca o Brasil em quinto lugar em número de usuários de internet, atrás da
China, dos Estados Unidos, da Índia e do Japão. Mas também em sétimo entre os
países com o maior número de desconectados.
Na
opinião do Ministério das Comunicações, o número absoluto de brasileiros
offline calculado pelo banco chama atenção, devido ao tamanho da população
brasileira, estimada em 204 milhões de pessoas.
Segundo
a Secretaria de Telecomunicações do ministério, 55% dos brasileiros com pelo
menos 10 anos de idade são usuários de internet e, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia 175,2 milhões de pessoas
com 10 anos ou mais de idade em 2014.
“Logo, de acordo com esses dados, somos 96,4
milhões de usuários e 78,9 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade
offline. Este último número é consideravelmente inferior à estimativa
apresentada no estudo do Banco Mundial, mas, ainda assim, representa um grande
contingente de pessoas sem acesso à de Internet”, diz o ministério.
A
divergência pode estar no tipo de metodologia usada pelo Banco Mundial para
definir os excluídos digitais.
De
toda forma, o Ministério das Comunicações e o o governo federal reconhecem que
a inclusão digital é um grande desafio e, por isso, principalmente desde 2010,
ano de lançamento do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), estão sendo
realizadas ações para massificar o acesso à internet no país. Segundo o ministério,
entre 2010 e 2014, o número de usuários de internet no Brasil passou de 65,9
milhões para 96,4 milhões.
De
acordo com o Banco Mundial, em todo o mundo, 4,2 bilhões de pessoas continuam
excluídas da economia digital, o que representa cerca de 60% da população
global. A Índia tem o maior número de pessoas sem acesso à internet, com 1,1
bilhão, seguida da China (755 milhões) e da Indonésia (213 milhões). Apenas 1,1
bilhão de pessoas têm acesso à internet em alta velocidade o que representa 15%
da população do planeta.
Cenário
mundial
Na
opinião do Banco Mundial, embora a Internet, os telefones celulares e outras
tecnologias digitais se espalhem rapidamente no mundo em desenvolvimento, os
dividendos digitais previstos de maior crescimento, mais empregos e melhores
serviços públicos continuam aquém das expectativas e 60% da população mundial
continuam excluídos da economia digital em expansão contínua. Embora o número
de usuários da Internet no mundo inteiro tenha mais do que triplicado desde
2005, quatro bilhões de pessoas ainda carecem de acesso à Internet
Para
mudar este cenário, Deepak Mishra e Uwe Deichmann, autores do estudo, acreditam
que os países precisam criar o ambiente certo para a tecnologia, com
regulamentações que facilitem a concorrência e a entrada no mercado e a
capacitação dos trabalhadores a alavancar a economia digital e as instituições.
Entre
as medidas sugeridas no relatório para tornar as empresas mais produtivas e
inovadoras estão a investir na estrutura básica, reduzir o custo de fazer
negócios, diminuir barreiras comerciais, facilitar a criação de startups,
reforçar as autoridades encarregadas da concorrência e facilitar a concorrência
entre as plataformas digitais.
“As
tecnologias digitais estão transformando o mundo dos negócios, do trabalho e da
governança”, afirmou Jim Yong Kim, Presidente do Grupo Banco Mundial.
Precisamos continuar a conectar todas as pessoas e não deixar ninguém para
trás, porque o custo da perda de oportunidades é enorme. Mas para os dividendos
digitais serem amplamente compartilhados entre todas as partes da sociedade, os
países também precisam melhorar seu clima de negócios, investir na educação e
na saúde das pessoas e promover a boa governança. ”
Para
cumprir a promessa de desenvolvimento de uma nova era digital, o Banco Mundial
sugere duas ações principais: cobrir o hiato digital tornando a Internet
universal, economicamente viável, aberta e segura; e reforçar as
regulamentações que assegurem concorrência entre as empresas, adaptação das
aptidões dos trabalhadores às exigências da nova economia e promoção de
instituições responsáveis – medidas a que o Relatório denomina de complementos
analógicos aos investimentos digitais.
De
modo geral, as estratégias de desenvolvimento digital precisam ser mais amplas
do que as estratégias da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Mas as
medidas são diferentes para países em desenvolvimento, divididos no estudo
entre emergentes, em transição e em transformação (onde está posicionado o
Brasil).
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