30 de jan. de 2016

Lançamento: Ler se aprende lendo

LER SE APRENDE LENDO
Introdução
Grande editora brasileira na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Briquet de Lemos / Livros, lançou recentemente um novo livro, de Tarcisio Zandonade, Ler se aprende lendo,[1] com o objetivo de promover a proficiência em leitura para jovens brasileiros. Este e-book está disponível para download em www.briquetdelemos.com.br por quinze reais. O autor argumenta que a maioria das escolas públicas brasileiras não está em condições de alfabetizar adequadamente porque não fornece aos jovens os livros desde o início da leitura, logo depois de aprenderem como reconhecer símbolos alfabéticos.
No Brasil, apesar da recente regulamentação federal que exige uma legítima biblioteca escolar em qualquer instituição de ensino,[2] gerida por um profissional bibliotecário, muitos sistemas públicos de ensino estão adiando o cumprimento desta exigência legal, o que atrasa o fornecimento de livros para os alunos e os professores, devido à desinformação oficial acerca das prioridades educativas ou, pior ainda, à falta de vontade política.
Sem a biblioteca, a escola não está completa
O princípio fundamental apoiado por este livro é o de que a biblioteca escolar é um membro fundamental do organismo escolar. Uma escola sem biblioteca é incompleta e se torna uma instituição sem memória. Por conseguinte, esta escola deficiente nunca será capaz de realmente educar seus alunos, nem atualizar seus professores. A competência em leitura e escrita é o requisito principal para um cidadão chegar a uma posição digna e ativa na sociedade, e o sistema de ensino tem o dever de fornecer os meios necessários para alcançar a plena cidadania.
No Brasil, após um fracasso consistente de um percentual alarmante de jovens estudantes em provas nacionais e internacionais de leitura e escrita, muitos críticos têm fomentado a ‘promoção da leitura’, mas concluem abertamente que “os alunos brasileiros sabem ler, mas não entendem o que lêem”. Poucos, no entanto, procuram a verdadeira causa desta falha. Outra convicção apoiada neste trabalho é a de que a leitura e a escrita, para serem apreciadas, é necessário ensinar as origens da arte da leitura e da escrita, desenvolvimentos da aquisição da linguagem, através da qual “o fenômeno do conhecimento, o grande milagre do nosso universo”[3] pode ser acumulado na mente humana.
O processo mágico da leitura
Para ser capaz de apreciar a leitura, o aprendiz é, sem dúvida, motivado pela compreensão do processo óptico e neurológico da leitura. A leitura e a escrita são artes que só podem ser aperfeiçoadas através de ‘repetição’: quanto mais se lê, mais se aprende a ler, e aprender, aprende-se principalmente pela constante e metódica leitura e escrita. Quanto mais se lê e se escreve, tanto mais se acumula conhecimento.
A leitura é um processo complexo, que é definido como “geralmente o aspecto visual da aprendizagem, e contém... sete etapas", como explica claramente Tony Buzan em seu internacionalmente apreciado trabalho Use Your Head (use a cabeça).[4] Buzan define estas sete etapas como: (1) reconhecimento, o conhecimento que o leitor aprendeu dos símbolos alfabéticos; (2) assimilação, a reflexão de luz a partir da palavra, recebida pelo olho e, em seguida, transmitida através do nervo óptico para o cérebro; (3) compreensão ou intra-integração, consolida todas as parcelas de informação que estão sendo lidas; (4) compreensão ou extra-integração, o leitor amalgama a informação capturada com todos os conhecimentos anteriores em sua mente; (5) retenção, armazenamento da informação – ou memorização – no banco de dados da mente do leitor; (6) evocação, a capacidade do leitor de recuperar da memória a informação sempre que necessária; (7) comunicação, a principal função da linguagem, ou seja, o uso do conhecimento interpessoal.
Conclusão
A leitura e a escrita são técnicas cruciais a serem estudadas pela ciência da informação, já que a informação é o processo de interpretar o conteúdo de um documento, fazendo sentido de uma sequência de registros gráficos ou texto. Depois de analisar o processo de aquisição da leitura e da escrita, chegamos a três princípios educativos vitais para a aquisição do conhecimento através da leitura e da escrita de livros e de outros documentos: (a) ler se aprende lendo; (b) escrever se aprende lendo; e (c) aprender se aprende principalmente lendo e escrevendo.
Tarcisio Zandonade,
Bibliotecário aposentado



[1] ZANDONADE, T. Ler se aprende lendo. Brasília, DF: Briquet de Lemos / Livros, 2015. www.briquetdelemos.com.br.
[2] LEI Nº 12.244, de 24 de maio de 2010. Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País.
[3] POPPER, R. K. Conhecimento objetivo: uma abordagem evolucionária; tradução de Milton Amado. Belo Horizonte, MG: Itatiaia; São Paulo, SP: Editora da Universidade de São Paulo, 1975. (Espírito do nosso tempo, v. 13).
[4] BUZAN, Tony. Use sua mente: como desenvolver o poder do seu cérebro. Tradução de Marla Stern. São Paulo, SP: Integrare, 2011. (Título original: Use your head: how to unleash the power of your mind).

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