Fonte: Jornal da UNICAMP. Data: 01/04/2016.
URL: www.unicamp.br/unicamp/ju/651/na-ponta-do-dedo-o-mundo-da-pesquisa
Sistema de
Bibliotecas da Unicamp torna acessível um dos maiores acervos de dados
eletrônicos da América Latina
A Unicamp disponibiliza à comunidade acadêmica uma
das maiores e melhores coleções de fontes eletrônicas de pesquisa entre as
universidades da América Latina. São bases de dados de produção técnica
científica, periódicos eletrônicos, e-books, bases de patentes, teses,
dissertações e protocolos de pesquisa, entre outros conteúdos. O investimento é
significativo: para 2016 o orçamento previsto para aquisição e manutenção
destas bases e demais fontes é de 17 milhões de reais. O impacto do acesso
pelos usuários se dá na qualidade das pesquisas produzidas pela instituição.
“As bases de dados contêm o que há de mais atualizado no mundo nas diversas
áreas do conhecimento”, ressalta o coordenador-geral da Unicamp, professor
Alvaro Penteado Crósta.
Desenvolvidas pelas grandes editoras, entidades e
associações acadêmico-científicas do mundo, e disponibilizadas no site do
Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU), as bases de dados são como bibliotecas
virtuais temáticas ou multidisciplinares. Nelas, um médico que esteja diante de
um caso incomum, poderá buscar a conduta que já foi usada com sucesso e
relatada em um artigo disponível na ClinicalKey, por exemplo, que é uma
base de dados temática que congrega e-books, periódicos, descrições de
medicamentos, imagens e procedimentos médicos da chamada “medicina baseada em
evidências”. Um engenheiro poderá buscar normas técnicas na BSOL (British
Standarts Online), ou, ainda, na área de inovação, uma consulta à Orbit
ofertaria informações contidas em patentes e desenhos industriais.
Hoje a Unicamp assina 78 bases de dados e, por meio
do Portal Capes, tem acesso a mais 137, totalizando 215 diferentes fontes de
pesquisa. As bases de dados ainda são o grande destaque. Apesar de muito
usadas em determinadas áreas, como a medicina, por exemplo, o potencial de
conhecimento que pode chegar aos pesquisadores da Unicamp ainda está longe de
ser totalmente aproveitado. “As bases de dados não existiam há alguns anos, ou
seja, são relativamente novas. De fato, as pessoas ainda não estão usando todo
o potencial dessas bases e queremos que o façam. O acesso a elas representa um
investimento considerável feito pela Universidade e, portanto, devemos
estimular ao máximo o seu uso em benefício da formação de pessoas e da geração
de conhecimento novo, obtendo assim um grande retorno institucional”, reflete
Crósta.
acesso a todo o conteúdo eletrônico das 28
bibliotecas que constituem o SBU pode ser feito de qualquer computador com IP
da Universidade ou fora dela, via Rede Particular Virtual (Virtual Private
Network – VPN). Com a alta do dólar, as universidades paulistas se empenharam
em uma grande negociação conjunta, articulada no âmbito do Conselho de Reitores
das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), para conseguir melhores preços
com as editoras.
Segundo Regiane Alcântara Bracchi, coordenadora do
SBU, “a Universidade tem feito um grande esforço institucional para garantir
que pesquisadores e alunos tenham acesso às melhores e maiores fontes de
informação técnico-científicas existentes no mundo porque ela sabe que,
garantindo acesso à informação de ponta, seus pesquisadores terão maiores
condições de produzir pesquisas e conhecimentos de excelência”.
Nova biblioteca
O investimento em bases de dados e outros conteúdos
eletrônicos é parte de uma estratégia que leva em conta uma grande mudança nas
bibliotecas, ocorrida com o avanço da tecnologia. A biblioteca de hoje não é
mais como a de antigamente com suas prateleiras e balcões, um local de silêncio
absoluto e concentração. “Nosso acervo era aquele que estava ali no espaço
físico da biblioteca. Hoje, com o fenômeno da ‘explosão informacional’ e com o
avanço das tecnologias, as pessoas não precisam mais estar necessariamente
presentes nas bibliotecas para terem acesso aos conteúdos”, salienta Regiane.
Esta mudança não diminui em nada o valor do espaço
da biblioteca ou mesmo de seus profissionais, acrescenta a coordenadora. “O
objeto do nosso trabalho é a informação, independentemente de seu suporte. Hoje
em dia o que nós queremos é que o pesquisador, de sua mesa, do seu lugar de
trabalho, possa acessar a informação necessária à sua pesquisa. Isso agiliza o
trabalho de pesquisa e, consequentemente, o processo de produção de novos
conhecimentos”, ressalta.
O desafio da biblioteca é selecionar o que é importante,
organizar as informações e cuidar para que ela seja utilizada da melhor maneira
possível. “É parte do nosso trabalho também, identificar quais são os conteúdos
e as fontes de pesquisa mais relevantes para a Universidade. Consideramos os
cursos que temos, os programas de graduação e pós-graduação e as linhas de
pesquisa. Um órgão colegiado com representantes de todas as áreas define os
conteúdos mais relevantes”, observa.
Para fazer a informação chegar até o pesquisador, a
divulgação começa com o calouro, o estudante que acabou de chegar à Unicamp.
“Estamos há dois anos em uma parceria do Sistema de Bibliotecas com o Programa
Campus Tranquilo – Universidade Viva, fazendo uma atividade muito intensa na
recepção de novos alunos, que consiste em orientá-los na busca das informações
dentro da Universidade. Trata-se de uma atividade qualificada dos profissionais
da biblioteca e algo que o aluno vai levar para a vida toda, que é a
metodologia de pesquisa em bases de dados”, pontua Alvaro Crósta.
Para o trabalho com o conteúdo digital,
vislumbrando o uso cada vez mais intenso dessas fontes de informação, o SBU
investe em programas de treinamento tanto dos profissionais da biblioteca,
quanto na capacitação dos usuários. “Nosso objetivo é que os funcionários do
Sistema estejam sempre atualizados e possam oferecer auxílio qualificado na
busca de informações”, afirma Regiane.
A revitalização do espaço físico da Biblioteca
Central César Lattes, como um ponto de referência e convívio dentro da
Universidade também está contemplada no Programa Campus Tranquilo –
Universidade Viva. “As novas bibliotecas são espaços de produção de
conhecimento compartilhado, de convívio e de debate de ideias. Temos nos
empenhado em uma grande revitalização da Biblioteca Central, que prevê a
instalação de contêiners e tendas no entorno do prédio, locais para a
realização de atividades artísticas e culturais”, informa a coordenadora. Ainda
de acordo com ela, hoje o estudante de graduação continua sendo um grande
frequentador das bibliotecas, já que ele passa grande parte do seu tempo dentro
da Universidade e precisa de espaços adequados para estudar e realizar suas
pesquisas.
Além das bases
Além das “bibliotecas virtuais”, que são as bases
de dados temáticas ou multidisciplinares, também está disponível no site do SBU
uma gama de e-books e periódicos eletrônicos, teses e dissertações e a
produção científica e intelectual da Universidade depositada no chamado “Repositório
Institucional”. Regiane salienta que a Unicamp deixou de adquirir versões
impressas de todos os periódicos que são ofertados em versão digital. “A
Unicamp migrou a coleção de periódicos do impresso para o eletrônico, que é
multiusuário e bem mais eficiente”. O número de e-books de acesso
perpétuo chega a 100 mil.
Para facilitar o acesso a todo esse universo de
informações, o SBU tem em sua página um “metabuscador”, que percorre todo o
conteúdo eletrônico disponível na Unicamp. Com essa ferramenta o usuário pode
realizar suas pesquisas por meio de uma única interface. “Essa ferramenta
facilita muito a busca e acesso às informações, já que o pesquisador não
precisa acessar diferentes interfaces para fazer suas buscas”, complementa
Regiane