Fonte:
Portal G1, Paraná. Data: 29/07/2013.
Um adolescente de 17 anos de
Arapoti, na região central do Paraná, foi intimado pela Polícia Civil a
devolver um livro infantil que pegou emprestado na Biblioteca Pública em
janeiro deste ano. Segundo a polícia, o menor tem até esta terça-feira (30)
para efetuar a devolução, caso contrário, receberá outra intimação e poderá
responder pelo crime de desobediência.
Em entrevista ao G1, o pai do
adolescente, Elias Pascoal Nunes, disse que a Biblioteca Pública não entrou em
contato anteriormente com a família para alertar sobre o atraso e pedir a
devolução. “O meu filho empresta livro na biblioteca a cada 15 dias, eles
poderiam ter ligado que a gente levava o livro até lá, não precisava dessa
atitude abusiva”, critica. Ainda de acordo com ele, a intimação com o nome do
filho foi entregue para um pedreiro que fazia obras na casa da família e não
nas mãos dele ou do próprio filho. “Isso revoltou ainda mais, deu a impressão
que somos bandidos, que o meu filho fez algo de grave”, alega.
Nunes conta ainda que um
representante da Secretaria Municipal de Educação ligou para ele nesta
segunda-feira (29) e fez um convite para que ele comparecesse ao departamento
para que pudesse explicar a situação. No entanto, ele recusou e afirmou que
terça-feira irá até a Delegacia com o filho e o livro e depois fará uma
reclamação na Procuradoria de Justiça. “Essa atitude abusiva desestimula a
leitura e faz com que os adolescentes não queiram mais ir até a biblioteca
emprestar livros”, finaliza.
A secretária municipal de Educação
de Arapoti, Rosi Rogenski, explica que a funcionária da biblioteca tomou a
atitude de ir até a delegacia e fazer um Boletim de Ocorrência sem consultar a
Secretaria. “Hoje pela manhã ela me disse que ligou para a mãe do rapaz algumas
vezes, mas como o livro não foi devolvido decidiu fazer o Boletim de
Ocorrência”, explica.
Ainda segundo a Secretaria
Municipal de Educação, a bibliotecária adotou o procedimento que é estipulado
pelo Manual da Biblioteca Cidadã. Em um dos tópicos, o manual indica que se a devolução
de livros demorarem a acontecer, a biblioteca pode tomar atitudes mais sérias e
duras, como a realização de um Boletim de Ocorrência, para não correr o risco
de perder definitivamente a obra.
“Esse não é um procedimento
aconselhado pelo município, se ela tivesse conversado com a gente teríamos
indicado que ela fosse até a casa do adolescente para recuperar o livro e de
jeito nenhum fosse até a delegacia”, afirma a secretária de educação Rosi
Rogenski. Ela disse ainda que disse que vai ser reunir com a administração do
município para decidir qual procedimento tomar em relação a esse caso e
inclusive a funcionária.
Um comentário:
Este é sem dúvida um dos problemas mais sérios das bibliotecas: se perpetuar na área policial. Não pode isso, não pode aquilo, e depois, se queixam que estão perdendo público
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