Fonte: Portal G1; Programa Bom Dia
Brasil.
Data: 7/02/2014.
No mês da volta às aulas, um estudo mostra que duas em cada três
escolas não têm biblioteca, laboratório nem sala de informática.
Há casos de computadores parados por causa de problemas simples.
E a dez dias para a volta às aulas, a entrega do material didático nas escolas
mais afastadas da Amazônia ainda é um desafio. Em Belém, são 50 minutos de
estrada para chegar ao porto e ainda tem a travessia de barco.
Na Ilha de Cotijuba, carro não entra. Por isso, o transporte é
feito por charretes. E para que os livros cheguem até a escola mais distante
serão 45 minutos de viagem – no sacolejo.
Depois de todos os problemas com infraestrutura, em três horas o
material chega ao destino. Mas em algumas regiões pode levar até 10 dias.
“Dependendo da altura da maré, a gente tem que colocar esses
livros no ombro e conduzir até o trapiche para poder chegar à escola”, explica
o agente dos Correios Jorge Luis Nascimento.
Além dos livros, o Ministério da Educação também oferece
conteúdo digital aos alunos. Há computadores com programas e jogos
educacionais, ferramentas de pesquisa. O problema é que, segundo os
professores, as máquinas novinhas nunca foram usadas – estão paradas há dois
anos por falta de instalação.
“A sensação é triste porque eles me cobram muito. Eles dizem:
‘professora, o computador está aí, e quando é que vamos começar a trabalhar
nele?”, diz a professora Sandra Fernandes.
“Eu queria pesquisar sobre ciência, eu gosto, mas o computador ainda não funciona aqui na escola”, lamenta a estudante Dielly Gonçalves.
“Eu queria pesquisar sobre ciência, eu gosto, mas o computador ainda não funciona aqui na escola”, lamenta a estudante Dielly Gonçalves.
A infraestrutura de mais de 157 mil escolas públicas foi
avaliada por um estudo do Movimento Todos pela Educação: 62% das escolas
municipais têm apenas os serviços essenciais como água, energia e saneamento.
E só 34% das escolas analisadas têm infraestrutura avançada –
com laboratórios, bibliotecas, áreas de lazer e acesso à internet.
Em Redenção, no sul do Pará, duas escolas estaduais possuem
laboratórios de informática. Mas a conexão com a internet é lenta.
“Quando ligamos os 35 computadores, cai o sinal. Tem dias que
não temos acesso à internet”, conta a vice-diretora da escola, Márcia Corrêa.
Para a pesquisadora em Educação Ivânia Neves, a maioria das
escolas públicas ainda não prioriza o uso de tecnologia: “Não é uma opção
didática, é uma necessidade cultural dentro do Brasil de hoje”.
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