Fonte: BBC. Data:
30/01/2015.
Em um conto de 1941, o escritor argentino
Jorge Luis Borges, que também foi bibliotecário, falou sobre a Biblioteca de
Babel, que continha todos os livros que já existiram e viriam a existir.
As fotografias do francês
Franck Bohbot, radicado em Nova York, sugerem uma amplidão igualmente
estonteante, com fileiras de prateleiras praticamente desaparecendo no
infinito.
Os edifícios
públicos são especialmente atraentes para Bohbot, cujos projetos anteriores já
se concentraram em registrar piscinas, teatros e estações de trem.
"Me
interesso em fotografar os lugares onde o ser humano estuda, trabalha, se
diverte e vive, independente de ser um ambiente comum ou espetacular",
afirma.
"Como
fotógrafo, acho interessante ter diferentes sujeitos e poder usar a mesma
composição, as mesmas técnicas e a mesma paleta de cores em cada um",
revela.
No
projeto House of Books ("Casa dos Livros", em tradução livre),
o fotógrafo eleva os espaços à categoria de templos do saber.
Bohbot
começou a fotografar bibliotecas em 2012. "A arquitetura desse tipo de
lugar é muito poderosa", afirma.
Ele
prefere retratar esses espaços quando eles estão fechados ao público. "O
vazio dá a eles uma atmosfera atemporal e permite ao espectador imaginar o que
pode acontecer ali", sugere o fotógrafo. "Eu também gosto do silêncio
desses lugares".
Ao
retratar edifícios, Bohbot não pretende fazer uma representação clínica da
realidade. "A fotografia de arquitetura mudou muito nos últimos
anos", decreta.
"Claro
que estou reportando algo, o que tenho à minha frente, mas gosto de sugerir um
ambiente entre o documentário, a realidade e a ficção. Não uso HDR (Grande
Alcance Dinâmico) nem novas técnicas digitais. A nitidez é importante, mas não
tanto", conclui.
Bohbot
admite ter uma "queda" pela Biblioteca Interuniversitária da
Sorbonne, em Paris.
Esta
foto reflete sua maneira de jogar com as cores. "Prefiro interiores
amarelos e turquesas, mais quentes. Mas também gosto de criar minhas próprias
cores com a luz disponível e com o cenário que tenho diante de mim".
Inicialmente,
Bohbot se concentrou em bibliotecas em Paris e em Roma, mas ele pretende
estender seu trabalho a outras partes do mundo. Entre os próximos prédios em
sua lista está a Biblioteca do Congresso americano, em Washington.
"Levo
muitos meses planejando uma sessão fotográfica quando obtenho a autorização
necessária", explica.
Veja as belas fotos no URL:
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