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Uma criança de apenas 10 anos pretende mudar os hábitos de um conjunto habitacional em São José do Rio Preto (SP), o Lealdade e Amizade. Kaciane Marques Nascimento afirma que já leu mais de 400 livros e agora vai montar uma biblioteca nos fundos de casa para os moradores do bairro que quiserem ler um livro. “Eu já li 407 livros, acho que não é pouco, leio mais de 10 por mês. Quando a gente lê melhora o vocabulário e é como se a gente tivesse viajando, mesmo sem sair do lugar”, afirma a menina.
Foi Kaciane quem teve a ideia de dividir com os vizinhos os prazeres da leitura. O sonho alimentado e construído a cada página começa a ser concretizado. A vontade de Kaciane saltou dos livros para o fundo de casa e ela pediu para a comunidade a ajuda para construir uma biblioteca no quintal. “Coloquei na rede social que queria construir uma biblioteca em casa, mas não teve sucesso, então me comuniquei com os jornalistas e eles colocaram no jornal, aí foi um sucesso”, afirma a menina.
A história da garota com os livros começou há três anos e com a professora Maria Cristina de Godoy. “Foi no segundo ano que ela começou a pegar o gosto da leitura. Sempre incentivo a leitura, a leitura compartilhada, leio para eles, porque mesmo os que não sabem ler, escutando a leitura eles aprendem também”, afirma a professora.
Atualmente Kaciane tem quase dois mil livros espalhados pelos cômodos da casa. Tem pilhas de livro na sala, na cozinha e ela teve até de ir dormir no quarto da mãe, já que o quarto dela foi tomado pelos livros doados. E tem outros mil livros para buscar.
Uma escola particular de Rio Preto gostou da ideia de construir a biblioteca e resolveu dar para Kaciane o tão sonhado espaço, além de uma bolsa de estudos. A obra é supervisionada, à risca, pela menina, que não aguenta mais olhar para o relógio no aguardo pela tão sonhada biblioteca. “Estou muito ansiosa, vou incentivar bastante as pessoas a gostar de ler aqui no bairro. Foi a professora que incentivou todas as crianças a leitura, mas só eu segui o exemplo. Algumas crianças até tentaram seguir, mas elas não gostam de ler. Quero fazer isso no meu bairro”, diz.
Enquanto a biblioteca e a área de leitura não ficam prontas, os livros descansam sobre a cama, a mesa, nos cantos da casa. Alguns desses livros caem nas mãos de Kaciene e ganham a imaginação. “Ela chega da escola, faz a tarefa, descansa um pouquinho e já vai ler. Estou muito feliz pela determinação e a força de vontade dela e para mim é o motivo de muito orgulho ver que está realizando um sonho ”, diz a mãe, Adriana Cunha, que é diarista.
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