Fonte: Folha de S. Paulo. Data: 31/07/2011.
Autor: Emilio Sant’Anna.
Enquanto traficantes do Comando Vermelho em fuga trocavam tiros com a polícia e soldados do Exército durante a ocupação dos complexos da Penha e do Alemão, em novembro de 2010, Otávio Júnior, 27, escrevia. Sem poder sair de casa, finalizava O livreiro do Alemão - seu ingresso no mundo dos escritores - e preparava-se para instalar a primeira biblioteca do conjunto de 13 favelas na zona norte do Rio com quase 400 mil pessoas. "Quando os confrontos eram muito acirrados, eu produzia muito. Escrevia enquanto as balas "comiam" para cima e pra baixo." Biblioteca? Na verdade, trata-se da "Barracoteca Hans Christian Andersen", corrige Otávio. O local - um antigo salão de forró - no morro do Caracol, Complexo da Penha, funciona desde maio e será inaugurado oficialmente em 22 de agosto, dia do Folclore. Parte dos livros é doação do Ministério da Cultura, o resto foi amealhado por Otávio durante os dez anos em que andou por todo o Complexo da Penha e do Alemão, com uma mala na mão, oferecendo livros emprestados aos moradores. O investimento foi de R$ 7.000.
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