Fonte: Folha de S. Paulo. Data: 2/02/2012.
Autora: Talita Bedinelli.
Livros raros foram roubados na tarde desta quinta do Instituto de Botânica de São Paulo, na Água Funda, zona sul da capital, por homens armados.
Por volta das 16h, três homens renderam os dois seguranças da biblioteca, que fica no térreo do instituto, fingiram que fariam consultas e anunciaram o assalto.
Três funcionários, um estagiário e dois guardas, que estavam no local no momento do crime, foram rendidos, amarrados e presos.
Os assaltantes obrigaram uma das funcionárias a abrir o local onde ficavam guardadas as obras raras, fechado por grades.
Segundo as testemunhas, eles procuravam por três obras de 15 volumes datadas do final do século 19 e começo do século 20.
São os livros "Sertum palmarum brasiliensium", de 1903 (dois volumes), "Flora Fluminensis", de 1827 (11 volumes) e "Bambusees", de 1913 (dois volumes).
Os livros estão entre os mais importantes da botânica brasileira, com registros de espécies e das primeiras expedições feitas no país.
Encomendado
Vera Bononi, diretora do instituto, que é ligado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, afirma que a suspeita é que o crime tenha sido encomendado. Os funcionários da biblioteca disseram que os homens comentaram que as obras seriam mandadas para o exterior. Eles também traziam os nomes dos livros escritos em um papel.
Os assaltantes também pareciam conhecer a rotina do local. Aproveitaram que a biblioteca tem baixa frequência durante as férias e no final da tarde. E mantiveram a porta fechada, como é de costume. Por isso, a ação que durou cerca de uma hora, não levantou suspeitas. Os funcionários rendidos só foram descobertos quando um estagiário, que se escondeu durante a ação, percebeu que os ladrões haviam fugido e foi em busca de ajuda, afirma Bononi.
A secretaria afirma que não é possível estimar o valor monetário das obras, que não têm mais exemplares disponíveis para a substituição. Imagens de câmeras do local devem ser analisadas pela Polícia Civil. Na noite de hoje, os funcionários prestavam depoimento e a polícia ainda não tinha nenhuma informação sobre os suspeitos.
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