Fonte: DW. Data: 8/12/2012.
Autora: Silke Wünsch.
URL: www.dw.de/biblioteca-digital-disponibiliza-patrim%C3%B4nio-cultural-da-alemanha/a-16428422
Todos deverão ter livre acesso à
memória cultural da Alemanha através de um grande portal na internet. Esse é o
objetivo da DDB, a Biblioteca Digital Alemã, ainda em versão beta. Uma meta
viável, garantem seus criadores.
O portal ainda está em fase de
testes e não tem um design muito atraente, mas isso deverá mudar em breve. O
site Deutsche Digitale Bibliothek (Biblioteca Digital Alemã – DDB), promete
reunir uma coleção de saber sem precedentes: uma rede de cultura e ciência, um
arquivo ímpar da memória cultural da Alemanha.
E até mesmo da Europa, pois a DDB
faz parte do portal cultural europeu Europeana, que existe há mais de quatro
anos. E essa está em estágio bem mais avançado: as informações sobre museus e
exposições são acompanhadas de imagens; os temas são tão diversos, que o
usuário até esquece o mundo enquanto pesquisa.
Expedições aos mundos real e virtual
Há três anos, em 2 de dezembro de
2009, o governo alemão decidiu contribuir para a Europeana com a criação da
DDB. A ideia é reunir informações sobre cultura numa plataforma multimídia, em
colaboração com bibliotecas, museus, arquivos e cinematecas.
"Queremos possibilitar a todos
vivenciar cultura e ciência", diz o professor Hermann Parzinger,
presidente da fundação Preussischer Kulturbesitz e também da DDB. "Pois a
memória cultural da Alemanha pertence a todos. Por isso queremos tornar isso, e
todos os tesouros escondidos, acessíveis a todo mundo", completa o
professor.
No portal haverá tanto visitas
virtuais a museus como imagens tridimensionais de esculturas e monumentos.
"Nunca será como uma visita real ao museu, mas queremos criar
possibilidades para preparar ou complementar a ida ao museu", comenta
Parzinger.
Além disso, todos terão acesso a
objetos que, por razões de conservação, não são acessíveis ao público. Ou seja,
será possível observar virtualmente manuscritos ou livros que poderiam se
desfazer sob condições climáticas normais. E, usando as funções de aumento,
colocá-los sob a lupa.
Resposta ao Google?
Há muito um portal do gênero se
fazia necessário. O grupo norte-americano Google deu o exemplo: há anos o
Google Books coloca livros digitalizados na rede. O Google Cultural Institute é
uma plataforma de informação histórica, apreciada também por pesquisadores e
historiadores.
No entanto, embora as páginas do
"Institute" sejam isentas de publicidade, a Google tem a grande
desvantagem de ser um grupo comercial, um protagonista da luta entre os
gigantes da internet. A forma como o Google lida com os dados dos usuários tem
sido repetidamente alvo de críticas.
Já os coordenadores da DDB estão bem
longe desse perigo. "As informações disponíveis são processadas com grande
esmero editorial e levam o selo de qualidade das instituições culturais e
científicas alemãs", explica Elke Harjes-Ecker, da Secretaria de Educação
do Estado da Turíngia. "Os resultados das buscas não são influenciados por
interesses comerciais."
Até agora, "apenas" 1.800
instituições culturais e científicas do país fazem parte da DDB, o que já
resulta em mais de 5,6 milhões de registros. No entanto, para se ter uma visão
abrangente da herança cultural da Alemanha, seria necessário chegar a, no
mínimo, 30 mil institutos.
Direito autoral
Os coordenadores do projeto prometem
que o direito autoral é respeitado em todos os seus registros. A DDB pretende
disponibilizar sua coleção digital em diversas mídias. Os jornalistas poderão
utilizá-la como ferramenta de pesquisa; autores de livros didáticos e programas
de aprendizado virtual (e-learning) também se beneficiarão.
Até mesmo fabricantes de jogos de
computador poderão reutilizar os conteúdos da DDB. Tudo, mediante o devido
pagamento, é claro. E mesmo assim haverá limites para a reutilização, pois nem
todos os registros estarão liberados para esse fim.
Muitas das ideias apresentadas nos
quase sete minutos do vídeo institucional da DDB ainda soam como visões de um
futuro distante. Inegável é, afirma Parzinger, que, na era eletrônica, cultura
e ciência precisam ser " digitalmente vivenciáveis". Assim, ao fim de
sua apresentação sobre a DDB, o professor admite: "Ainda não alcançamos
nossa meta. Este é um processo que vai levar vários anos".
Nota do blog:
A versão beta do Portal dessa
biblioteca está disponível no URL:
2 comentários:
Ao que parece a Biblioteca Digital
da Alemanha está sendo formada a partir dos acervos de diversas Instituições culturais e Científicas daquele País. Estas instituições não perdem a sua identidade regional e cultural por fazer parte da Biblioteca Nacional,assim como a Biblioteca Digital Alemã não perde a sua por fazer parte do portal cultural europeu Europeana. A Biblioteca Digital do Brasil poderia,também, ampliar o seu acervo a partir da contribuição de Instituições como Bibliotecas Estatuais, Fundações e Bibliotecas Virtuais que já digitalizaram, ou que ainda vão digitalizar, parte de seus acervos.
Caro leitor,
O seu comentário está perfeito. O exemplo alemão deveria ser seguido pela nossa Biblioteca Nacional.
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