Fonte: Tribuna do Norte (Natal, RN). Data: 21/02/2012.
Autora: Eliana Lima.
URL:
http://blog.tribunadonorte.com.br/abelhinha/triste-cenario-a-biblioteca-publica-camara-cascudo-continua-fechada-e-suja/91747
Confesso
que toda vez que passo em frente à Biblioteca Pública Câmara Cascudo, na Rua
Potengi, em Petrópolis, a garganta se enche de nó e uma dor aperta o peito.
Há
dois anos e dois meses que acompanho a maior biblioteca pública estadual
fechada e seu acervo em caixas pelo chão. Logo na entrada, encostadas na porta
de vidro. Se é que ainda existe acervo. Certamente muita coisa foi deteriorada,
por mais que se tente provar o contrário.
O
lixo e o mato por fora consomem.
Como
é um imóvel numa das áreas mais nobres de Natal, metro quadrado valiosíssimo,
sonho de consumo de todo especulador imobiliário, passa rapidamente a impressão
de que – quem sabe – não seria uma estratégia para se desfazer. Sei lá.
O
certo é que alunos da rede pública, e privada também, estão sem esse templo do
saber há dois anos. E dois meses. Desde que fechou o blog Abelhinha e esta
coluna alertam para o problema, sem sucesso.
Nesta
quarta (21), passei em frente novamente – ultimamente mudo o caminho para
evitar o choque. Sensação de tristeza, raiva, impotência. Tudo com dantes.
Para
lembrar, em abril de 2012, a Secretaria de Infraestrutura abriu licitação para
a reforma. Valor: R$ 1.605.183,72. Mas nada aconteceu.
A
deputada federal Fátima Bezerra
conseguiu R$ 1,5 milhão
junto ao Ministério da Cultura para a reforma, o dinheiro foi liberado, nova
licitação foi aberta pela SIN, em novembro do ano passado…maaasss…até agora
continua o descaso.
Fala-se
que a obra começou com a digitalização do acervo. E todo aquele material que
continua no chão?
Intriga
que o Ministério Público não se manifestou sobre tal absurdo com a Biblioteca
Câmara Cascudo. Sem contar que o acervo da biblioteca de Berilo Wanderley foi cedido à BPCC, mas,
depois, familiares encontraram algumas obras à venda em sebo da cidade, como
confirmou à coluna o filho do saudoso poeta Henrique
Wanderley.
Então?
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