Fonte: Veja. Data: 27/05/2013.
Autoria: Victor Bonini.
A baixa velocidade das conexões com
a internet nas escolas públicas brasileiras é uma barreira à adoção da
tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico em sala de aula. Foi o que 78%
dos diretores, 73% dos professores e 71% dos coordenadores de unidades de
ensino afirmaram ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que divulgou
na última quinta-feira, 23, os resultados da pesquisa TIC Educação 2012
O centro de estudos do comitê
(Cetic.br) ouviu 1.592 professores, 831 diretores, 773 coordenadores e 8.332
alunos dos ensinos fundamental e médio, distribuídos em 856 escolas
brasileiras. Dessas, dois terços são públicas – municipais e estaduais – e um
terço, particulares.
A pesquisa apurou que 90% das
escolas públicas têm acesso à internet, mas 32% delas possuem conexão inferior
a 1 megabite por segundo, enquanto 26% se conectam com velocidade entre 1 e 2
megabites por segundo. Do total, 24% dos diretores disseram não saber a
velocidade da internet de suas instituições.
Além disso, 52% dos educadores de
rede pública declararam que foi preciso fazer um curso de informática para
aprender a usar o computador e a internet com fins pedagógicos. Para isso, três
quarto deles tiveram que pagar o curso do próprio bolso, enquanto 22% foram
beneficiados com aulas franqueadas pelo governo.
Outros dados mostram que, na hora
de desenvolver habilidades no computador, a maioria dos professores recebe
apoio de revistas e textos especializados (46%) ou de colegas de trabalho –
como outros educadores (79%), coordenadores ou pedagogos (61%), diretores (57%)
e monitores (46%). Só depois, vem a ajuda das secretarias de ensino, que ajudam
39% dos docentes.
O estudo ainda aponta com que frequência
são realizadas as principais atividades voltadas aos alunos na sala de aula. No
ranking, as tarefas que envolvem o uso do computador estão em último lugar, com
2% de frequência. E, durante o pouco tempo em que se mexe com o computador em
sala de aula, 62% dos educadores têm o costume de ensinar os alunos a utilizar
a máquina e a navegar na internet. Essa atitude entra em conflito com outros
dados da pesquisa que indicam que 62% dos alunos de escola pública já possuem
computadores em casa e, inclusive, 44% deles fazem uso da internet no celular.
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