30 de dez. de 2013

Dicionário de futebol



Autoria: Cristiane Capuchinho.
Fonte: UOL (São Paulo, SP). Data: 26/12/2013.
URL: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/26/futeboles-ganha-dicionario-bilingue-feito-por-pesquisadores-da-usp.htm
Para evitar balões do idioma no ano da Copa do Mundo no Brasil, dois pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) resolveram criar um dicionário de 'futebolês'. O glossário bilíngue servirá para traduções de termos usados dentro das quatro linhas do inglês para o português e do português para o inglês.
As expressões foram recolhidas pelos pesquisadores Sabrina Matuda e Tiago Rosa Machado, do Ludens (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Futebol e Modalidades Lúdicas), em textos sobre o esporte. Além dos significados, a obra trará expressões históricas do futebol no Brasil que caíram em desuso, explica Sabrina.
O objetivo da pesquisa era pensar a língua a partir do recorte do futebol e, assim, mostrar como a língua se reinventa ao longo do tempo.
Enquanto recolhiam termos e significados, os pesquisadores se depararam com muitas curiosidades ao longo do caminho. "As expressões mais curiosas são sempre as culturalmente marcadas. Ou seja, aquelas que foram criadas dentro de um contexto histórico-cultural específico. Em inglês, por exemplo, temos o termo "nutmeg", que em português significa noz-moscada, mas é utilizado em inglês para designar um "rolinho", conta Sabrina.
Segundo ela, o termo 'nutmeg' surgiu na Inglaterra durante a era Vitoriana (1837-1901) e era usada em uma situação em que alguém fosse trapaceado e ficasse com fama de bobo. "Isso porque a noz-moscada era um importante produto para a exportação da Inglaterra e, devido ao alto valor, alguns exportadores que queriam se dar bem colocavam réplicas de madeira no meio das especiarias para lucrar mais", explica.
Sabrina e Tiago ainda não sabem quantos serão os termos do glossário, mas pretendem que seja o dicionário esteja bem completo para consulta online antes do início do campeonato mundial, em junho.

UNESCO financia projeto brasileiro de capacitação digital



Fonte: Ministério da Cultura. Data: 16/12/2013.
Autoria: Patrícia Saldanha, SCDC/MinC.
O Fundo Internacional pela Diversidade Cultural da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) vai financiar, em 2014, um projeto brasileiro de capacitação digital para 16 integrantes de oito comunidades indígenas. É o projeto Thydêwá , elaborado pela ONG de mesmo nome, que visa a organização de oficinas técnicas de produção e distribuição de um livro digital voltado para a divulgação das culturas indígenas do Brasil.
A seleção do projeto para receber financiamento do fundo da UNESCO ocorreu na última semana, durante a reunião anual do Comitê Intergovernamental da Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, na sede da Unesco, em Paris. O Ministério da Cultura (MinC) foi representado na reunião pela assessora de Assuntos Internacionais da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC/MinC), Giselle Dupin, integrante da delegação brasileira que acompanhou à reunião.
O Thydêwá foi selecionado junto com outros 9 projetos culturais de fortalecimento e promoção da diversidade cultural, em diferentes países, entre eles a África do Sul, o Peru, o Paraguai e o Zimbabwe. Este é o 2º projeto brasileiro a ser financiado pelo Fundo Internacional pela Diversidade Cultural da UNESCO. O primeiro foi o Vídeo nas Aldeia, em 2012. Um projeto de capacitação e produção audiovisual realizado para jovens indígenas.
A instituição proponente vai receber um apoio de U$ 90,950 mil para organizar oficinas dedicadas às técnicas narrativas, à ilustração, à concepção gráfica e a programação de ferramentas digitais a fim de ensinar os participantes a produzirem e distribuírem e-books com histórias e informações sobre a cultura indígena brasileira. Os povos indígenas que integram o projeto são: Kariri-Xocó (AL), Pataxó Hâhãhãe (BA), Pankararu (PE), Tupinambá( BA) Karapotó (AL), Xokó (SE), Pataxó (BA), Tuxá (BA).
O projeto cultural Thydêwá foi selecionado por ser uma ação que empodera e dá voz aos povos autóctones do Brasil, possibilitando às comunidades indígenas utilizarem a Web como ferramenta de difusão de suas culturas. A ONG brasileira Thydêwá, proponente do projeto, tem sede nas cidades de Salvador e Ilhéus, no estado da Bahia. É uma organização que se dedica à promoção dos direitos dos povos indígenas e da cultura de paz.
Todo ano a UNESCO abre novo edital para financiamentos de projetos de fortalecimento à diversidade cultural os povos. Os editais são divulgados sempre no primeiro semestre. Os interessados em participar devem ficar atentos ao site da Comissão Nacional da Unesco, sediada no Itamaraty.

Mercado editorial discutiu seus próprios rumos



Fonte: O Estado de S. Paulo. Data: 27/12/2013.
URL: www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,mercado-editorial-discutiu-seus-proprios-rumos-e-os-do-pais-em-2013,1112923,0.htm
Temas como o discurso inaugural de Ruffato na Feira de Frankfurt e questão das biografias dominaram a pauta no setor
Não foi fácil chegar à Feira do Livro de Frankfurt, o principal evento do mercado editorial brasileiro em 2013. Três ministros passaram pela pasta da Cultura entre o Brasil aceitar, em 2010, o convite para ser o convidado de honra da feira – que custou R$ 18 milhões ao País – e sua realização em outubro: Juca Ferreira, Ana de Hollanda e Marta Suplicy. Mudanças também, este ano, no comando da Fundação Biblioteca Nacional, responsável pelos preparativos – saiu Galeno Amorim e entrou Renato Lessa. A lista dos 70 escritores da comitiva oficial gerou polêmica e foi acusada de racista. Ela incluiu apenas um escritor negro e um indígena e deixou de fora autores considerados menos literários, mas best-sellers, o que teria motivado a desistência de Paulo Coelho, um dos 70, de participar da festa. Sua ausência e a publicidade que ele fez dela também geraram burburinho.
Mas isso tudo foi antes. Em outubro, profissionais do mercado editorial e escritores foram em peso a Frankfurt. E a festa foi bonita. E engajada – a começar pelo discurso de abertura do escritor Luiz Ruffato, que deu o tom de todos os debates que ocorreram dentro e fora da feira. Ao contar sobre sua história e sobre sua relação com a literatura, ele acabou chamando a atenção para as mazelas brasileiras. Uns disseram que ali não era o Fórum Social Mundial. Muitos outros aplaudiram e apoiaram o escritor. Este foi o melhor momento da feira.
Enquanto o Brasil se apresentava na Alemanha, se assustava com o infarto que o cartunista Ziraldo sofreu lá e via sua literatura sendo exportada – por causa da homenagem, foram, pelas contas dos organizadores da feira, mais de 200 traduções de obras brasileiras –, uma questão cara ao mercado editorial vinha à tona: a das biografias. Foi durante a feira que o grupo Procure Saber apareceu.
Editoras e associações ligadas ao livro já acompanhavam, há tempos, a discussão e se mobilizavam para derrubar a obrigatoriedade de autorização prévia dos retratados e envolvidos nos livros. O firme posicionamento do mercado diante dessa questão e a ameaça de autores, que disseram não escrever mais, e editores que ameaçaram deixar de publicar o gênero caso nada mude, foram outra marca do ano. E em novembro, às vésperas da audiência pública no Supremo, por uma feliz coincidência, biógrafos e leitores se reuniam em Fortaleza para a primeira edição do Festival Internacional de Biografias. O evento virou, claro, palco de articulação política.
Este foi um ano de protestos, e a FLIP, realizada pouco depois do auge das manifestações que levaram o brasileiro às ruas, não foi poupada. A população de Paraty, com demandas diversas, fez passeata pela cidade até chegar à frente da tenda do evento. No palco, a questão também foi debatida – mas quando um manifestante tentou mostrar um cartaz, logo foi retirado.
E por falar em FLIP, São Paulo ganhou um festival nos mesmos moldes da festa fluminense. Realizada pela Associação dos Advogados de São Paulo, a Pauliceia Literária, com forte inclinação para debater a literatura policial, trouxe importantes autores do gênero, como o americano Scott Turow, e prestou homenagem à Lygia Fagundes Telles que, numa manhã inspirada, encantou a plateia.
Ao contrário do que aconteceu em outros anos, não houve unanimidade dos júris na escolha dos melhores livros e vários autores foram reconhecidos. Entre os melhores romances de 2012 premiados em 2013, destaque para Barba Ensopada de Sangue, de Daniel Galera (Prêmio São Paulo), O Sonâmbulo Amador, de José Luiz Passos (Portugal Telecom), Deserto, de Luiz S. Krausz (Benvirá), e O Mendigo Que Sabia de Cor os Adágios de Erasmo de Rotterdam, de Evandro Affonso Ferreira (Jabuti). Dois autores estrangeiros queridos dos brasileiros também receberam importantes prêmios: a canadense Alice Munro ficou com o Nobel e o moçambicano Mia Couto, com o Camões.
O livro digital deixou de ser uma novidade e passou a fazer parte da rotina das editoras. Na USP, foi inaugurada a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, com a coleção de obras raras do casal.
Foi, também, um ano agitado na Academia Brasileira de Letras, com três eleições para imortais. Rosiska Darcy de Oliveira ficou com a cadeira de Lêdo Ivo; Fernando Henrique Cardoso com a de João de Scantimburgo e Antônio Torres com a de Luiz Paulo Horta. Ana Maria Machado deixou a presidência da entidade, e Geraldo Holanda Cavalcanti é o novo presidente.
Dos imortais aos mortais. O Brasil perdeu, este ano, uma de suas principais escritoras de livros infantis. Tatiana Belinky morreu em junho, aos 94 anos. A britânica Doris Lessing também se foi aos 94. Morreram, ainda, o crítico literário alemão Marcel Reich-Ranicki, o editor francês André Schiffrin e os escritores Alvaro Mutis, Elmore Leonard, Richard Matheson, Seamus Heaney, entre outros.
E o reaparecimento de dois mitos. O recluso escritor japonês Haruki Murakami saiu de casa para falar com estudantes em Kioto. E, diagnosticado com demência senil, o colombiano Gabriel García Márquez reapareceu na inauguração de um boliche no México e mostrou o dedo médio a fotógrafos.
Os bons livros nacionais e os mais vendidos de 2013
O número de títulos lançados em primeira edição por editoras brasileiras em 2013 só será divulgado no ano que vem, mas se for parecido com o de 2012 ficará em torno 21 mil. Entre os melhores lançamentos em ficção brasileira, que podem figurar nas listas dos prêmios de 2014, destaque para Amanhã Não Tem Ninguém (Rocco), de Flávio Izhaki; Deserto (Benvirá), de Luiz S. Krausz; Esquilos de Pavlov (Alfaguara), de Laura Erber; e A Cidade, o Inquisidor e os Ordinários (Companhia das Letras), de Carlos de Brito e Mello. Destaque, também, para a edição de Toda Poesia (Companhia das Letras), de Paulo Leminski, que chegou às listas de mais vendidos, e Invenção de Orfeu (Cosac Naify e Jatobá), de Jorge de Lima. No ranking anual do Publishnews, site especializado em mercado editorial, porém, a realidade é outra. Há brasileiros no topo, mas suas obras são religiosas. São eles: o bispo Edir Macedo, com Nada a Perder Vol. 2 (Planeta, 849 mil exemplares), e padre Marcelo Rossi, com Kairós (Principium, 410 mil). Inferno (Arqueiro), de Dan Brown, é o terceiro, com 282 mil exemplares comercializados.

EScolas descumprem a lei e não têm bibliotecas



Fonte: Portal Vermelho. Data: 28/12/2013.
A Lei 12.244, de 2010, determina que todo estabelecimento de ensino do país, público ou privado, deve ter uma biblioteca.  
A divulgação, este mês, dos resultados de um exame que compara o aprendizado de alunos em diversos países voltou a chamar a atenção para os desafios do Brasil na educação. No ranking de 65 nações e economias analisadas pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes 2012 (Pisa, na sigla em inglês), O Brasil aparece em 55º em leitura, 58º em matemática e 59º em ciências.
O Brasil até vem avançando timidamente a cada exame, que acontece a cada três anos, e conseguiu melhora significativa em matemática nesta edição. Em leitura, porém, não houve avanço. Ao contrário: o país caiu dois pontos (de 412 para 410) em relação ao Pisa anterior, de 2009.
A dificuldade dos alunos brasileiros em entender o que leem é diagnosticada também no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e na Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), que analisa a qualidade da alfabetização das crianças que concluíram o 3º ano do ensino fundamental. Em 2011, a prova revelou que metade dos alunos da rede pública não alcançou os níveis de leitura esperados.
Uma lei originada no Congresso tem um papel estratégico para aproximar as crianças e adolescentes dos livros. A Lei 12.244, de 2010, determina que todo estabelecimento de ensino do país, público ou privado, deve ter uma biblioteca.
No entanto, apenas 33,7% das escolas brasileiras de educação básica cumprem o que diz a lei, segundo levantamento elaborado pelo movimento Todos pela Educação (TPE) com dados do Censo Escolar de 2011, do Ministério da Educação (MEC). Pelo Censo Escolar 2012, que considera bibliotecas e também salas de leitura, são 42% dos estabelecimentos, atingindo 75% dos alunos matriculados.
Desafio grande
O déficit é ainda mais acentuado quando se considera apenas a rede pública. Nela, somente 27,5% das instituições oferecem a estrutura aos alunos, de acordo com o estudo do Todos pela Educação. A situação indica que o prazo estabelecido pela lei para adequação das escolas — maio de 2020 — dificilmente será cumprido.
“O desafio é muito grande. Teriam que ser criadas 34 bibliotecas por dia no país”, diz Alejandra Meraz Velasco, gerente técnica do TPE.
Alejandra explica que a implantação exige esforço das escolas porque, além do investimento para criação do espaço, são necessários acervo inicial (a Lei 12.244 estabelece o mínimo de um exemplar por aluno), a catalogação dos livros e a destinação de profissional para atender os estudantes.
Hoje, o único programa de alcance nacional específico para bibliotecas escolares é o Biblioteca na Escola, do MEC, que fornece acervo às instituições de ensino de educação básica cadastradas no Censo Escolar.

Biblioteca em geladeira



Eletrodoméstico oferece livros em exigência de cadastro ou data de devolução. E faz muito sucesso.
Autoria: Aline Bonilha.
Fonte: Jornal A Cidade (Ribeirão Preto, SP). Data: 28/12/2013.
URL: www.jornalacidade.com.br/noticias/cidades/NOT,2,2,912257,Biblioteca+em+geladeira+conquista+leitores.aspx
Em Sertãozinho, livro também pode ser encontrado na geladeira. É isso mesmo: o município ganhou a Geladeiroteca, um eletrodoméstico cuja carcaça foi customizada com gravuras e textos, e se tornou uma estante de biblioteca. Nela, qualquer pessoa pode pegar livros emprestados, sem a necessidade de cadastro. O lema é “Consuma aqui e alimente seu espírito”.
O projeto foi idealizado pela biblioteca General Tavares Carmo, da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste) e teve início em outubro deste ano, durante a 11ª Feira do Livro de Sertãozinho. Agora, o local que acolhe a Geladeiroteca é o Centro Esportivo Mogiana, por meio da Associação de Amigos do Bairro Alvorada (ABA).
Segundo o bibliotecário e idealizador Haroldo Luís Beraldo, a Geladeitoreca é uma biblioteca livre: não existe a necessidade de cadastro para o empréstimo de livros, nem prazos estabelecidos para devolução. Além disso, as pessoas podem fazer doações.
“Se a pessoa quiser devolver o livro, legal, assim como pode emprestar para um vizinho ou deixar em um ponto de ônibus para outras pessoas lerem”, diz.
“A ideia é simples, mas o objetivo é promover a leitura, tirar os livros da estante e fazer com que circulem de maneira livre e gratuita.”
Beraldo pretende fazer novas geladeiras de livros e disponibilizar os equipamentos em outros locais.
Acesso público
“O Centro Esportivo foi escolhido a princípio por ser de acesso público e de grande circulação de pessoas, já que lá são desenvolvidos muitos projetos sociais com crianças, adultos e idosos”, diz.
Segundo o bibliotecário, durante os três dias de feira, em outubro, foram repassados, aproximadamente, 400 livros. A secretária do Centro Esportivo Mogiana, Francine Silva Nogueira diz que, no clube, ao menos 10 pessoas se interessam e perguntam diariamente sobre o projeto.
“O pessoal fica muito curioso, pega livros e também faz doações. É difícil ter um controle de quantos já foram emprestados porque não há cadastro, mas o interesse está sendo grande”, afirma.
José Guilherme, neto da dona de casa Maria Solange dos Santos Leite, saiu da aula de jiu-jitsu e aproveitou para escolher um livro para levar para casa. “Eu acho muito importante reforçar a leitura de livros, ainda mais para as crianças que hoje ficam muito no computador”, diz Maria.
Acervo tem 15 mil opções
A biblioteca “General Tavares Carmo”, da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), existe há 41 anos e, há dois, se tornou pública.
Antes disso, apenas associados, cooperados e pessoas autorizadas podiam utilizar o empréstimo de livros.
O local conta com um acervo de, aproximadamente, 15 mil livros, hemeretoca com revistas e jornais, vídeos técnicos, documentários, computadores com acesso à internet, tecnologia Wi-fi, equipamentos multimídia, como e-readers e tablets, ambientes climatizados e estrutura para estudo.