Eletrodoméstico oferece livros em exigência de cadastro ou
data de devolução. E faz muito sucesso.
Autoria: Aline Bonilha.
Fonte: Jornal A
Cidade (Ribeirão Preto, SP). Data: 28/12/2013.
URL: www.jornalacidade.com.br/noticias/cidades/NOT,2,2,912257,Biblioteca+em+geladeira+conquista+leitores.aspx
Em
Sertãozinho, livro também pode ser encontrado na geladeira. É isso mesmo: o
município ganhou a Geladeiroteca, um eletrodoméstico cuja carcaça foi
customizada com gravuras e textos, e se tornou uma estante de biblioteca. Nela,
qualquer pessoa pode pegar livros emprestados, sem a necessidade de cadastro. O
lema é “Consuma aqui e alimente seu espírito”.
O projeto
foi idealizado pela biblioteca General Tavares Carmo, da Associação dos
Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste) e teve início
em outubro deste ano, durante a 11ª Feira do Livro de Sertãozinho. Agora, o
local que acolhe a Geladeiroteca é o Centro Esportivo Mogiana, por meio da
Associação de Amigos do Bairro Alvorada (ABA).
Segundo o
bibliotecário e idealizador Haroldo Luís Beraldo, a Geladeitoreca é uma
biblioteca livre: não existe a necessidade de cadastro para o empréstimo de
livros, nem prazos estabelecidos para devolução. Além disso, as pessoas podem
fazer doações.
“Se a
pessoa quiser devolver o livro, legal, assim como pode emprestar para um
vizinho ou deixar em um ponto de ônibus para outras pessoas lerem”, diz.
“A ideia é
simples, mas o objetivo é promover a leitura, tirar os livros da estante e
fazer com que circulem de maneira livre e gratuita.”
Beraldo
pretende fazer novas geladeiras de livros e disponibilizar os equipamentos em
outros locais.
Acesso
público
“O Centro
Esportivo foi escolhido a princípio por ser de acesso público e de grande
circulação de pessoas, já que lá são desenvolvidos muitos projetos sociais com
crianças, adultos e idosos”, diz.
Segundo o
bibliotecário, durante os três dias de feira, em outubro, foram repassados,
aproximadamente, 400 livros. A secretária do Centro Esportivo Mogiana, Francine
Silva Nogueira diz que, no clube, ao menos 10 pessoas se interessam e perguntam
diariamente sobre o projeto.
“O pessoal
fica muito curioso, pega livros e também faz doações. É difícil ter um controle
de quantos já foram emprestados porque não há cadastro, mas o interesse está
sendo grande”, afirma.
José
Guilherme, neto da dona de casa Maria Solange dos Santos Leite, saiu da aula de
jiu-jitsu e aproveitou para escolher um livro para levar para casa. “Eu acho
muito importante reforçar a leitura de livros, ainda mais para as crianças que
hoje ficam muito no computador”, diz Maria.
Acervo
tem 15 mil opções
A
biblioteca “General Tavares Carmo”, da Associação dos Plantadores de Cana do
Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), existe há 41 anos e, há dois, se
tornou pública.
Antes
disso, apenas associados, cooperados e pessoas autorizadas podiam utilizar o
empréstimo de livros.
O local
conta com um acervo de, aproximadamente, 15 mil livros, hemeretoca com revistas
e jornais, vídeos técnicos, documentários, computadores com acesso à internet,
tecnologia Wi-fi, equipamentos multimídia, como e-readers e tablets, ambientes
climatizados e estrutura para estudo.
Um comentário:
Iniciativas assim me fazem acreditar que o bibliotecário ainda será reconhecido pela sociedade não apenas como um indivíduo entre quatro paredes, mas um profissional missionário que reconhece a sua função de despertador.
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