Texto publicado originalmente no
sitio do Conselho Regional de Biblioteconomia - CRB-6, em 16/02/2012.
Sugere as múltiplas facetas da
biblioteca principalmente para a fase escolar, auxiliando o aluno na busca
pelas competências e habilidades para ser um cidadão autônomo, crítico e que
saiba buscar informações e conhecimentos essenciais para a vida
O ambiente acolhedor de nossa
própria casa é exemplo de como cada cômodo pode ter mais de uma função além
daquela que lhe designa. Funções específicas, mas não únicas, como o quarto que
pode ser lugar de descanso, de intimidade, de prazer, de estudo; a cozinha,
lugar de refeições, de reunir amigos, de bate-papo, de descobrimentos e de
experiências. A biblioteca na escola também tem vários papéis que não somente
armazenar livros. A biblioteca é o lugar na escola, onde podemos aprender a
usar a informação, descobrir o prazer pela leitura, ter acesso e fazer ligações
entre vários tipos de texto, construir conhecimento, interagir com os pares,
porque o estudante tem a necessidade de partilhar, isso é característica dessa
nova sociedade da informação, alunos munidos de competência informacional,
construindo cidadania, utilizando novas tecnologias.
É sabido que a forma lúdica, a
oralidade, o exemplo, o prazer, a disponibilidade, a empatia devem fazer parte
do clima da biblioteca escolar, não apenas para saber usá-la, não apenas para
gostar de livros, nem para tornar-se mais culto, mas competência e habilidade
para ser cidadão, para ser autônomo, para ser crítico, para saber onde buscar
conhecimento para a vida. Howard Gardner, o criador da Teoria das Inteligências
Múltiplas, complementa nosso pensamento quando diz em um de seus livros: “quero
que meus filhos entendam o mundo, mas não apenas porque o mundo é fascinante e
a mente humana curiosa. Quero que eles compreendam o mundo para fazer dele um
lugar melhor.”
Quando é que o homem vai parar de
fazer guerra para atingir seus objetivos? Acredito que, quando seu foco estiver
direcionado para a finalidade certa, quando suas estratégias não dependerem
apenas da “lei do mais forte”, mas da adaptação, da flexibilidade, da busca por
resultados. Faço essa afirmação com o mesmo entusiasmo que o Ziraldo fala no
livro “O livro do Não do Menino Maluquinho”, sobre o cigarro. “Não fume. Mesmo
porque quando crescer ninguém vai estar fumando mais”. A sociedade tem
demonstrado com alguns atos de que se for consciente e lutar, consegue.
Voltando ao fumo, veja a legislação sobre os cigarros, o fumante hoje já não
tem mais espaço de convivência.
A biblioteca escolar utilizada como
centro cultural, estação do conhecimento, articulador do processo de
educação-cultura, avançará no processo ensino-aprendizagem. E a biblioteca
escolar pode ser a ponte entre esse ambiente de aprendizagem e o mundo externo.
Pode proporcionar isto.
Na criança pequena é visível a todo
o momento, principalmente quando uma criança aprende/descobre de forma
prazerosa e lúdica sobre os fatos da vida; parafraseia autores em suas falas
aplicando com sabedoria no seu cotidiano; quando escolhe um livro pensando em
quem vai recebê-lo e como seu conteúdo será recebido; quando faz questão de ler
pra alguém, de partilhar; quando deseja presentear com livros; quando escolhe
um almanaque no lugar de um brinquedo para levar para a escola no “dia do
brinquedo”; quando leva a revistinha em quadrinhos para a festa de aniversário
e quer ler para as outras crianças.
Imagine o resultado de quando esta
criança se tornar um adulto. Escolha profissional, equilíbrio na vida, no
trabalho, o encontro do prazer em pequenas atitudes, a qualidade de vida, a
escolha certa e o exercício da cidadania de forma consciente, a cobrança pelos
resultados. Fruto da educação de qualidade exigida pela sociedade. Este é o
resultado que queremos e está na hora de exigir!
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