Fonte: BBC Brasil. Data: 8/05/2014.
O Brasil se distanciou da média de 40 países
em um ranking que compara resultados de provas de matemática, ciência e
leitura, e também índices como taxas de alfabetização e aprovação escolar.
No entanto, apesar de ter o seu índice piorado, o país subiu uma posição
no ranking – de penúltimo para antepenúltimo – pois o México apresentou queda
maior do que o Brasil no índice.
Esta é a segunda edição do relatório produzido pela empresa de sistemas
de aprendizado Pearson (ligado ao jornal britânico Financial Times) e
pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU).
O Brasil aparece na 38ª posição do ranking, na frente de México e
Indonésia – um avanço de um lugar, na comparação com a edição de 2012.
O indicador do ranking é composto a partir duas variáveis: capacidade
cognitiva (medida por resultados de alunos nos testes internacionais PISA,
TIMSS e PIRLS) e sucesso escolar (índices de alfabetização e aprovação
escolar).
O número usado para comparar os países ("escore z") indica o
quão longe cada nação está da média dos 40 países (que é zero, nesta escala).
Foram analisadas nações da Ásia, da Europa e das Américas – nenhum país
africano participa do ranking.
Em 2012, o Brasil havia obtido um escore de -1.65; neste ano o indicador
foi de -1,73, o que mostra que o país está mais distante da média dos 40
países. Já o México viu seu escore cair de -1,6 para -1,76. O sinal negativo
indica que ambos os países estão abaixo da média dos 40 países.
Os testes usados para criar o ranking
·
PISA: prova da OCDE feita com alunos de 15
anos de idade em matemática, ciência e leitura
·
TIMSS: prova mundial de matemática e ciência
feita pela entidade independente IEA
·
PIRLS: outra prova da IEA, desta vez sobre
leitura, feita com alunos da 4ª série ou equivalente
O Brasil piorou nas duas variáveis – tanto na capacidade cognitiva (de
-2,01 para -2,06) quanto no sucesso escolar (de -0,94 para -1,08).
Os escores são sempre comparados com a média das 40 nações. Então não é
possível determinar ao certo se a piora do indicador do Brasil se deve a uma
queda no desempenho dos alunos brasileiros, ou se houve uma melhora na média
mundial.
Mais professores de ciência e
matemática
"Países em desenvolvimento ocupam a metade inferior do ranking, com
a Indonésia novamente aparecendo em último lugar entre as 40 nações analisadas,
precedida por México e Brasil", diz o relatório produzido junto com o
ranking ("A Curva de Aprendizagem").
"É preciso questionar a habilidade dos sistemas educacionais destes
países de suportar índices altos de crescimento econômico no longo prazo."
Ranking de educação
Os cinco melhores:
1. Coreia do Sul
2. Japão
3. Cingapura
4. Hong Kong
5. Finlândia
Os cinco piores:
36. Colômbia
37. Argentina
38. Brasil
39. México
40. Indonésia
Um dos capítulos do relatório discute "lições a serem aprendidas
por países em desenvolvimento" e conta com contribuições de Maria Helena
Guimarães de Castro, diretora da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de
Dados), um centro de pesquisas do governo do Estado de São Paulo.
Castro é citada no relatório dizendo que o Brasil precisa de um aumento
de 30% no número de professores de ciência e matemática para aliviar as
pressões sob o contingente atual - que está sobrecarregado e carece de
treinamento.
"Nós não temos professores porque essa carreira não é atraente.
Isso é um problema que não será resolvido a não se que o governo e os governantes
decidam mudar isso", diz a diretora do Seade, no documento da Pearson e
EIU.
Ásia em alta
No topo do ranking, a novidade desta edição é a queda dos países
escandinavos e a ascensão de asiáticos.
A Finlândia, que liderava a edição de 2012, viu seu escore piorar de
1,26 para 0,92 – caindo quatro posições e sendo ultrapassada por Coreia do Sul,
Japão, Cingapura e Hong Kong. O relatório afirma que países escandinavos, como
Suécia e Finlândia, tem visto nos últimos anos as notas de seus alunos piorarem
nos testes internacionais.
A Coreia do Sul é o país com a melhor média em relação às 40 nações. Um
dos destaques positivos do ranking foi a Rússia, cujos alunos melhoraram suas
notas nas avaliações. Com isso, a Rússia subiu sete posições, de 20° para 13°.
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