Agora já é possível ter acesso
rápido, pela internet, a diversas obras raras do acervo da Biblioteca da Câmara
dos Deputados. A Coordenação de Biblioteca (Cobib) e a Coordenação de
Preservação de Conteúdos Informacionais (Cobec) estão digitalizando publicações
como a "Nova Lusitania", escrita por Francisco de Brito Freire em
1675, e os 12 volumes do "Sermoens" (1679), de Padre Antonio Vieira.
Até o final de fevereiro, 52 obras já haviam sido incluídas na Biblioteca
Digital.
O projeto prevê
a digitalização de cerca de 200 obras raras e a respectiva disponibilização, na
íntegra, na Biblioteca
Digital da Câmara. Entre os principais objetivos da iniciativa, está a
ampliação do acesso ao acervo e à informação, bem como a divulgação e a
preservação das obras, visto que não haverá necessidade de manusear os
originais.
Para a gerente
do projeto, Maria Cristina Silvestre, "é fundamental proceder à
digitalização de parte do notável repertório de obras raras sob a tutela da
Câmara dos Deputados, tendo em vista princípios como a tendência à
digitalização de acervos de obras raras e especiais; a necessidade de preservar
o patrimônio bibliográfico raro custodiado por bibliotecas sem, contudo,
limitar sua consulta; a função inerente às bibliotecas de organizar, preservar
e permitir acesso às obras raras; a necessidade imperativa de universalizar o
acesso à informação; e a necessidade de disseminar a informação".
O projeto foi
iniciado em maio de 2013, após discussões preliminares para definir os
critérios e os procedimentos que seriam utilizados no desenvolvimento do
trabalho. Maria Cristina observa que muitas variáveis tiveram de ser
observadas, como os critérios para a seleção dos volumes, a legislação sobre
direitos autorais e requisitos técnicos.
A conclusão do
projeto está prevista para dezembro deste ano. No entanto, Maria Cristina
destaca que, dentro do possível, outros acordos de serviço poderão ser firmados
para a digitalização de uma quantidade maior de obras raras. "Torna-se
conveniente e oportuno, tendo em vista o interesse que despertam, permitir que
interessados ao redor do mundo possam 'folhear' as obras. Não pretendemos
parar. O limite são as cerca de 4.600 obras que compõem nosso acervo",
afirma.
Cuidados
especiais
Por se tratar de
obras raras, o processo de digitalização é mais lento e criterioso que o
normal. A preocupação com a preservação da obra é constante. De acordo com o
diretor da Cobec, Francisco de Jesus, todas as obras passam por uma avaliação
preliminar. "Um restaurador verifica se o livro pode passar pelo processo
de digitalização sem que haja danos. Em caso positivo, o restaurador orienta os
operadores sobre como devem manusear a obra durante a digitalização. Esse
processo é feito livro por livro, isoladamente", explica.
O operador
Roberto Gonçalves Júnior, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto,
destaca que são utilizados escâneres planetários, específicos para esse tipo de
publicação, que minimizam a necessidade de manuseio da obra, além de compensar
a diferença nas lombadas, sem precisar prensar o livro para que seja escaneado.
Treinamentos
foram realizados para garantir que a obra digitalizada fique o mais semelhante
possível à obra original.
Detalhes no URL da Biblioteca Digital da Câmara dos
Deputados: http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/5
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