Fonte: Folha
de S. Paulo. Data: 21/01/2015.
Autoria: Gabriela Sá Pessoa.
Paulo Fugulin é o primeiro a pegar o
autógrafo da escritora espanhola Megan Maxwell durante a sessão de autógrafos
do romance Adivinha quem sou (Essência/Planeta), realizada em uma
livraria em São Paulo. Sob xingamentos das cerca de cem fãs de autora, ele fura
a fila organizada pela editora. Fugulin usa a tática que descreve como
"pular na jugular do escritor", entrega seu exemplar, a autora
autografa, pega-o de volta e sai apressado da livraria. Ele é o único homem no
evento. Um fã tímido de romances açucarados e eróticos? Não exatamente. Até
aquele dia, Fugulin nem sequer tinha ouvido falar da autora. "Ela é uma
escritora internacional, já fez a viagem dela. Agora, eu tenho que fazer a
minha", explica. A "viagem" em questão é o hobby que o
economista de 36 anos mantém há três anos: colecionar edições autografadas.
Em sua biblioteca com cerca de mil
exemplares, mais de 300 são autografados. A coleção de dedicatórias cresce a um
ritmo de três novos títulos por semana, com Fugulin garimpando sebos,
"dando uma de stalker [perseguidor]" de escritores (foi à casa de
Lygia Fagundes Telles) e frequentando lançamentos.
"O colecionismo não tem uma
explicação lógica", diz o livreiro Gilvaldo Santos, do sebo O Buquineiro,
em São Paulo, especializado em edições raras e em itens autografados.
Ramon Rodrigues, livreiro da Babel
Livros, no Rio, diz que os compradores de autografados têm, em média, 40 anos,
e preferência por literatura brasileira. "O valor mais alto que vendi foi
uma edição de Dom Casmurro autografada por Machado de Assis, por R$ 24
mil, já deve ter uns cinco ou seis anos", diz Rodrigues.
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