Fonte: Agência Brasil. Data: 6/08/2015.
Autoria:
Flávia Villela.
Gravuras, ilustrações, cartas, mapas,
fotografias, charges e partituras de um Rio que já não existe, registros de
ideias urbanísticas que nunca saíram do papel e de intervenções que trazem de
volta o que um dia foi destruído. Essas e mais de 200 peças estão na exposição
Rio 450 anos – Uma História de Futuro, inaugurada hoje (6) na Biblioteca
Nacional, Centro do Rio, como parte do calendário de comemorações do
aniversário da cidade.
O curador da mostra, Marco Lucchesi, explicou que
as peças escolhidas buscam expor o Rio como uma cidade que sempre apostou no
futuro. “A ideia era pensar o Rio como grande personagem real, mas também uma
cidade sonhada e projetada para o futuro e, sobretudo, pensar a
contemporaneidade que, daqui a pouco, já é passado; por isso quase não vemos
rostos, mas grandes multidões ou anônimos. ”
De obras raras a fotos de jornais, a história da
cidade é contada por meio da arquitetura e do urbanismo, da vida política,
religiosa, cultural e esportiva da população carioca. O desmonte do Morro do
Castelo, a construção da Avenida Presidente Vargas, a demolição da Avenida
Perimetral estão expostas na mostra.
Para o presidente da Fundação Biblioteca
Nacional, Renato Lessa, as constantes mudanças na paisagem urbana da cidade,
explicitadas na exposição, refletem uma cidade que sente saudade de si mesma.
"Se formos ver as principais inovações que estão sendo feitas no Rio, hoje,
elas são de restauração, com paisagens que estão sendo devolvidas [com a
demolição da Perimetral] e o bonde que está voltando. Então, essa exposição é
um convite para uma imaginação que é projetiva, de pensar a cidade para o
futuro, mas também prospectiva, de pensar quantas possibilidades já abrigamos
na história da cidade."
Ele ressalta que a exposição também fala da
própria casa. Inaugurada em 1810, a biblioteca é uma das maiores do mundo, de
reconhecimento internacional, mas também é uma biblioteca carioca. "Parte
da história da biblioteca se confunde com a da própria cidade. A ideia da
exposição, então, é mostrar o Rio da Biblioteca Nacional e, ao mesmo tempo, a
cidade dando sentido à biblioteca que guarda um material que nos ajuda a
refletir sobre o que a cidade foi, deixou de ser e ainda pode ser." (...)
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