Autoria:
Heide Mund.
Fonte:
Deustche Welle . Data:9/11/2015.
Um
burburinho em inúmeras línguas preenche uma das salas da Kölner Volkshochschule,
em frente à Biblioteca Municipal de Colônia. Uma "sala de
conversação" foi criada na escola para servir de ponto de encontro de
refugiados e de todos aqueles que ainda precisam dominar o idioma alemão. Aqui,
todos podem aproveitar gratuitamente as ofertas da Biblioteca Municipal,
utilizar programas de aprendizado nos computadores ou emprestar livros e jogos.
Além
de um espaço de encontro, a "sala de conversação" é palco de leituras
em diversos idiomas e disponibiliza materiais didáticos em diferentes línguas.
Mentores auxiliam famílias sírias, afegãs e romenas a se adaptar à cidade e à
Alemanha.
A
biblioteca de Colônia é reconhecida na Alemanha por suas inovações. Em 2015,
ela recebeu o título de Biblioteca do Ano, por sua ousadia com projetos
midiáticos e pela estratégia de transformar o local num espaço de encontros e
não apenas de empréstimo de livros. A ideia não é nova: o conceito de
"Makerspace" vem dos Estados Unidos e especialmente da Escandinávia.
Na Finlândia e na Dinamarca, as bibliotecas públicas têm como papel serem
espaços de conhecimento para todos.
Na
Dinamarca, é lei que toda comunidade tenha uma biblioteca em bom estado. E para
isso não há economia de verbas, como na Alemanha, por exemplo, onde muitas
bibliotecas municipais já precisaram ser fechadas. Para atrair o público jovem,
o Estado de bem-estar social dinamarquês criou locais vivos e atrativos, nos
quais o empréstimo de livros e mídias tornou-se quase secundário.
Mais
que livros
A
biblioteca DOKK 1, na dinamarquesa Aaarhus, representa o novo conceito de
biblioteca: um local para todos aqueles com fome de conhecimento. A cidade
industrial e portuária no sul do país será a Capital Europeia da Cultura de
2017, e, para isso, toda a zona portuária ganhou um projeto arquitetônico
completamente novo. E a DOKK 1 está lá, aberta 24 horas e ponto de encontro
para jovens e adultos. A transformação num centro de conhecimento foi
perfeitamente bem sucedida.
Na
biblioteca, não se pode apenas emprestar livros, CDs ou DVDs, mas também
estender o passaporte, entregar a declaração do imposto de renda ou emitir a
carteira de motorista. A maior biblioteca pública da Escandinávia, inaugurada
há alguns meses, é tanto um centro de serviços para o cidadão quanto espaço de
conhecimento. Enquanto esperam para serem atendidas, as pessoas leem ou
estudam.
A
DOKK 1 abriu a cidade de Aarhus para novas possibilidades. Tudo é gratuito e
equipado com novas e modernas tecnologias, que incluem uma impressora 3D. Ali,
ler romances, escutar música e jogar xadrez no computador é tão importante
quanto estudar livros especializados.
Schulz:
"As bibliotecas do futuro devem realmente inspirar as pessoas, mesmo sem
livros"
Espaços
inspiradores
"As
bibliotecas do futuro devem realmente inspirar as pessoas, mesmo sem
livros", constata Knud Schulz, diretor-geral da DOKK 1. Foram mais de dez
anos de planejamento e implementação. Por todos os lados, há espaço para
encontros e trocas. Uma área para pais e filhos, sala de brincadeiras, sala de
leitura com vista para o porto e zonas de silêncio para estudo dão ao local um
caráter cosmopolita.
Para
Schulz, o futuro está na aprendizagem ao longo de toda a vida e no intercâmbio
de conhecimentos entre gerações – e este é o principal objetivo de seu trabalho
na biblioteca. Até um ateliê com máquinas de costura e equipamentos
profissionais faz parte da DOKK 1, mostra ele. Jovens poderiam aprender com
pessoas mais velhas como consertar uma torradeira estragada em vez de comprar
uma nova, acrescenta.
"O
conhecimento se forma em espaços que propiciam trocas entre as pessoas",
diz Schulz. Um conceito que a Biblioteca de Colônia já começou a adotar,
fazendo do aprendizado uma forma de diversão.
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