Fonte: Lusa. Data: 6/11/2015.
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O Observatório da Língua Portuguesa criou
uma biblioteca de livros digitais, sobre cidadania e direitos humanos,
destinada sobretudo a crianças e jovens, capitalizando as competências deles no
mundo digital. A biblioteca digital, que está já online e é de acesso livre,
foi apresentada hoje em Lisboa por Pedro Lourtie, daquele observatório, e pela
escritora Isabel Alçada, na conferência internacional do Plano Nacional de
Leitura. Este projeto "pretende ir ao encontro da apetência natural que os
mais novos têm por estes recursos [tecnológicos].
Uma das formas de tornar a leitura um
prazer, mesmo para os mais avessos, é o recurso digital", explicou Isabel
Alçada na apresentação. Por enquanto a biblioteca tem 15 livros, alguns álbuns
ilustrados, em formato digital, repartidos para diferentes grupos etários, e
cujas narrativas abordam temas como igualdade de género, tolerância, racismo e
xenofobia. Cada livro tem associado o respetivo audiolivro, a contracapa
apresenta os temas abordados e são ainda sugeridas propostas de atividades para
professores e educadores.
O portal inclui ainda depoimentos dos
escritores que cederam os direitos das obras escolhidas para integrarem esta
biblioteca digital. Entre os livros já disponibilizados estão, por exemplo,
"Meninos de todas as cores", de Luísa Ducla Soares, "Os amores
de Lelé e Capilé", de Carlos Correia, "As rainhas magas", de Ana
Maria Magalhães e Isabel Alçada, "Campos de lágrimas", de José Jorge
Letria, e "Se só houvesse uma letra", de Inês Pupo. Isabel Alçada
elogiou o trabalho que tem sido feito pelas bibliotecas públicas e pelas
bibliotecas escolares na promoção do livro e da leitura entre os mais novos,
aproveitando todos os recursos tecnológicos disponíveis. Em contexto familiar,
"os adultos também podem orientar as apetências digitais das crianças para
domínios formativos e de leitura", disse a escritora e ex-ministra da
Educação. De acordo com Pedro Lourtie, esta biblioteca digital foi desenvolvida
com recursos públicos provenientes da Noruega, da Islândia e do Liechtenstein,
através do Programa Cidadania Ativa.
A biblioteca está disponível na página
bibliotecalivrosdigitais.observalinguaportuguesa.org, associada ao Observatório
da Língua Portuguesa. Em 2013, um estudo desenvolvido pelo Centro de
Investigação e Estudos de Sociologia, com base num inquérito feito em 16
países, incluindo Portugal, demostrava que a leitura de livros em formato
digital não substituiu a dos livros em papel, mas que existem mudanças por
causa da Internet.
O estudo incidia sobre o que significa ler
na atualidade e como é que os utilizadores de Internet leem em papel e em
digital. No caso de Portugal, apenas dez por cento dos inquiridos disseram ter
lido mais de oito livros em formato digital ao longo do último ano, quando a
amostra global do inquérito se situou nos 30 por cento. O inquérito
internacional permitiu concluir que a leitura em digital, em múltiplos suportes
-- telemóveis, `tablets`, computadores - coexiste com a leitura em papel e que
o objeto de leitura inclui, além de livros e jornais, textos em blogues,
correio eletrónico ou mensagens partilhadas em redes sociais.
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