Fonte: G1. Data: 18/12/2015.
Vinte
e sete detentos do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de
Juiz de Fora já foram beneficiados com o projeto de remição de pena pela
leitura, adotado há pouco mais de um mês no presídio. A cada livro lido, o
detento reduz em quatro dias sua pena total. Após a leitura, eles passam por
uma prova escrita e precisam ter um aproveitamento de, pelo menos, 60%. Depois,
fazem uma apresentação, que é avaliada por professores.
Inicialmente,
foram utilizados dois livros: “A Última Pedra”, do Bispo Rogério Formigoni e
“Kairós”, do Padre Marcelo Rossi. O projeto é autorizado pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) desde 2013.
O
juiz da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, Daniel Reche da Motta,
explicou que o projeto, autorizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
desde 2013, levou a criação de uma campanha entre os servidores do Fórum da
cidade para a compra de mais livros para que vários presidiários pudessem ler
ao mesmo tempo. “Quando tive notícias de que outras comarcas no Brasil aderiram
à recomendação do CNJ, isso veio de encontro às minhas convicções sobre a força
da leitura na transformação do ser humano”, contou.
A
pedagoga do Ceresp, Daniela Lopes Ferreira, chamou atenção para a formação de
novos leitores pelo incentivo da remição de pena. “Todos têm levado a sério a
leitura e já podemos notar o desejo por novos livros”, disse.
Um
deles é o jovem Rock José de Paiva Souza, de 27 anos. Preso por tráfico de
drogas, ele não tinha o hábito de ler e o programa o ajudou a encontrar uma
nova fonte de conhecimento e reflexão. “A Última Pedra me fez pensar sobre a
minha responsabilidade sobre os dependentes de drogas e os resultados
devastadores que o vício traz para a vida de famílias inteiras”, afirmou.
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