Fonte:
Paraíba Agora. Data: 02/12/2015.
Poucos diriam que a crise financeira,
que ainda preocupa vários setores da economia brasileira neste ano,
contribuiria para o desenvolvimento do mercado editorial no país. Os dados
divulgados pelo Sindicato Nacional dos Escritores apontaram aumento no
faturamento em 3,9%. A crise econômica fez com que algumas categorias de livros
se destacassem mais que outras.
O desgaste que causou desempregos e
instabilidade impulsionou a procura por publicações de autoajuda, especialmente
os que orientam a como agir diante de um mercado de trabalho ainda mais
inacessível. Títulos voltados para o entretenimento rápido e mais interativos —
livros para colorir, recortar, anotar — também estão em alta e garantem as
cifras nos caixas das livrarias.
De acordo com Ismael Borges,
coordenador do setor editorial da Nielsen — empresa responsável por pesquisas
de consumo —, o mercado de livros responde de uma maneira diferente às crises,
quando comparado a outras indústrias tradicionais, como a automobilística. “Na
crise, o livro se torna uma alternativa de entretenimento e lazer
economicamente alcançável e altamente viável. Ao mesmo tempo, ele é instrumento
de desenvolvimento pessoal”, acredita.
Para ele, é possível colocar na
avaliação dois aspectos do desenvolvimento pessoal. “Um tem teor acadêmico e
profissional; e a outro é voltada mais para autoajuda mesmo. São conteúdos que
as pessoas vão atrás para lidar com sistemas de crise. Então, diferente das
outras indústrias, o livro tem essa dinâmica. ”
Mercado internacional
Os autores brasileiros continuam participando em peso
das principais feiras internacionais, que impulsionam a economia do livro.
Ismael Borges destaca que o mercado brasileiro é berço de oportunidades.
“Sabe-se muito bem que a infiltração do livro no Brasil ainda é muito pequena,
quando comparado aos países desenvolvidos. E por isso mesmo é um berço de
oportunidades porque tem muito espaço para crescer. Para mim, esse é principal
elemento relevante quando a gente para fazer essa comparação. Existe muito
potencial de crescimento, mais que outros locais do mundo.
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