22 de nov. de 2016

Quando a internet é a melhor biblioteca



Fonte: Veja. Data: 4/11/2016.
Os 168 milhões de smartphones em uso no país são a principal forma de acesso à internet para o usuário doméstico, atestam os dados da Fundação Getúlio Vargas. Nesse papel de porta de entrada para a internet, os smartphones se tornaram ferramenta indispensável para diversas atividades – inclusive a leitura.
Segundo o instituto Pew, o número de pessoas que leem em smartphones e tablets está crescendo continuamente, superando aparelhos específicos para leitura, como o Kindle, da Amazon. De acordo com o instituto, esse resultado demonstra que os celulares estão tornando a leitura digital mais acessível para a população.
Reflexos dessa popularização já podem ser vistos no mercado de publicações digitais. A atividade de e-publishing, que engloba livros, revistas e jornais digitais, está em franco crescimento. No Brasil, a expectativa é que o faturamento do segmento supere 435 milhões de reais, de acordo com previsões do instituto Statista. Espera-se ainda um aumento de cerca de 10% ao ano, resultando em um mercado valorizado em mais de 700 milhões de reais na próxima década.
O crescimento do segmento chama a atenção dos grandes players do mercado. O Grupo Abril, que edita VEJA, lançou em outubro o Go Read, plataforma de assinatura de revistas digitais que já conta com mais de 100 títulos disponíveis para leitura – todo o catálogo é disponibilizado ao usuário mediante pagamento de uma mensalidade única. As revistas podem ser acessadas por meio de um aplicativo.
A plataforma é a evolução de um produto já existente, o Iba Clube, que já apresentava crescimento considerável no número de assinantes – o faturamento da ferramenta aumentou 40% de 2014 para 2015.
A estratégia é semelhante à de outras empresas inseridas na economia on demand, composta por serviços e produtos digitais capazes de suprir uma necessidade ou um desejo do consumidor por meio do acesso imediato e conveniente. O sucesso das plataformas de streaming de filmes e séries, com milhões de usuários espalhados pelo mundo, não deixa dúvidas do potencial desse formato de consumo de conteúdo online.
Nota do blog
A matéria da revista Veja fez uma publicidade da sua plataforma Go Read. Na verdade, está tentando “vender” a importância da assinatura paga de revistas eletrônicas. A comparação com a biblioteca não faz sentido.
A biblioteca é uma instituição democrática, aberta a todos e que não COBRA pelo uso do seu potencial de informação. Ela inclusive pode se tornar assinante do Go Read e passar a oferecer, de forma GRATUITA, os produtos digitais para os seus leitores.
            Murilo Cunha

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