Fonte: UOL, em São Paulo. Data: 9/12/2016.
Fonte original: New York Times. Data: 8/12/2016.
A onda de crimes de ódio e de xenofobia que atingiu os Estados Unidos tem agora um novo
cenário: as bibliotecas, onde livros sagrados do islamismo foram vandalizados e
mensagens racistas têm sido propagadas.
O caso ocorreu em Evanston, Illinois, segundo
reportagem do "New York Times", quando uma funcionária preparava um
material com foco em analisar o Alcorão.
Foi então que ela viu, no livro "O Alcorão para
Leigos", a inscrição 'mentira do começo ao fim' ao lado de uma suástica e
um xingamento sobre Maomé. Outros seis livros sobre o islamismo tinham sido
vandalizados de maneira semelhante.
A biblioteca fez um boletim de ocorrência, mas
ninguém foi detido. Segundo responsáveis pelo local, alguns desses livros foram
emprestados há alguns meses, o que indica que o vandalismo é recente, já que os
funcionários checam as publicações quando elas são retornadas. Nem todo o
prédio é coberto por câmeras de vigilância.
Além do caso em Evanston, a Associação de
Bibliotecas Americanas contabilizou outros três episódios de racismo, um deles
no Canadá.
Na biblioteca da Universidade do Novo México, uma
estudante foi atacada por um homem que tentou tirar seu hijab - ela conseguiu
escapar sem se machucar; na Reed College, em Portland, mensagens de ódio e
suásticas foram encontradas na biblioteca; em Toronto, uma pichação antissemita
apareceu na vitrine de uma biblioteca.
"Estou chocado que temos sete ou oito exemplos
desse tipo, porque nunca vimos esses crimes ocorrerem em bibliotecas. Estamos
em situação cada vez mais difícil, porque as comunidades estão mais divididas
do que nunca", afirmou Julie Todaro, presidente da associação, que agora
começa a investigar as ocorrências para verificar se são tendência ou casos
isolados. (Com "The New York Times")
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