Autoria: Aída Alves.
Fonte: Correio do Minho (Portugal). Data:
19/01/2017.
URL: http://www.correiodominho.com/cronicas.php?id=8206
Sabia que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2017 como
o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento? A resolução,
aprovada no passado dia 4 de dezembro de 2016, reconhece a importância do
Turismo para “estimular a melhor compreensão entre os povos em todos os
lugares, e conduz a uma maior consciência da herança de várias civilizações e a
uma melhor apreciação dos valores inerentes de diferentes culturas,
contribuindo assim para o fortalecimento da paz no mundo.”
Será que as bibliotecas contribuem para um desenvolvimento
sustentável? À partida pode parecer-nos que não, mas vamos refletir em conjunto
neste curto espaço.
Em 2002, a IFLA preocupada com o tema do desenvolvimento sustentável, lançou a declaração Statement on Libraries and Sustainable Development que introduz o acesso à informação como fator preponderante para a promoção do desenvolvimento sustentável. Declara que todos os seres humanos têm o direito fundamental a um ambiente adequado à sua saúde e bem-estar. A declaração sublinha ainda que os serviços da biblioteca devem promover o desenvolvimento sustentável e assegurar a liberdade de acesso à informação e ao conhecimento.
Em 2002, a IFLA preocupada com o tema do desenvolvimento sustentável, lançou a declaração Statement on Libraries and Sustainable Development que introduz o acesso à informação como fator preponderante para a promoção do desenvolvimento sustentável. Declara que todos os seres humanos têm o direito fundamental a um ambiente adequado à sua saúde e bem-estar. A declaração sublinha ainda que os serviços da biblioteca devem promover o desenvolvimento sustentável e assegurar a liberdade de acesso à informação e ao conhecimento.
No congresso mundial da IFLA, em Lyon, em maio de 2014, foi
elaborada a Declaração de Lyon (http://www.lyondeclaration.org/content/pages/lyon-declaration-pt.pdf
), sobre o acesso à informação e desenvolvimento. Nesta declaração dá-se
especial destaque ao papel importante das bibliotecas na sua missão educadora e
social, proporcionando o acesso à informação e ao conhecimento, a toda a
população, com maior impacto nas pessoas que social e economicamente estão
menos favorecidas.
O desenvolvimento sustentável deve ocorrer numa estrutura baseada
em direitos humanos, mediante a transmissão de competências, educação e
inclusão de grupos marginalizados, incluindo mulheres, minorias, imigrantes,
refugiados, pessoas com deficiência, idosos, crianças e jovens. O acesso
equitativo à informação, liberdade de expressão, liberdade de associação e de
reunião e à privacidade, são promovidos, protegidos e respeitados como sendo
fundamentais para a independência do indivíduo. A participação pública de todos
é assegurada pelas bibliotecas, locais onde se proporcionam por vezes ações que
ajudam a melhorar a qualidade de vida das pessoas.
A biblioteca alia-se a vários movimentos sociais e educativos a
nível local, regional, nacional e mundial e mostra que não se encontra a
trabalhar isolada, mas que é uma “biblioteca global”.
O aumento tendencial de maior acesso à informação, reforçado pela
alfabetização universal obrigatória, é um pilar essencial para o
desenvolvimento sustentável.
As bibliotecas na sua função social ajudam famílias mais
desfavorecidas, através do empréstimo domiciliário gratuito, através de bancos
de manuais escolares usados, através de ofertas de atividades educativas e
formativas sem custos para o participante; oferta de atividades de extensão
cultural de entrada livre. Tecem redes e protocolos com entidades que ajudam na
distribuição de bens alimentares e outros bens necessários, como o Banco
Alimentar, a Cruz Vermelha Portuguesa, a CERCI, a CARITAS, hospitais, centros
de saúde, juntas de freguesia, entre outros. Promove sessões e disponibiliza
espaços que proporcionam o bem-estar e a qualidade de vida dos seus
utilizadores. As bibliotecas ajudam a promover contextos de aprendizagem ao
longo da vida para todos, em igualdade de género, em colaboração com escolas,
IPSS, associações sem fins lucrativos.
A Biblioteca também ajuda na implementação de políticas para
promover o turismo sustentável local, promovendo informação sobre o património
bibliográfico, destacando produtos locais através de exposições e feiras.
Apoia no acesso às tecnologias de informação e comunicação e
empenha-se na disponibilização gratuita no acesso a equipamentos informáticos e
à Internet. Desenvolve esforços para proteger e salvaguardar o património
cultural local, nacional e mundial. Proporciona o acesso a espaços públicos
seguros, inclusivos, acessíveis, particularmente para pessoas idosas e pessoas
com deficiência.
Contribui permanentemente para que nos espaços de reflexão que
proporciona à comunidade, com vários agentes locais, aumentar a
consciencialização sobre a proteção do ambiente, alterações climáticas,
eficiência energética, espaços verdes, biodiversidade, saúde pública, direitos
e liberdades fundamentais, serviços públicos, meio ambiente, oportunidades de
trabalho que apoie às comunidades locais e pessoas para orientar o seu próprio
desenvolvimento.
O desenvolvimento sustentável deve ocorrer numa estrutura baseada
em direitos humanos e é nesse contexto no qual as bibliotecas foram criadas.
Intermediários da informação, como bibliotecas, arquivos,
organizações da sociedade civil, e os meios de comunicação têm as habilidades e
recursos para ajudar as instituições e indivíduos a comunicar, organizar,
estruturar e compreender os dados que são fundamentais para o desenvolvimento.
Bibliotecas e outros intermediários da informação podem utilizar
as TIC para reduzir a lacuna entre a política nacional e a implementação local
para assegurar que os benefícios
do desenvolvimento cheguem a todas as comunidades.
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