Autor: Ethevaldo Siqueira.
Fonte: O Estado de S. Paulo. Data: 13/03/2011.
Até 2020, a tecnologia vai mudar a comunicação entre os equipamentos e a forma como nos relacionamos com eles
Ao longo desta década, pelo menos três avanços notáveis da internet estarão amadurecidos e vão acelerar ainda mais a mobilidade de terceira geração: a nuvem, a internet das coisas e a internet semântica.
Relembremos que nuvem significa "em algum lugar da internet" (em data centers públicos ou privados) ou a nova forma de computação conhecida como cloud computing. A nuvem nos permitirá armazenar quase tudo que hoje guardamos em nossos computadores e smartphones. Ela será o repositório quase inesgotável de nossos conteúdos pessoais, programas e aplicativos.
Tudo o que você quiser, leitor, estará disponível na nuvem: programas, jogos, filmes, aplicativos e todos os tipos de conteúdos. Um exemplo típico dos benefícios da nuvem nessa nova fase da revolução da mobilidade 3.0 é o projeto que a sueca Ericsson desenvolve com a empresa americana Akamai para criação de programas e aplicativos que permitirão aos usuários dos smartphones baixar todo tipo de conteúdo direto da nuvem.
O segundo avanço extraordinário que beneficiará a todos será a "internet das coisas" - um salto da web que estará intimamente ligado à nuvem e nos permitirá estabelecer elos virtuais ou links entre objetos materiais: livros, discos, móveis, documentos, mercadorias, produtos físicos e outros. Essa nova internet terá grande aplicação não apenas em ambiente doméstico ou industrial, mas, principalmente, em ambientes de mobilidade.
A internet das coisas permitirá que nossos carros troquem informações não apenas com os pedágios eletrônicos, mas também com outros veículos e com as estradas, com os sistemas de sinalização e de segurança. Mais ainda: poderão estacionar com precisão e segurança, sem bater nos outros nem na sarjeta.
Nossas roupas, smartphones e objetos pessoais falarão entre si e com o mundo à sua volta, com as portas, paredes e com outros aparelhos domésticos. Com a internet das coisas, o mundo viverá o auge da comunicação máquina-máquina. Bilhões de sensores falarão entre si e estabelecerão um novo diálogo com semáforos, sistemas de transporte, de segurança pública e doméstica, de vigilância de prédios e ruas, de controle do consumo de energia e outras aplicações.
A terceira inovação que vai revolucionar a web e as comunicações pessoais será a "internet semântica", que pode ser definida como um conjunto de métodos ou tecnologias que permitem às máquinas entender o significado da informação. Ou, em outras palavras, entender a semântica da informação. Esse conceito de uma internet avançada foi estabelecido por Tim Berners-Lee, o criador da teia mundial (www, de worldwide web), para quem essa nova internet poderá ser processada direta e indiretamente pelas máquinas.
O melhor benefício que o cidadão de 2020 terá com a internet semântica, em sua fase mais avançada, talvez sejam as pesquisas que seus aplicativos poderão fazer na web. Essas transformações terão enorme impacto na economia, na produtividade, no estilo de vida e no comportamento, em especial com a expansão acelerada do uso dos dispositivos de tecnologia pessoal, como smartphones e tablets.
Um comentário:
A web semântica é um sonho que ainda levará uns cinco anos para a sua real efetivação. Para que ela chegue logo é necessário incluir nas páginas web os metadados para melhor descrever/indexar os conteúdos das páginas web. Aqui existe um nicho de mercado para o bibliotecário!
Murilo Cunha
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