Fonte:
PublishNews . Data: 06/12/2012.
Autoria:
Iona Stevens e Carlo Carrenho .
E a
Amazon chegou ao Brasil. Apenas 5 horas da Kobo comemorar sua chegada ao Brasil
em parceira com a Livraria Cultura, a gigante de Seattle abriu sua loja online
na internet brasileira. A loja começou a subir às 00h20 desta quinta-feira e,
em www.amazon.com.br,
já é possível adquirir Kindles e e-books. O Kindle oferecido pela Amazon é um
modelo básico, com WiFi, mas sem 3G ou touch screen. O custo: R$ 299,00. A
Google consegui se antecipar e lançou sua livraria brasileira na Google Play às
00h05.
Entre os
livros digitais oferecidos pela Amazon merecem destaque as obras de Ziraldo e
Paulo Coelho. Uma edição de O Menino Maluquinho é usada para ilustrar as
imagens de tablets e smartphones com os aplicativos da Amazon. Além disso, há
uma edição gratuita de Os Haicais do Menino Maluquinho. Já Paulo Coelho
possui uma página especial própria.
E foi uma
longa caminhada desde as primeiras investidas no Brasil do peruano Pedro
Huerta, responsável pela operação Kindle na America Latina, que começou a
conversar com empresas brasileiras no início de 2011. As negociações não foram
fáceis. O grupo Ediouro, por exemplo era, até muito recentemente, uma das
editoras que não haviam fechado negócio com a Amazon. Até o último momento.
“Fizemos o acordo”, confirmou na última quarta-feira, 5/12, Luiz Fernando
Pedroso, vice-presidente do grupo, logo após assinar o contrato. “A expectativa
é de que venham com tudo, mais uma varejista no mercado, e num mercado novo”,
contou o executivo. A editora vai entrar no mercado digital com 500 e-books,
entre os vários selos. Os contratos com a Saraiva e Kobo também foram assinados
na mesma hora.
A editora
Companhia das Letras confirmou semana passada o acordo com a varejista
americana, após longa negociação: “Vimos uma série de detalhes, porque o
digital é assim, tem que prever todas as situações possíveis, então acaba sendo
muito demorado”, afirmou Fabio Uehara, responsável pelo departamento digital da
editora. “Estamos bem animados nesse final de ano, após a onde de especulação,
estamos aliviados que vai começar mesmo, a loja da Kobo está no ar, a da Apple
também, eu acho que esse natal vai ser muito bacana”, completou Uehara. A
editora está investindo pesado no digital, no início de 2010 eram 200 e-books,
terminam o ano com 600 e esperam dobrar esse número em 2013. “Queremos publicar
todos os lançamentos em e-book simultaneamente, estamos trabalhando no
backlist, e pensando em novas possibilidades”, declarou Uehara.
Uma das
editoras que estão mais presentes na chegada da Amazon é a Vergara&Riba,
V&R, que começou as negociações do acordo com a Amazon logo no primeiro
semestre desse ano. A chegada da varejista é promissora: a loja do Kindle tem
uma página especial só para a série best-seller Diário de um Banana. O
dois primeiros livros da série já estão a venda na loja, e semana que vem os
números 3, 4 e 5 também estarão. “Estamos contentes com a entrada deles”, conta
Sevani Matos, diretora da VR Brasil, “vai ser interessante ver como eles vão
criar o mercado do Kindle no Brasil. É preciso fazer uma campanha de marketing
para estimular a compra do e-reader aqui, para não ficar só na mão de um
consumidor que foi no exterior e comprou o aparelho, depois de todo o trabalho
de transferência para o ePub”. Outros títulos também estarão à venda, como a
coleção Maze Runner, e a editora se prepara para um 2013 digital:
“Estamos conversando com a Saraiva, e na sequência deve ser a Kobo”, prevê a
diretora, “como tem essa limitação do aparelho é interessante estar no maior
número de lojas virtuais possível”.
Fernando
Baracchini, presidente da Novo Conceito, editora acionista da DLD, também está
animado com a chegada da Amazon, e promete que a Novo Conceito terá presença
forte na loja virtual.“É um marco, um divisor de águas, no mercado editorial
vai ter uma era ‘antes da Amazon’ e ‘depois da Amazon’. E depois vai ser
melhor, acho que é uma empresa séria, competente”, afirmou o presidente, que
disse estar satisfeito com o acordo que a DLD fechou com a varejista, “foi bom
para o mercado”. A editora de Baracchini está mergulhando de cabeça nessa nova
fase do mercado, negociando com outros players como Apple, Google e Saraiva: “O
Brasil está caminhando para um amadurecimento e o mercado editorial também está
passando por isso. Quem está se preparando melhor para esses novos negócios no
final das contas vai ter vantagem competitiva, vai valer a pena. Não tenho medo
da chegada da Amazon, tenho entusiasmo”, concluiu o presidente.
A editora
Intrínseca também se preparou para a chegada da Amazon e outros players
internacionais “A Intrínseca tem orgulho de ser a única editora que lança o
livro imediatamente no digital, junto com o livro físico, acredito que até o
fim do ano que vem as vendas de e-books representarão 10% das vendas”, acredita
Jorge Oakim, fundador e diretor da editora carioca. Para ele a chegada da
Amazon é “uma oportunidade fantástica para o mercado editorial brasileiro, os
livros vão ser mais baratos, a facilidade de compras vai ser maior. Vai ser
ótimo para os leitores e, portanto, para as editoras também”, afirmou o editor,
que fechou negócio com todos os outros players digitais, como a Kobo, Saraiva e
Apple.
Nenhum comentário:
Postar um comentário