Fonte: Zero Hora
(Porto Alegre, RS). Data:
Projeto nasceu há três anos como estratégia de escola
no combate ao desinteresse dos estudantes pelos livros
A corneta toca, e cerca de 230
alunos correm para a sala dos professores da Escola Municipal Romana Gobbi, em
Passo Fundo, no norte do Estado. A pressa não tem a ver com nenhum treinamento
de emergência. A gurizada vai em direção aos quase 500 livros distribuídos em
cestas.
A cena se repete uma vez por
semana, e os estudantes não sabem a hora ou o dia em que virá o alerta. O
projeto Sinal Verde foi pensado há três anos, após a comunidade ter tido de
optar entre uma sala de informática e uma biblioteca, em razão da falta de
estrutura física para os dois ambientes.
- Era o único espaço que tínhamos.
Com a informática, os alunos começaram a ler cada vez menos. Precisávamos
pensar em uma estratégia para recuperar o interesse pelos livros - relata a
coordenadora pedagógica da instituição, Evania Carina Calza.
Os títulos foram comprados com a
ajuda de pais e alunos, que venderam rifas para conseguir o dinheiro.
Para reforçar o interesse da
gurizada, há outros dois projetos em andamento. Um deles é o Carrinho sobre
Rodas, que leva os livros até as turmas, para que cada aluno escolha as obras
que quer levar para casa. Já o Café Literário promove bate-papos entre autores
da Academia Passo-fundense de Letras e a garotada. O resultado, os professores
veem pelos corredores: quem não lia, hoje não abre mão. Estudante da 8ª série
da escola, Vípora Rodrigues Ribeiro, 14 anos, diz que costumava ler dois livros
por ano até o início do projeto. Agora, já foram 84 obras nos últimos 12 meses:
- Aprendi a falar, escrever e me
entender melhor com as pessoas. Cada vez, dá mais vontade de ler. A minha
rotina influenciou também na redação. Comecei a acreditar na minha capacidade
de desenvolver assuntos.
Um texto da aluna foi classificado
para a segunda etapa da Olimpíada Brasileira de Letras.
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