Fonte: Convergência Digital.
O governo ainda busca respostas às
recentes denúncias de espionagem e acaba de criar um grupo interministerial que
deve elaborar uma estratégia de defesa cibernética. Para profissionais de
segurança de informação, porém, as reações precisam avançar da política para
soluções técnicas. E as anunciadas até aqui, como o próprio "e-mail
seguro", estão mais no primeiro que no segundo campo.
"Quando a gente não confia em
mais nada, o melhor é voltarmos aos conceitos. E nesse caso o conceito está
certo. Mas mais do que um e-mail seguro, é melhor uma arquitetura segura",
defende o ex-comandante de ciberguerra da Marinha, Valter Monteiro Jr.
Segundo ele, que mais recentemente
foi coordenador operacional dos centros de comando e controle que o Ministério
da Justiça implantou em cidades da Copa do Mundo, a abordagem pela arquitetura
foi a aposta da Marinha, muito por conta do projeto do submarino nuclear.
"As comunicações só se dão
dentro de uma rede segura. Não tem (porta) USB. Não sai documento. Não dá para
imprimir e levar. Só dá para trabalhar dentro da rede. Em um e-mail seguro, se
não tiver incluído com um sistema operacional, não é seguro. Nem o compilador é
seguro", dispara.
Daí, explica ele, que a Marinha
apostou nessa 'arquitetura segura'. "É o mesmo conceito do e-mail. Nessa
rede segura coloca-se um sniffer (farejador) na boca da rede e olha tudo que
está passando. E, claro, criptografia em tudo", explica. Na prática,
concentra a vigilância em busca de inconsistências no tráfego.
Monteiro, como é conhecido, esteve
no primeiro SecureGov, promovido pela ISC2, uma entidade que certifica
profissionais em segurança da informação. Ele insiste que há diversos pontos
vulneráveis, a começar pelas placas-mãe, pelos componentes eletrônicos dos
equipamentos.
Ele duvida, no entanto de afastar
os fabricantes "suspeitos". Temos é que chamar a Cisco, a Microsoft,
etc, e ter acesso aos códigos, poder auditar. Não vamos criar uma indústria da
noite para o dia. A NSA usa equipamentos Citrix e Cisco, mas tem uma camada em
SELinux entre eles, onde controla tudo. Nem eles confiam nos fabricantes".
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