O número de bibliotecas públicas
aumentou de 76,3% para 97%, entre 1999 e 2012, nos municípios brasileiros,
segundo estudo do IBGE. Dados como esses refletem o trabalho de um profissional
específico que se ocupa de catalogar, indicar e emprestar livros, o
bibliotecário. Mas, engana-se quem imagina que essas são suas únicas funções. O
profissional formado na área é, principalmente, um gestor da informação:
organiza, planeja e executa ações para tornar o conhecimento acessível ao
usuário final, seja ele um estudante, um profissional, um pesquisador ou uma
dona de casa.
Os dados do IBGE, no entanto, não
são tão animadores quando comparados ao número de bibliotecas escolares. É
preciso que se construam 130 mil bibliotecas no Brasil até 2020, de acordo com a
Lei Federal 12.244/10 que estabelece que todas
as instituições de ensino, públicas e privadas, tenham biblioteca. Para atender
a essa demanda, o número de bibliotecários precisa chegar a quase 180
mil.
Com mais de 100 anos de profissão
regulamentada no país, o próximo dia 12 de março é dedicado ao bibliotecário.
Quem se decidiu pela profissão consegue encontrar trabalho em bibliotecas de
instituições de ensino públicas e privadas, centros culturais, centros de
memória e de documentação, museus, arquivos, editoras, livrarias, entre outros.
Isso sem contar as inúmeras empresas, indústrias e organizações públicas e
privadas onde há áreas dedicadas a gestão da informação e do conhecimento. As
oportunidades de trabalho, no entanto, não se restringem apenas a locais
físicos. A estudante de Biblioteconomia da Universidade Federal de Alagoas
(Ufal), Ingrid Abs, quis aplicar seus estudos à gastronomia e criou um blog que
discute história, negócios, marketing e inovação na área. Com o trabalho, a
aluna organiza cursos de culinária e tem contato com chefs de todo o Brasil. Em
outras palavras, com o avanço das tecnologias e da internet, o meio digital e
eletrônico é cada vez mais um campo promissor para o bibliotecário
atuar.
5 mil de profissionais em MG e
ES
Segundo dados de pesquisas
realizadas pelo Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), existem cerca de 20
mil bibliotecários regulamentados no país. Desse número, cinco mil estão apenas
nos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.
O salário inicial de um
profissional nas capitais brasileiras é de R$ 2.500,00. Mas em regiões
interioranas, a remuneração pode oscilar de acordo com o desenvolvimento da
região, indo de R$ 1.200,00 a R$ 3.500,00. As oportunidades de trabalho no
interior de Minas Gerais estão favoráveis, pois ainda não existe número
suficiente de profissionais qualificados nessas regiões, além do crescente
número de empresas e instituições de ensino instaladas em cidades com maior
potencial de desenvolvimento. Outra opção de trabalho são os inúmeros concursos
públicos para bibliotecários em órgãos governamentais, onde o salário pode
variar entre R$ 4.000 e R$ 8.000.
Segundo o presidente do Conselho
Regional de Biblioteconomia 6ª Região, Antônio Afonso, 90% dos bibliotecários
formados exercem função na área. “No Brasil, a maioria das universidades
federais oferece graduação em Biblioteconomia e ainda existem cursos a
distância, ofertados por faculdades privadas. No entanto, acredito que a procura
pelo curso será superior ao número de escolas.”
Fonte: Conselho Regional de Biblioteconomia, 6a. Região.
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