Fonte: O Estado de S. Paulo. Data: 27/12/2014.
Autoria: Maria Fernanda Rodrigues.
Mais do que por
grandes lançamentos, o ano de 2014 ficará para sempre marcado por despedidas.
Foi um ano especialmente triste para a literatura, que perdeu, num único mês,
em julho, João Ubaldo Ribeiro, Ariano Suassuna, Ivan Junqueira, Rubem Alves e
Nadine Gordimer. Em abril, foi o colombiano Gabriel García Márquez. Em
novembro, Manoel de Barros. O mercado editorial foi surpreendido por algumas
notícias. A aquisição da Santillana pelo Grupo Penguin Random House refletiu no
Brasil com a fusão da Companhia das Letras e Objetiva/Alfaguara. O Grupo
Sextante comprou 50% da gaúcha L&PM. A Amazon começou a vender livros
físicos no País, lançou seu serviço de aluguel de e-books sem o apoio de
grandes editoras e lidera o comércio de livros digitais por aqui, que ainda é
pequeno, mas vem crescendo. Segundo a pesquisa Produção e Venda do Setor
Editorial, feita pela Fipe e anunciada este ano, o faturamento das editoras com
o e-book saltou de R$ 3,8 milhões em 2012 para R$ 12,7 milhões em 2013 – um
indício de que 2014 verá números ainda maiores. Pensando nisso, a Saraiva
lançou o Lev, seu e-reader. Mesmo com esses números, este foi, mais uma vez, um
ano sem crescimento. Essa crise, a ameaça da Amazon e a relação desigual
mantida entre editoras e grandes redes de livrarias e entre editoras e
livreiros independentes, levou de volta a lei do preço fixo do livro ao debate.
O Vale Cultura levou novo ânimo e consumidores para as livrarias – e editores e
livreiros seguem na torcida para que ele seja usado em massa para a compra de
livros.
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