Fonte: Tribuna
do Norte. Data: 26/03/2015.
Autoria: Yuno Silva.
URL: http://tribunadonorte.com.br/noticia/biblioteca-a-espera-de-uma-a-canetadaa/309488
A
estudante Regina Azevedo, 15, autora festejada da novíssima geração de poetas
do RN, com dois livros publicados pela editora Jovens Escribas, nunca foi à
Biblioteca Pública Câmara Cascudo por falta de oportunidade. O lugar entrou em
declínio em 2007, desde 2008 foi feito um diagnóstico apontando problemas e
necessidades e suas portas estão fechadas para o público há três anos – Regina
se engajou no universo literário no final de 2012. “Sempre. O livro precisa
cumprir seu papel: o de ser lido. As bibliotecas públicas vêm como incentivo.
Uma verdadeira ponte, super necessária”, respondeu, ao ser questionada se ainda
haveria espaço para bibliotecas nesses tempos de smartphone, Google e
Wikipedia. Reação diferente — e irônica — teve um anônimo que pichou no tapume
na fachada da biblioteca, com os dizeres: “Precisa mais abrir não, nós só quer
TV”.
Com
reforma parada desde outubro do ano passado, a maior biblioteca pública do Rio
Grande do Norte, com seu acervo composto por mais de 100 mil volumes, aguarda
um parecer do Ministério da Cultura autorizando a continuidade da obra orçada
em R$ 1,5 milhão – sendo R$ 1,1 milhão do MinC e R$ 400 mil do Governo do RN. O
prazo para conclusão da reforma era maio deste ano.
Detalhe:
o recurso está todo disponível, depositado em conta específica, que só pode ser
utilizado quando autorizado pela Diretoria de Programas Especiais de
Infraestrutura Cultural (DINC), setor coordenado por Germano Andrade Ladeira. O
gestor precisa assinar parecer técnico que avalia os ajustes no projeto
executivo.
A
reportagem do VIVER busca detalhes sobre o assunto desde o início da semana,
mas esbarrou no tripé ‘informações incompletas, má vontade e o crônico jogo de
empurra-empurra de responsabilidades’. É com esse expediente de descaso que o
Ministério da Cultura vem tratando a reforma da BPCC, onde o tema “obras
paradas” parece blindado e ninguém está autorizado a prestar qualquer
esclarecimento sem passar pela assessoria de imprensa do MinC.
O
procedimento é compreensível, porém o setor de Comunicação do Ministério
precisa ser acionado pela DINC para dar retorno aos questionamentos: onde,
afinal, o processo de reforma da Biblioteca está emperrado e quando a reforma
será reiniciada?
(...)
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