Autoria:
Fabio Arruda Mortara.
Fonte: Publish News.
URL: http://www.publishnews.com.br/materias/2016/05/04/livro-impresso-unanimidade-global
‘Não há antagonismo entre os
meios na mente dos leitores, como alguns segmentos vêm buscando disseminar de
modo equivocado’, defende presidente da Confederação Latino-americana da
Indústria Gráfica
A mais nova pesquisa
sobre a preferência das pessoas quanto à leitura em mídia impressa ou
eletrônica, que acaba de ser realizada pela American University, de Washington,
EUA, confirma tendências indicadas até agora por numerosos estudos anteriores:
há uma clara opção pelos conteúdos impressos, especialmente quando se trata de
livros.
O trabalho,
coordenado pela professora de linguística Naomi Baron, da American University,
abordou 300 universitários dos EUA, Japão, Alemanha e Eslováquia. Demonstra
que, apesar da ampla disponibilidade de plataformas eletrônicas como
smartphones, tablets, e-readers e computadores, cujo uso faz parte da rotina
dos jovens, o livro impresso segue muito à frente na preferência dos estudantes
para leituras sérias, com 92%.
A pesquisa integra o
novo livro da docente, intitulado Words Onscreen: the Fate of Reading in a
Digital World (Palavras na tela: o destino da leitura no mundo digital,
em livre tradução). Um dos aspectos mais interessantes dentre os revelados
pelos alunos refere-se às sensações na leitura, como a tátil, a olfativa e a
cinestética. (cinestesia é o sentido pelo qual se percebem os movimentos
musculares, o peso e a posição dos membros).
É interessante
comparar essa nova pesquisa a outras realizadas anteriormente, como a da
Nielsen BookScan, que indicou: o número de livros impressos vendidos nos EUA em
2014 subiu 2,4%, alcançando 635 milhões de unidades. Segundo especialistas, o
crescimento da venda de livros físicos deverá manter-se nos próximos anos, pois
os novos leitores parecem gostar cada vez mais do papel. A Nielsen indica que a
maioria dos adolescentes entre 13 e 17 anos prefere obras impressas. Além
disso, as vendas de títulos de ficção para jovens adultos cresceram 12% em
2014, mais do que os dirigidos aos adultos.
O estudo da American
University, assim como o da Nielsen BookScan, também é coerente com pesquisa
realizada em 2014 pelo DataFolha, que demonstrou: no Brasil, 59% dos leitores
de livros e 56% de revistas optam pelas edições convencionais. No caso de
jornais, 48% preferem acessá-los em computadores, tablets e celulares e 46%
continuam fiéis às formas tradicionais. É interessante o fato de que 80% dos entrevistados
brasileiros afirmaram que ler em papel é mais agradável do que em uma tela.
A pesquisa do
DataFolha foi realizada para Two Sides, campanha mundial que chegou ao nosso
país em 2014, para difundir a sustentabilidade econômica, social e ambiental da
cadeia produtiva do papel e da indústria gráfica. Todos os estudos ratificam os
conceitos da Two Sides quanto aos valores agregados pela comunicação impressa e
seu caráter sustentável. A iniciativa surgiu na Inglaterra e hoje está presente
nos EUA, Canadá, África do Sul, Austrália e Brasil. Aqui, o movimento conta com
42 entidades signatárias, que congregam cerca de 80 mil empresas, geradoras de
615 mil empregos diretos e faturamento anual de US$ 40 bilhões.
O mais importante,
numa análise mais aprofundada de todos esses estudos, é que não há antagonismo
entre os meios na mente dos leitores, como alguns segmentos vêm buscando
disseminar de modo equivocado, numa infundada estratégia de desacreditar os
impressos pelo viés ambiental do consumo de árvores para a produção do papel.
Vã tentativa, pois esse insumo, no Brasil, utiliza 100% de florestas plantadas,
cujo cultivo preserva a vegetação nativa e, de quebra, sequestra milhões de
toneladas de carbono na atmosfera. Isso torna a cadeia produtiva da comunicação
impressa uma importante frente no combate ao efeito-estufa.
Para a sociedade, a
soma das mídias impressas e eletrônicas também é ótima, à medida que o acesso
mais amplo e democrático à informação é um direito inerente à cidadania!
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