Autoria: Silas Corrêa Leite.
Fonte: Pravda. Data: 04.12.2016.
"Só quem tem fé em si é capaz de ser
fiel aos outros..."
(Erich Fromar)
Para Monteiro Lobato
Nenhum projeto pedagógico é confiável, se no
seu contexto - mesmo de interdisciplinaridade - não pensar a inclusão do
estatuto da Biblioteca como suporte assistencial-humanista no próprio processo
ensino-aprendizagem.
Sem Biblioteca não há Educação que se preze.
Mestres e Alunos trocam relações-lições. Passa por aí a visão da reciprocidade,
a didática salutar, o básico conteúdo importantíssimo, claro, e como instrumentalização
direta e imediata, a indispensável Biblioteca enquanto ótimo acervo-sustentação
de um objetivo, um propósito, um estágio seqüencial evolutivo, até como
retaguarda epistemológica, inclusiva e fundamental também a partir disso.
Professor que não utiliza livros (assim mesmo no plural) desconfie. Leituras e
releituras como um todo são importantes. Professor que despreza esse
espaço-opção não é bom professor.
Livro é tão hábil-útil quanto pode ser o giz,
um apagador, a lousa, a informática, a história em quadrinhos, o teatro, a
banda de rap: livro é tudo. Professor que não facilita a biblioteca (e seu
acervo) aos alunos, é, de certa forma, um profissional com precariedade
inerente, um professor limitado. E cego de alguma forma, portanto. Se o pior
ignorante é o cidadão que sabendo ler não lê, o que dizer de um educador que
sabe pensar e não pensa; que deveria criar e não cria, que deve preescrutar
horizontes e não saca o óbvio que está na cara?
O que dizer de um educador que não planifica
uma utilização prático-racional a partir de seu cunho pessoal num projeto
aula-biblioteca, no seu curso letivo de aulas, com reviçadas técnicas,
letramentos e mesmo enquanto laboratório/oficina de produções, sensibilizações
cognitivas, lúdicas e outras pensagens? A biblioteca é a alma de um espaço de
saber, de ciência e da produção dela, de produção de conhecimentos e de
levantamento de dados importantes. A biblioteca é tudo isso e muito mais. E não
é só caminho suave, linguagem, português, aulas vivas, habilidades, letras e
literatura que faz o bom uso da biblioteca. Todas as matérias da grade
curricular devem necessariamente passar por ela, precioso espaço enquanto
habitat primordial de estudos, enquanto palco de encantações para abrir
corações e mentes, cursos e coragens, inclusões literárias, bases
lítero-culturais, letramentos de tantas aventuras possíveis; de bagagens e
mesmo o diáfano reino da fantasia tão cativante em suas maviosas inclinações
criativas por abstração e curiosidade.
O melhor amigo do aluno - enquanto ser humano
e alma cidadã fora do circuito sócio familiar - é o pedagogo. E o melhor amigo
dessa relação de troca, de soma e de busca consubstancial, é o livro enquanto
chave-mestra de tantos encantários, um mosaico de ninhais e aprendizados, inclusive
no aspecto sócio-comunitário e ainda mais no meio empírico-científico. Já
pensou? Ler é adorável. Escrever é resultante matriz de primeira.
Um livro é uma ferramenta espetacular nesse extraordinário contexto
docente-discente todo.
Como brincar de ler, como ler para brincar de
aprender e sonhar refinamentos íntimos, abstrair com riqueza de
imaginação, moldar a sensibilidade, a ternura e a emoção,
repaginando idéias a partir daí, pela capa atrativa, pela história especular,
pela sonoridade e leveza do texto, pelo final feliz de uma viagem nesse
compasso imagético livro a dentro, um sururu de aleluias de palavras,
parágrafos, pontos, metáforas, eufemismos, travessões, acentos, maravilhosos
achados poéticos e acidentes de percursos gramaticais diferentes que assim
seja.
Se quem lê vale ouro, imagine o autor criando
o inexistente, fabricando idéias, pondo minhocas elétricas na cabeça dos
sensíveis alunos procurando rumos novos, pescando horizontes variados, sacando
caixinhas de surpresa além do skate, descobrindo mundos além do webpage,
palavras novas além do blogue, construções e reforços de estima num feedback
muito bem avaliado? Imaginem então o Mestre pondo livros na cabeça dos alunos:
Essa é a idéia. É bem por aí mesmo. Professor, mostre a língua. Livro é vida.
Um livro é um tesouro. Quem didaticamente aprende junto com a escola cíclica a
ter livros e livros como suporte na sala de aula, a partir do trabalho escolar
feito em casa, vê a vida diferente, pensa o mito muito além da lenda, numa
estimativa além de 360 graus. É a metáfora da viagem. É a matemática do
folclore.
É a história da feição humana. É a geografia
do aparato cênico. É a ciência na produção de conhecimentos, iluminismos
e iluminuras. É a linguagem táctil que brota em chão fértil, é a arte que
fecunda evoluções futuras, revisitanças imedististas, exemplos salutares,
descobertas como incentivos, referenciais como fábulas em visões que partem do
micro espaço pueril para abranger altos céus e testemunhos de grandezas
precoces. Biblioteca é dez! A biblioteca vale ouro nessa relação contextual.
Ler & escrever é referencial de ser e de
humanização continuada, reforço e estrutura construidora, pois um bom
livro estimula, equilibra, dá um dínamo na capacidade do aluno, faculta novos
desafios e acena viagens interiores de sonhos e prazeiranças. Que o colega
professor dê livros de reforço; cobre resumos de histórias lidas em grupo e em
alto e bom tom; faça a prova dos noves em criatividades vernaculares, em toda
matéria enseje leituras, redações críticas, produções de textos, estudos
reflexivos, sempre a partir de um livro, de preferência um bom livro para cada
idade e em seu tempo serial.
Uma boa história de sucesso na educação
enquanto estimulo para a categoria em resultantes sociais, passa pelo menos
pela dinamização do uso inteligente da biblioteca. Alunos são livros
também. Vamos abrir essas páginas de rosto?
Já dizia o poeta "Bendito o que
semeia/Livros a mão cheia". É por aí. Use e abuse da biblioteca.
Faça dela a sua melhor amiga. Sem biblioteca
não há educação que preste. Livros, revistas, gibis, jornais, imagens e
palavras, desenhos, pôsteres e enfeitações. Tudo a ler. Tudo a ser?
Seja esse bendito Anchieta no limiar do século trinta, abrindo leques de opões
em elencos clássico de literatura para abrir sensibilidades desses
alunos-livros. Afinal, se dizem que cada alma é um livro aberto, vamos
fazer a "Teoria da Biblioteca na Educação" ser cem por cento
positiva, dinâmica e funcional. Era uma vez uma idéia.
Poeta Prof. Silas Corrêa Leite - Estância Boêmia de Itararé-SP
E-mail: poesilas@terra.com.br
Prêmio Lígia Fagundes Para Professor Escritor, CRE-Centro de Referência em Educação Mário Covas - relator da ONG Transparência nas Políticas Públicas
Teórico da Educação, Jornalista Comunitário e Escritor Premiado
Autor de Porta-Lapsos, Poemas, 2005
Site pessoal: www.itarare.com.br/silas.htm
Poeta Prof. Silas Corrêa Leite - Estância Boêmia de Itararé-SP
E-mail: poesilas@terra.com.br
Prêmio Lígia Fagundes Para Professor Escritor, CRE-Centro de Referência em Educação Mário Covas - relator da ONG Transparência nas Políticas Públicas
Teórico da Educação, Jornalista Comunitário e Escritor Premiado
Autor de Porta-Lapsos, Poemas, 2005
Site pessoal: www.itarare.com.br/silas.htm
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