Fonte: G1. Data: 5/01/2017.
Fechada desde 2014, a Biblioteca Demonstrativa de Brasília deve voltar a funcionar
no primeiro semestre de 2017. Segundo Ministério da Cultura, ainda no primeiro
semestre deste ano, o acervo da biblioteca, uma das mais antigas da região,
poderá ser consultado em outro prédio. O local temporário não foi informado.
De acordo com o diretor do
departamento do Livro, Leitura e Cultura do ministério, Cristian Santos, os
problemas estruturais já foram resolvidos, mas o prédio ainda precisa passar
por reformulação.
O projeto da Biblioteca
Demonstrativa se deu como um braço do Serviço Nacional das Bibliotecas, que
funcionava na galeria do Hotel Nacional no início dos anos 1960. Na época,
segundo informações da Fundação Biblioteca Nacional, o espaço servia também
para encontro dos intelectuais que viviam em Brasília.
O prédio da
505/506 na W3 Sul foi inaugurado em 20 de novembro de 1970, contendo o acervo
do Serviço Nacional das Bibliotecas e servindo de modelo para demais
instituições vinculadas ao Instituto Nacional do Livro, na época.
Em 2014, a
Defesa Civil interditou o prédio por problemas na estrutura e nas instalações
elétricas. O edifício apresentava risco de desabamento e curto-circuito.
Depois de três anos, a Biblioteca Demonstrativa continua fechada. O Ministério
da Cultura afirma que até o final de 2017 a biblioteca será reformada e poderá
voltar a funcionar em seu edifício original, no centro da W3 Sul.
“É um espaço
fundamental para gente. É muito importante mesmo. Não são poucas as pessoas que
sentiram muito e que vinham para cá para estudar e perderam esse espaço. É
muito triste ver esses espaços que são de leitura, de aprendizado, estarem
largados assim”, relata a atriz Maria Paula de Freitas.
Bibliotecas no DF
Em outras regiões do Distrito
Federal, as bibliotecas também apresentam problemas, ainda que continuem a ser
um dos pontos de interesse da população. A Biblioteca do Paranoá foi
transferida para um novo prédio, ao lado do restaurante comunitário, há oito meses.
O antigo edifício já apresentava inúmeros desgastes.
O
estudante Caio Anderson, de 11 anos, é morador do Paranoá e mesmo nas férias
vai até a biblioteca com a mãe em busca de livro para ler em casa. “É bom você
pode se imaginar em outro lugar”, diz.
Os
frequentadores dizem que esse novo espaço é melhor, mas reclamam da falta de
ar-condicionado e internet. Ainda assim, o desenhista Neverton Silviane diz
passar o dia na biblioteca estudando para o vestibular. Ele deseja estudar na
UnB e, segundo ele, na biblioteca encontra silêncio e bons livros para se
preparar.
A
administração local informou que já comprou um aparelho de ar-condicionado e
que está contratando uma empresa para instalação de internet gratuita na
biblioteca.
No Itapoã, a biblioteca funciona há seis anos na quadra 61. O
acervo conta com cerca de 3,5 mil livros à disposição dos moradores. Os
funcionários dizem que é um número reduzido de obras, que o acervo está
defasado e que eles aguardam novos exemplares. A administração informou que o
acervo foi montado com doações de moradores e parceiros. Segundo o órgão, o
espaço passará por melhorias, mas ainda não há ainda prazo definido para os
investimentos.
Enquanto isso, uma das vantagens da biblioteca, segundo o
estudante Marcus Martins é a disponibilidade de computador e internet no local.
“Para mim está sendo bacana porque eu sempre tive vontade de criar um blog e eu
não tenho internet em casa e, na biblioteca a gente tem esse sossego, esse
silêncio e é uma coisa que a gente precisa, a gente que escreve.”
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