Fonte: Portal
Brasil. Data: 21/02/2014.
URL:
www.brasil.gov.br/cultura/2014/02/manuscritos-de-obra-de-paulo-freire-sao-doados-ao-ministerio-da-cultura
Manuscrito estava
guardado há 50 anos na biblioteca particular de Jacques Chonchol, ex-ministro
chileno
O Ministério da Cultura (MinC) recebeu, nesta quinta-feira
(20), do reitor da Universidade Nove de Julho (Uninove), professor Eduardo
Storópoli, a doação do manuscrito do livro "Pedagogia do Oprimido",
de Paulo Freire. Ele será encaminhado à Fundação Biblioteca Nacional (FBN). O
livro é uma das principais obras de Freire e foi traduzido para mais de 25
idiomas.
"O Ministério da Cultura e a Fundação Biblioteca
Nacional ficam muito honrados em receber os manuscritos do nosso patrono da
educação", declarou Marta Suplicy ao informar que os originais do livro
terão lugar certo na Casa das grandes obras da nossa história.
O diretor da Uninove e diretor fundador do Instituto Paulo
Freire, José Eustáquio Romão, explicou que o manuscrito estava guardado há 50
anos na biblioteca particular de Jacques Chonchol, ex-ministro de Agricultura
no governo chileno de Salvador Allende (1970-1973).
Patrono da educação do Brasil, Paulo Freire entregou o
manuscrito do livro a Chonchol, em 1968, durante o exílio no Chile. O
ex-ministro era diretor do Instituto Chileno de Reforma Agrária, onde Paulo
Freire trabalhava.
Os dois também tinham uma relação de amizade, demonstrada
pelo trecho da carta em que Freire deixou junto com o manuscrito a Chonchol.
"Gostaria que vocês recebessem estes manuscritos de um livro que pode não
prestar, mas que encarna a profunda crença que tenho nos homens, como uma
simples homenagem a quem muito admiro e estimo". O trecho da carta a
Chonchol e sua esposa, Maria Edy, faz parte do acervo do Centro de Referência
Paulo Freire.
À época, Freire demonstrava receio de que seu livro fosse
confiscado pelas forças da inteligência chilena, conforme registros. José Romão
explicou que, pouco antes de falecer, em 1997, Paulo Freire buscava ter acesso
novamente aos manuscritos. "O instituto [Paulo Freire] foi atrás e
conseguimos encontrá-lo com Chonchol, que devolveu o manuscrito ao
Brasil".
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