Fonte: E-book News. Data: 7/08/2016.
URL: http://ebooknews.com.br/editoras-vendem-menos-ebooks-nos-eua-vendas-diretas-de-autores-disparam/
As editoras
estão vencendo a guerra quixotesca contra seus próprios ebooks, visto que as
vendas de ebooks caíram entre 11% e 13% no último ano – o número varia conforme
a fonte escolhida. Segundo dados da Nielsen, a queda foi de 13% em 2015,
comparado com 2014. Como resultado disso, a participação de mercado dos ebooks
publicados por editoras, caiu de 27% para 24%. No caso das 5 maiores
editoras norte-americanas (comumente apelidadas como “Big 5”), a participação
dos ebooks nas vendas caiu de 38% para 34% no período analisado.
Foram vendidas 204 milhões de unidades, contra 234
milhões em 2014. As vendas de livros impressos, por outro lado, aumentaram
2,8%, para 653 milhões de unidades.
Os ebooks tendem a ser mais lucrativos para editoras,
visto que alguns custos de distribuição e criação são reduzidos. Nos EUA,
porém, as editoras exercem um forte controle sobre os ebooks, como forma de
frear a crescente influência da Amazon no mercado. Em termos de faturamento,
segundo a revista Fortune, o faturamento com ebooks em 2015 foi de US$ 2.8
bilhões – uma queda de 11% com relação a 2014. O market-share total dos ebooks
em 2015 seria de apenas 17%, contra 19% em 2014 e 21% em 2013.
Se por um lado as vendas digitais das editoras caem, o
mesmo não pode ser dito das vendas “indie” (independentes), os ebooks
auto-publicados por autores. A publicação independente é um fenômeno mundial,
através de serviços como Amazon KDP (Kindle Direct Publishing), Smashwords e
outros. A publicação digital, sendo mais simples e barata, é um dos pilares
deste fenômeno — qualquer autor pode publicar seu original por conta própria,
diretamente. Fenômenos recentes da literatura, tendo a série “50 tons de cinza”
à frente, surgiram inicialmente por esta forma de publicação.
De acordo com dados do site Author Earnings, de 2014 até
o presente as vendas de ebooks por autores independentes veem crescem
vertiginosamente, tanto em faturamento quanto em unidades vendidas, compensando
(ou até mais do que compensando), o decréscimo nas vendas digitais das
editoras. (...)
Em dois anos, segundo a Author
Earnings, a participação das editoras, grandes e pequenas, nas vendas de
ebooks, caiu de quase 60% para menos de 40% (gráfico acima). Na direção oposta,
as vendas de ebooks por autores disparou. Em 10 de janeiro de 2016, este era o
cenário dos ebooks mais vendidos na Amazon, principal vendedora do mercado
norte-americano:
·
4 dos 10 ebooks mais vendidos
eram títulos autopublicados por autores
·
10 dos 20 ebooks mais vendidos
eram títulos autopublicados por autores
·
56 dos 100 ebooks mais
vendidos (mais da metade) eram títulos autopublicados por autores
·
20 dos 100 ebooks mais
vendidos eram títulos autopublicados por autores, com preços entre US$ 2,99 e
US$ 5,99
Entre comentaristas e
consultores do mercado editorial americano, há uma opinião comum de que a queda
na participação das editoras se deve, justamente, ao maior controle que elas
passaram a exercer sobre os preços dos ebooks, nos últimos anos. Após a derrota
da Apple no processo movido pelo governo dos EUA, contra as práticas comerciais
adotadas para ebooks, as editoras tomaram para si o controle dos preços de
venda e impuseram (inclusive à Amazon) valores acima de US$ 12,00 para os
ebooks. A Amazon, do lançamento do Kindle até meados de 2012, oferecia
best-sellers e lançamentos por US$ 9,99.
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